Em seu primeiro longa, Márta Mészáros alcança um equilíbrio raro e delicado entre a representação das relações pessoais e necessidades dentro de um contexto político finamente observado. Uma jovem solitária da classe trabalhadora que cresceu em um orfanato procura sua mãe biológica, e acaba sendo apresentada pela mãe como uma sobrinha. A história tem elementos autobiográficos: Mészáros, nascida em 1931, cresceu órfã além de uma estrangeira depois que seus pais (o escultor László Mészáros e sua esposa), que haviam emigrado para a União Soviética, morreram nos campos de concentração de Stalin. Neste, como em muitos de seus outros filmes, ela descreve uma inquietação profunda e uma busca da verdade pessoal entre não uma, mas duas gerações de mulheres, e examina as estratificações no seio da sociedade húngara que deixam jovens de ambos os sexos alienados.