Nomes Alternativos: Denis Abramovich Kaufman
Nascimento: 2 de Janeiro de 1896 (58 years)
Falecimento: 12 de Fevereiro de 1954
Bialystok, Poland, Russian Empire
Fez parte do movimento construtivista, escrevendo inúmeros artigos sobre a teoria do filme.
O seu filme O Homem com uma Câmera é um marco na história do cinema, como documentário reflexivo (Bill Nichols). Filma o quotidiano de cidades russas, principalmente Moscovo (Moscou), com criatividade e lucidez. Planos pensados e repensados, a passagem de um simples fotograma a complexa estrutura narrativa mantendo a intenção poética são, por si sós, uma aula de cinema. Para associar o olho humano ao da câmera, usa por exemplo planos de uma persiana, numa metáfora da retina, do diafragma da objectiva, do cinema-olho, capaz de apreender o real.
A sua teoria do Kino Pravda, a do cinema-verdade, é fundadora de futuras teorias e práticas numa área fundamental do cinema: o contato direto do olho da câmera com o evento filmado, a verdadeira realidade, ao contrário da ficção, que precisa do plateau. Aí se diferencia Vertov de Eisenstein: a idéia, a encenação e o plateau, tal como no teatro.
A idéia é aquilo que tudo determina. Não escapa ao movimento da História e é expressão de um ideal humanista que se dinamiza na construção de uma sociedade justa.
O cinema-verdade foi amplamente explorado por Jean Rouch, que, na teoria e na prática, fez a sua síntese de Vertov e de Robert Flaherty.
Dziga Vertov foi um dos primeiros cineastas russos a usar técnicas de animação e desenvolver certos princípios fundamentais da montagem no cinema. Estabeleceram o ABC das linguagem cinematográfica. Para Vertov a montagem é a alma do filme, o motor da sua estética e do seu sentido. O trabalho de Dizga Vertov foi fundamental para o desenvolvimento da construção dramática e melhoria do cinema e para o surgimento do cinema direto nos anos sessenta, com o desenvolvimento das técnicas de filmagem com câmaras leves com som síncrono.