Filho da classe média-alta do Rio, boêmio e bem relacionado, João Guilherme Estrella, 56 anos, se transformou no maior distribuidor de cocaína da elite carioca nos anos 1990. Rei do tráfico na Zona Sul, ganhou também a Europa, para onde levou quilos de pó escondidos em forros de casacos e ternos. Ganhou muito dinheiro e, na mesma velocidade, gastou tudo, como viu-se no livro e no filme que sua vida inspirou – Meu Nome Não É Johnny.
Passou dois anos na cadeia, vivenciando de perto o risco da morte. E se regenerou. Ganhou a liberdade, abandonou vícios e não voltou ao crime. Hoje é pai, músico, produtor cultural e palestrante. A prevenção ao consumo de narcóticos norteia o seu discurso. Embora aconselhe as pessoas a dizerem "não", defende iniciativas como a regulamentação da venda e do consumo da maconha.
Ele entende que a política de guerra às drogas fracassou e, hoje, contribui com a escola de formação de criminosos ao lançar em cadeias superlotadas pequenos traficantes, que acabam convivendo com quadrilheiros de alta periculosidade.