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Nascimento: 30 de Outubro de 1932 (63 years)

Falecimento: 24 de Novembro de 1995

Thumeries - França

Com uma impressionante energia criativa, o francês Louis Malle construiu uma filmografia com cerca de trinta títulos em que o sucesso, quase sempre, foi cercado de muitas discussões.

Louis Malle está entre os poucos cineastas que lograram fazer uma obra tão brilhante e ao mesmo tempo tão sincera. Esse francês nascido e falecido em berço de ouro, nos seus 63 anos de vida, forjou para si uma carreira sem concessões. Daí a franqueza de seus filmes.

Desde cedo não teve que se preocupar com dinheiro, sua família havia feito fortuna na época de Napoleão Bonaparte, atuando no comércio do açúcar. Terminada a 2ª Guerra, ainda adolescente, ele pensava em fazer cinema. Por isso, foi estudar no IDHEC (Institute de Hautes Estudes Cinematographiques), então a mais importante escola de cinema. Por lá passaram Alain Resnais, Claude Sautet e muitos outros.

Após ser assistente do controvertido e refinado cineasta Robert Bresson, Malle atuou como co-diretor de ''O Mundo do Silêncio'', documentário de longa-metragem sobre o fundo do mar feito pelo especialista Jacques-Yves Cousteau. O filme levou um Oscar e um prêmio no Festival de Cannes em 1956.

No ano seguinte, fez o seu primeiro longa de ficção, ''Ascensor para o Cadafalso'', um thriller sobre adultério que, além de seu talento, mostrou ao mundo o insólito carisma de Jeanne Moreau. A atriz seria a protagonista de seu filme seguinte ''Os Amantes''. Pela primeira vez, não só o adultério triunfava sobre o comportamento burguês como também o orgasmo da mulher tinha direito a uma belíssima cena com La Moreau e Jean-Marc Bory, ele fazendo sexo oral. Foi um escândalo e um sucesso no Festival de Veneza, onde levou um prêmio.

Daí em diante, Malle não parou mais. Seguiram-se a comédia ''Zazie dans le Metro'' (1960) que nunca foi lançada comercialmente no Brasil, e ''Vida Privada'' (1961), onde a verdade e a ficção se misturavam a respeito de um grande mito: Brigitte Bardot.

Dois anos depois, o realizador faz talvez a sua obra-prima: ''Trinta Anos Esta Noite''. Centralizado em um homem angustiado que aspira intensamente à vida, o filme é uma das melhores reflexões existenciais já vistas em toda a história do cinema. Com atuação central de Maurice Ronet, coadjuvado entre outros por Jeanne Moreau, ganhou um prêmio especial no Festival de Veneza.

Após ter dado uma guinada em sua carreira, fazendo filmes menos compromissados mas nem por isso sem valor (caso da belíssima e divertida aventura ''Viva Maria'' em 1965, com Brigitte Bardot e Jeanne Moreau), Malle novamente provoca o escândalo em 1971 com ''Sopro no Coração'', em que um adolescente tem um momento de amor e sexo com a própria mãe.

Em 1978, após ter feito o também controvertido ''Lacombe Lucien'' (1973), no qual expunha com comoção o entreguismo de um francês durante a 2ª Guerra, Malle estreia no cinema norte-americano com ''Menina Bonita'' (Pretty Baby). Mais um escândalo por mostrar, através da então novata e menor Brooke Shields, a conduta de uma prostituta infanto-juvenil em um bordel de Nova Orleans.

Mais integrado à cultura norte-americana, Malle passa fazer outos filmes com produção de Hollywood. Um dos mais bem conceituados foi ''Atlantic City'' (1980), com Burt Lancaster. Porem, não perde o vinculo com seu país natal e em 1987 faz mais um grande filme, ''Adeus, Meninos'' (Au Revoir Les Enfants), um comovente retrato do antissemitismo na França, durante a 2a. Guerra. A história centraliza-se em um menino judeu que, para tentar escapar da perseguição dos nazistas, é internado pela família em um colégio católico.

De 1987 até 1994, Malle ainda faria mais quatro filmes. ''Perdas e Danos'', o penúltimo, também causou impacto por contar uma história de amor e sexo entre um parlamentar inglês (Jeremy Irons) e uma garota (Juliette Binoche) noiva de seu filho. Sua derradeira realização foi ''Tio Vânia em Nova York'', ambientada em um grupo de teatro que ensaia essa conhecida peça.

Vitima de câncer, Louis Malle morreu na sua casa em Beverly Hills, Los Angeles. Ao seu lado estava a sua terceira mulher, a atriz Candice Bergen. Refinado na sua maneira de ser e no seu cinema, o realizador deixou uma obra estupenda, carregada de inquietação, ousadia e natural calor humano.

Ganhou 37 prêmios e 21 indicações.

Cônjuge: Candice Bergen (de 1980 a 1995), Anne-Marie Deschodt (de 1965 a 1967)
Filhos: Chloe Malle, Justine Malle, Manuel Cuotemoc Malle
Irmão: Vincent Malle

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