The Signal

Assistir a um filme de ficção científica e não obter todas as respostas para as perguntas, teorias e discussões que ele gera, não é necessariamente algo ruim. Refletir sobre aquilo que foi visto e analisar os detalhes expostos pelo diretor é um dos prazeres de ser apresentado a um universo fictício. Em The Signal, algumas respostas são entregues ao espectador e a sensação de confusão permanece, mas é acompanhada pela decepção de um desfecho infeliz.

Co-escrito pelo diretor William Eubank, com Carlyle Eubank e David Frigerio, acompanhamos três amigos, Jonah (Beau Knepp), Nic (Brenton Thwaites) e sua namorada Haley (Olivia Cooke), viajando em direção a Califórnia. Durante a viagem, Nic e Jonah entram em contato com um hacker, Nomad, responsável por destruir alguns servidores do MIT, escola onde eles estudam, e, desde então, os dois amigos tentam localizá-lo. Após descobrirem sua possível localização, a poucos quilômetros fora da rota da viagem, Nic e Jonah convencem Haley a fazer essa pequena parada.

O suspense e a curiosidade criado em volta de Nomad é interessante. O jogo de perseguição e a paranóia por serem observados cria uma tensão no trio que culmina ao chegarem à casa abandonada no meio do deserto onde Nomad, supostamente, está escondido. Gravando tudo com uma câmera de mão, o que lembra muito o conceito de found footage utilizado em Bruxa de Blair e que foi replicado até à exaustão desde então, os dois amigos vasculham a casa inteira atrás de Nomad. Antes de darmos conta do que aconteceu, uma série de eventos se desenrola e Nic acorda em um quarto sentado numa cadeira de rodas pronto para ser interrogado por Damon (Laurence Fishburne), que não diz quem é, usa um traje espacial, assim como todas as outras pessoas dessa instalação, não fornece informações sobre o acontecido ou onde estão seus amigos.

Depois que Damon é apresentado, o tom do filme muda completamente, abandonando tudo que foi construído anteriormente e tornando o ritmo desequilibrado. Muitas situações estranhas e sem explicação acontecem, mas nenhuma consegue, de fato, fazer a história se desenvolver da maneira interessante como no início da trama.  O relacionamento entre Nic e Haley torna-se um ponto alto do filme. A química entre os dois personagens funciona muito bem e a lindíssima fotografia de David Lanzenberg colabora muito para isso. Os flashbacks de situações felizes entre os dois e cenas em slow-motion, adicionam um tom mais humano à relação do casal, fazendo com que torçamos por eles, além de poupar a super exposição dos personagens para nos contar seus passados.

Uma das virtudes de ficções científicas de baixo orçamento é explorar temas e utilizar técnicas narrativas que não seriam possíveis em blockbusters ou filmes de grandes estúdios. Embora possua personagens interessantes, seja bem atuado e filmado, The Signal pecou por não saber qual caminho seguir e tentar, algumas vezes, parecer mais inteligente do que realmente é.

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