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F.W. Murnau

Nomes Alternativos: Friedrich Wilhelm Plumpe

625Número de Fãs

Nascimento: 28 de Dezembro de 1888 (42 years)

Falecimento: 11 de Março de 1931

Bielefeld, North Rhine-Westphalia - Alemanha

Friedrich Wilhelm Murnau, ou simplesmente F. W. Murnau, nascido Friedrich Wilhelm Plumpe, foi um dos mais importantes realizadores do cinema mudo, do cinema expressionista alemão e do movimento Kammerspiel.

Nascido em Bielefeld, seu nome de batismo é Friedrich Wilhelm Plumpe. Antes de ser cineasta, Murnau estudou filosofia, literatura, música, e história das Artes nas universidades de Heidelberg e Berlim. Frequentou a escola de arte dramática de Max Reinhhardt, que exerceu grande influência em seu estilo cinematográfico.

Iniciou a carreira no cinema em 1919. Em 1920, realizou uma versão do O Médico e o Monstro de Robert L. Stevenson, Der Januskopf. Em 1922, filmou Nosferatu, um dos clássicos do expressionismo no cinema. Em 1924, realizou o filme “O último Homem” e Fausto, baseado na obra do escritor Goethe, em 1926. A obra-prima de Murnau foi o filme Aurora, em 1927, considerado um dos pontos altos do cinema ocidental.

O primeiro filme importante de Murnau foi Nosferatu (1922), que incorpora inovações técnicas e efeitos especiais, como a imagem em negativo de árvores brancas sobre o céu negro e rompe com os modelos cenográficos da época no estilo “O Gabinete do Dr. Caligari”, outra obra marcante do expressionismo. Murnau prefere filmar toda ação em cenários naturais, nesta adaptação não oficial do “Dracula” de Bram Stoker, com a viúva do autor chegando inclusive a processar Murnau e a justiça exigindo a destruição dos negativos. Murnau conseguiu salvar algumas cópias, e por isso o filme sobreviveu até os dias de hoje. A origem do título consta do romance de Stoker, onde é usada pelos romenos para se referirem ao Conde Drácula e, presumivelmente, aos não-mortos.

“Nosferatu” é um filme que ainda hoje permanece admirável, talvez o mais belo do expressionismo alemão, com seu castelo assombrado, o porto onde desembarca o navio infestado de ratos, a cidadezinha de Wisborg e o próprio Conde Orlock, interpretado por Max Schreck com seu crânio careca e seus dentes salientes.

Tão importante quanto “Nosferatu” na filmografia de Murnau, e com roteiro de Carl Meyer, é “A Última Gargalhada” (Der letzte Mann, de 1924), que firmou a reputação de Murnau como um grande cineasta. Os movimentos da câmera, que acompanha a ação e contribui para transmitir o estado psicológico dos personagens, tiveram grande impacto no mundo do cinema. Murnau surpreende ao filmar a história a partir de uma vista subjetiva e antecipou o movimento conhecido como Kammerspielfilm – um tipo de filmagem que oferecia uma visão intimista na vida dos personagens, geralmente representantes das classes trabalhadoras, com poucos diálogos, movimentos de câmera mais complexos, iluminação sofisticada e cenários mais realistas. O termo se origina de um teatro, o Kammerspiele, inaugurado em 1906 por Max Reinhardt.

Ida a Hollywood e a criação da sua obra-prima:
''Aurora''

Convidado por William Fox para trabalhar em Hollywood, Murnau partiu para os Estados Unidos em 1926. No ano seguinte, realizou para os estúdios Fox aquela que é considerada por muitos a sua obra-prima: Aurora (Sunrise, 1927), novamente com roteiro de Carl Mayer, baseado na novela “Die Reise Nach Tilsit” do romancista Herman Sudermann, e cenários de Rochus Gliese. Embora o filme não tenha sido um sucesso de bilheteria, recebeu três prêmios na primeira cerimônia de premiação da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, em 1927: melhor atriz (Janet Gaynor), melhor fotografia (Charles Rosher e Karl Struss) e melhor qualidade artística. Além da bela fotografia que faz um excelente jogo de luzes e sombras, e recursos revolucionários (travellings, fusões, contrastes e enquadramentos criativos) a força do filme se mantém no drama vigoroso e atual. Aurora foi laureado com três Oscar em 1929. No Kinema Junpo Awards, ganhou o de melhor filme em língua estrangeira pra F. W. Murnau.

Em 1967, a revista Cahiers du Cinéma escolheu Aurora como "a maior obra-prima da história do cinema".

Numa pesquisa feita entre críticos para este mesmo instituto, Aurora foi considerado o sétimo maior filme da história do cinema, ao lado de O encouraçado Potemkin, do cineasta soviético Sergei Eisenstein,

Insatisfeito com Hollywood, Murnau traçou planos de ir para a Oceania, a fim de produzir um filme independente sobre as ilhas dos mares do sul. Ficou sabendo que Flaherty também havia se decepcionado com os grandes estúdios de cinema dos Estados Unidos e o convidou para participar do projeto. Murnau, um perfeccionista técnico e dotado de recursos financeiros para produzir o filme, precisava de alguém familiarizado com os costumes locais como Flaherty, que já havia morado em Samoa para as filmagens de Moana.

Fundaram então a Flaherty-Murnau Production. Inicialmente, Flaherty escreveu um roteiro intitulado Turia, uma docuficção sobre o romance entre uma nativa e um coletador de pérolas. Os escritos iniciais tiveram de ser alterados para evitar processos decorrentes da rescisão de contrato com a Colorat, empresa que iria patrocinar o filme. As alterações foram feitas por Murnau, que mudou o nome do roteiro para Tabu e nele introduziu, de maneira bem trabalhada, valores ocidentais na tragédia da cultura polinésia, resultando num drama universal em um lugar exótico e distante. Flaherty iniciou as filmagens com as sequências de pescaria e quedas d’água, quando sua câmera Akeley apresentou problemas. Floyd Crosby, cinematografista que já havia trabalhado com Flaherty no Novo México, acabou sendo chamado. Crosby assumiu daí por diante as filmagens e a direção de fotografia enquanto Murnau se tornou o único responsável pela direção, restando a Flaherty fazer os arranjos com os nativos e supervisionar a revelação dos filmes.

A première de Tabu ocorreu no Central Park Theatre, Nova Iorque, no dia 18 de março de 1931, uma semana após o falecimento de F. W. Murnau. O filme foi selecionado, em 1994, para preservação na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos com a classificação de significância cultural, histórica e estética.

Morreu aos 42 anos em um acidente de carro na Califórnia, e foi sepultado no Südwestkirchhof Stahnsdorf.

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