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Jacqueline Laurence

Nomes Alternativos: Jacqueline Juliette Laurence

33Número de Fãs

Nascimento: 10 de Outubro de 1932 (91 years)

Marselha - França

Intérprete que se diferencia pela presença aristocrática e interpretação elaborada e, paradoxalmente, por sua veia cômica e despojada. Trabalha na companhia O Tablado e no grupo experimental A Comunidade. A partir dos anos 1980 passa a atuar, também, como diretora.
Vem ao Brasil ainda adolescente, acompanhando o pai jornalista. Faz sua iniciação em teatro, participando da primeira turma da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), escola de Dulcina de Moraes, entre 1955 e 1957, tendo como professores: Adolfo Celi, Henriette Morineau, Gianni Ratto, Maria Clara Machado, Ziembinski e a própria Dulcina.
Em seguida ingressa em O Tablado, onde interpreta personagens de destaque em textos diversos, como O Jubileu, de Anton Tchekhov, direção de Rubens Corrêa, 1958; O Mal Entendido, de Albert Camus, dirigido por Yan Michalski, 1961; O Médico à Força, de Molière, 1962; Barrabás, de Michel de Ghelderode, e A Menina e o Vento, de Maria Clara Machado, 1963, todos sob a direção de Maria Clara Machado.
No final dos anos 1960, integra o grupo A Comunidade, liderado por Amir Haddad. Em A Construção, de Altimar Pimentel, 1969, interpreta uma personagem criada pelo diretor - uma jornalista italiana baseada em Oriana Fallaci, baleada durante conflitos políticos no México. Em Cemitério de Automóveis, de Fernando Arrabal, na histórica montagem de Victor Garcia, 1970, substitui, em papel central, uma atriz que se ausenta vinte dias após a estréia, e cumpre uma temporada de seis meses.
Na década de 1970, recebe o prêmio de melhor atriz coadjuvante em O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau, mais uma direção de Amir Haddad, 1971. O crítico Yan Michalski, que elogia a coesão e o profissionalismo do elenco, assinala que "Jacqueline Laurence, solta e quase grão-guinholesca, dosando adequadamente a vulgaridade e a guimpe aristocráticas, sustenta com muita personalidade as suas cenas", e Oscar Araripe escreve no Correio da Manhã: "Surpreendentemente boa a interpretação de Jacqueline Laurence em Babrinska: suficientemente cômica sem ser caricata, impostação muito precisa, crença absoluta, distanciada sem rebuscamento [...], uma excelente aparição".
Contracena com Fernanda Montenegro em O Interrogatório, de Peter Weiss, encenado por Celso Nunes, 1972. Ao lado de Marília Pêra, enfrenta o fracasso de Síndica, Qual é a Tua?, de Luiz Carlos Góes, direção de Antônio Pedro Borges, 1976. Em 1977, depois de participar, ao lado de Tereza Raquel e Antonio Fagundes, do elenco de Gata em Telhado de Zinco Quente, de Tennessee Williams, dirigido por Paulo José, retoma o trabalho em televisão que inicia, anteriormente, com Uma Rosa com Amor. Com a peça A Calça, de Carl Sternheim, 1979, com direção de Maurice Vaneau, recebe indicação para o Prêmio Mambembe.
Em 1982, recebe o Troféu Mambembe de melhor atriz por dois trabalhos: Madame de Sade, de Yukio Mishima, e As Criadas, de Jean Genet, que ela produz juntamente com Dina Sfat e o diretor Gilles Gwizdek. No papel de Madame Montreuil, mulher violenta e poderosa, que faz com que o genro permaneça na prisão, a atriz permanece toda a peça sentada, e concentra seu trabalho nas falas caudalosas da personagem. No papel da patroa da peça de Jean Genet, ela entra no final do texto e tem apenas oito minutos de cena.
Em 1984 começa a atuar também como diretora, estreando com Esperando Godot, de Samuel Becket. Inicia um envolvimento com os artistas de proa do besteirol em 1985, onde sua atuação em Tupã, a Vingança, de Mauro Rasi, com direção de Miguel Falabella, lhe vale o Prêmio Molière. No ano seguinte atua em Ação Entre Amigos, de Márcio Souza. Em 1988, dirige As Sereias da Zona Sul, de Miguel Falabella e Vicente Pereira. Retorna ao famoso texto Greta Garbo, Quem Diria Acabou no Irajá, de Fernando Mello, em 1991, como diretora. Atua em outro texto de Falabella, No Coração do Brasil, em 1992. Dirige-o em Louro, Alto, Solteiro, Procura, do próprio Miguel e de Maria Carmem Barbosa, em 1994. No ano seguinte, é a vez de sua amiga de palco, Fernanda Montenegro, ser dirigida por ela, em Dias Felizes, de Samuel Beckett. Em 1996, está no elenco de Seria Trágico Se Não Fosse Cômico, de Dürrenmatt, direção de Luiz Arthur Nunes, e em A Profissão da Senhora Warren, de Bernard Shaw, 1998, dirigida por Eric Nielsen.
Atriz de presença exuberante, Jacqueline Laurence enfrenta, nos primeiros anos de sua carreira profissional, a dificuldade em encontrar papéis que comportem o seu forte sotaque - principalmente em virtude da valorização dos temas nacionais que percorrem a dramaturgia da década de 1960. Isso se dilui a partir dos anos 1980, quando passa a não somente atuar, mas a ser solicitada, também, como diretora dos atores companheiros de trabalho. Leva para a cena uma interpretação estudada, que busca nuances de construção da personagem a partir da análise do texto e da proposta da encenação.
Na TV, destaque para as novelas ''Dancin' Days'' (1978); ''Água Viva'' (1980); ''Sétimo Sentido'' (1982); ''Dona Beija'' (1986); ''Top Model'' (1989); ''Salsa e Merengue (1996); ''Cobras & Lagartos'' (2006); ''Aquele Beijo''(2011)''; ''Avenida Brasil'' (2012); ''Babilônia'' (2015 ); entre outras...
No cinema, destaque para ''O Mundo Alegre de Helô (1967); ''Gente Fina É Outra Coisa'' (1977); ''Menino do Rio'' (1982); ''Natal da Portela'' (1988); ''Estação Aurora'' (1991); ''Veja Esta Canção'' (1994); ''Polaróides Urbanas'' (2008); entre outros...

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