Não é o passado que nos domina, mas imagens do passado. Partindo dessas palavras de Alexander Medvedkin (1900-1989), o francês Chris Marker realiza um tributo em forma de ensaio a este pioneiro do cinema russo, cuja vida e trajetória artística servem de ponto de partida para uma minuciosa investigação sobre o universo artístico, político e moral da Rússia no século XX, da Revolução de Outubro à derrocada da União Soviética. Utilizando trechos dos filmes de Medvedkin e de seus contemporâneos (nomes como Eisenstein, Vertov, Dovzhenko e Pudovkin), além de entrevistas com o próprio cineasta, Marker conduz com sua habitual verve crítica uma crônica sobre o papel do cinema como meio de comentário social e um exame profundo da destruição sistemática da criatividade artística pelas mãos da demagogia, do oportunismo político, e do controle e manipulação da informação no antigo estado comunista.