Divina Valéria, é uma atriz e cantora transformista brasileira.

Nascida no Rio de Janeiro, estreou no palco aos 18 anos, contracenando com a amiga Rogéria no espetáculo Les Girls. Encerrada a temporada, foi para a França, onde atuou no Carrossel de Paris.

Em 1964, Valéria iniciou sua carreira artística cantando em boates no Rio de Janeiro.

Pouco depois, foi chamada para integrar o elenco do espetáculo "International Set".

Em seguida, esse mesmo elenco estrelou o musical "Les Girls", de Mário Meira Guimarães. "Les Girls" foi um espetáculo pioneiro no gênero.

"Les Girls" foi um grande sucesso de público e crítica. Dali, além de Valéria, surgiram outras artistas que ficaram famosas do Brasil e no mundo, entre as quais Rogéria, Brigitte de Búzios e Marquesa. Depois do Rio de Janeiro, "Les Girls" foi para São Paulo e também para o Sul do país.

Entre os frutos de "Les Girls", Valéria lançou um disco compacto com as músicas que cantava no espetáculo, o primeiro gravado no Brasil por uma transformista.

Foi também viajando com "Les Girls" que Valéria viajou pela primeira vez para Montevidéu, onde alcançou grande sucesso e tornou-se uma celebridade da noite uruguaia.

Ao longo de sua vida, Valéria retornou a Montevidéu muitas vezes, sendo sempre muito aclamada.

Em 1969, Valéria viajou para a Espanha, onde atuou em boates e no teatro de revista.

Na Espanha, conheceu Coccinelle, que, impressionada com seu talento, lhe deixou uma carta de recomendação para o cabaré Carrousel de Paris.

Valéria viajou a Paris e logo estava contratada para cantar todas as noites no Carrousel e também no Madame Arthur.

Em 1970, passou a integrar a trupe itinerante do Carrousel, com a qual viajou por toda a Europa e alguns países da Ásia, entre os quais o Japão, onde passou uma longa temporada.

De volta ao Brasil em 1972, Valéria causou grande alvoroço.

Embora pretendesse passar apenas um mês no Brasil, Valéria recebeu propostas de trabalho irrecusáveis e ficou no país durante anos, estrelando espetáculos como "Misto Quente", com Agildo Ribeiro e Pedrinho Mattar; "Um Homem e Uma Mulher", com Aracy de Almeida e Luís Carlos Miele; "Flávio Confidencial", com Flávio Cavalcanti; "Frescura também é cultura", com Pery Ribeiro, e "Frescuras", com Jane Di Castro e direção de Lennie Dale, entre outros.

Valéria voltou a Montevidéu no final dos anos 1970 e, finalmente, a Paris.

Além de integrar o elenco fixo do Carrousel de Paris e viajar com sua trupe até seu fechamento, no final dos anos 1980, Valéria trabalhou em todas as grandes casas noturnas de Paris, como Alcazar, Rocambole, O Brasil e Chez Plumeau.

Valéria morou em Paris até 2005, mas manteve o hábito de voltar ao Brasil todos os anos, geralmente entre o início do verão e o Carnaval.

No Brasil, Valéria costumava passar bastante tempo em Salvador, onde tornou-se a grande estrela do tradicional Bloco do Jacu.

Desde 2006, Valéria passa a maior parte do tempo morando no Brasil, em São Paulo ou em Salvador, mas continua a viajar pelo mundo frequentemente.

Todos os anos, canta na missa da lavagem da Igreja da Madalena de Paris, momento este muito importante na sua carreira.

Em 2017, estreou o documentário "Divinas Divas", de Leandra Leal, focalizando as artistas travestis brasileiras da geração de Valéria.

"Divinas Divas" foi um grande sucesso de público e de crítica, muito premiado em festivais, e uma consagração absoluta de suas protagonistas, que viajaram pelo Brasil e pelo mundo fazendo sua divulgação.

Com mais de cinquenta anos de carreira artística, reconhecida mundialmente, Valéria continua a brilhar nos palcos cantando e encantando seu público.

"Marie", de Leo Tabosa - que lhe valeu um Kikito no Festival de Gramado em 2018, entre outros prêmios; "Lili e as Libélulas", de René Guerra, e "A Senhora que Morreu no Trailer", dos Albertos (Alberto Camarero e Alberto de Oliveira) são alguns deles.

No início de 2020, o espetáculo "Divinas Divas" foi definitivamente consagrado ao ser apresentado no palco do Theatro Municipal de São Paulo como parte da programação do Festival Verão Sem Censura.

Em 2020, esteve no filme ''A Senhora que Morreu no Trailer''.

Com mais de cinquenta anos de carreira artística, reconhecida mundialmente, Valéria continua a brilhar nos palcos cantando e encantando seu público.

Em 2023, participou da novela ''Travessia'', e do filme ''Cavalo Marinho''.

Depois, Valéria transcendeu o limite do transformismo para tornar-se uma grande atriz, cantora e intérprete.