O segundo filme da carreira de Angelina Jolie como diretora, Invencível, traz o drama convencional para sensibilizar o público e acaba se perdendo no fato biografado. O roteiro, baseado no livro de Laura Hillenbrand: Invencível - Uma História de Sobrevivência, Resistência e Redenção, é assinado por Richard LaGravenese e William Nicholson, com revisão de Joel e Ethan Coen.
Acompanhamos a trajetória de Louis Zamperini (Jack O’ Connell), atleta olímpico que serviu o exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em uma de suas missões, o avião em que estava sofre problemas, e com outros dois membros de sua equipe, fica à deriva no Pacífico até serem encontrados pelos inimigos japoneses. A partir daí, Zamperini sofre torturas, é humilhado e forçado a trabalhar como escravo ao lado de outras centenas de soldados norte-americanos.
Contada em dois tempos lineares, a biografia se desenvolve com o intercalar do presente de Louis, já na guerra, e de seu passado antes de se tornar um atleta. Diante do primeiro ato, é possível notar a pobreza do estilo narrativo, porém, os diálogos são fracos e as músicas não se encaixam com o que é apresentado na tela.
Jack O’ Connell consegue mostrar na tela a força de Zamperini frente à todas as dificuldades pelas quais ele passa, mesmo quando acaba tomando um rumo inesperado. A trama, no entanto, não faz dele um grande herói de guerra, como se vende. O motivo é a falta de empatia com o personagem principal: sua trajetória parece menos interessante do que é esperada devido ao roteiro mal adaptado.
Com um tom totalmente parcial, as falas em tom de auto ajuda só conseguem deixar a obra ainda mais maçante, afastando cada vez mais o protagonista do público. Junto a isso, o longa se limita em sua montagem e cortes totalmente comuns, que são sempre baseados em um fade in/out, trazendo-nos de volta aos anos 60. Entretanto, mesmo não sendo inovador, é possível admirar o belo trabalho que foi feito com a maquiagem, que transmite uma realidade fascinante.
Apesar das boas intenções, Invencível não consegue contar uma história marcante e que acrescente algo além do que já foi visto nas telonas. Ademais, Jolie se esqueceu do principal: em uma guerra não há vilão ou mocinho. Seu patriotismo exagerado foca em fatos dispensáveis conduzindo o filme para um melodrama barato de Hollywood.
Por: Caroline Venco