Godzilla

O filme original de Ishirô Honda de 1954 mostra a ameaça que Godzilla traz ao Japão e o utiliza como metáfora para falar sobre a guerra e a bomba atômica. Esse remake feito por Gareth Edwards não passa mensagem alguma nem faz ao menos um filme que seja minimamente divertido.

Com o roteiro de Max Borenstein, somos apresentados ao Dr.Serizawa (Ken Watanabe) e sua parceira Dr. Graham (Sally Hawkins), que encontram nas Filipinas um MUTO (Massive Unidentified Terrestrial Organism) e evidências de que um segundo teria escapado. Em Tókio, temos o engenheiro Joe Brody (Bryan Cranston) e sua esposa Sandra Brody (Juliette Binnoche), que trabalham em uma usina nuclear e criam seu filho Ford (Aaron-Taylor Johnson). Joe encontra evidências de que algo está errado, mas (obviamente) ninguém o escuta e o pior começa a acontecer. Quinze anos depois, Ford faz parte do Exército Americano e se especializa em desarmar bombas. Ao voltar pra casa, após 14 meses longe de sua família, Ford encontra sua esposa Elle (Elizabeth Olsen) e seu filho Sam (Carson Bolde), mas é obrigado a ir para o Japão ajudar seu pai que está preso.

Apesar de ser um filme sobre monstros, o fator humano é algo imprescindível para fazer o espectador se importar com alguém e torcer pelo destino da humanidade. Mas parece que Edwards não dedicou muito do seu tempo construindo bons personagens, já que nenhum deles apresenta qualquer personalidade e, na maior parte do tempo, são rasos e vagos. O personagem de Taylor Johnson, que ocupa grande parte do filme, não apresenta nenhum carisma e tem a mesma expressão de soldado o tempo todo. Bryan Cranston ainda tenta tirar algo significativo de seu personagem, mas as circunstâncias e as decisões que ele toma não o ajudam muito. Elizabeth Olsen tem seu talento desperdiçado e fica isolada de tudo, com um personagem que, infelizmente, não contribui em nada.

Se por um lado os humanos são dispensáveis, as brigas e cenas de ação dos monstros são muito boas. Além do Godzilla, temos dois monstros que voam e destroem tudo que encontram pela frente. São Francisco, Las Vegas, Honolulu servem de palco para as batalhas e são completamente destruídas. O fato do filme “viajar” por tantos lugares acaba prejudicando, e muito, o seu ritmo, tornando-o chato e cansativo. Além de não conseguirmos seguir uma linha de pensamento, os diálogos e relações entre os personagens são desinteressantes e pouco inspirados.

Com um elenco de qualidade desperdiçado em personagens ruins, um roteiro fraco e que ignora parte da mitologia do Monstro, esse novo Godzilla é mais uma experiência esquecível e desequilibrada. 

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