Poderes e viagem no tempo… é Atividade Paranormal tomando um caminho praticamente sem volta.

*O texto contém spoilers.

E eis que a franquia Atividade Paranormal chega ao seu quinto filme (Não conto com o Spin-Off que aconteceu em Tóquio). Apostando na mesma estética que os filmes anteriores, a franquia resolve arriscar e inserir alguns elementos novos… A pergunta que fica é: Será que vai dar certo?

O lançamento do quarto filme em 2012 mostrou que a franquia estava dando sinais de cansaço. O quarto filme apostou muito no elemento do humor, tirando assim um pouco de credibilidade dos filmes anteriores. Neste novo filme, o diretor Christopher Landon aplica novos elementos na franquia, em que, na minha humilde opinião, começam a levar a franquia para a decadência.

O filme conta a história de Jesse e Hector, dois grandes amigos que são fascinados em filmar tudo a sua volta com uma câmera portátil (óbvio, porque se não, não teríamos filme!). Um belo dia eles escutam sons estranhos vindo do apartamento de baixo. E logo depois, os jovens descobrem que a dona desse apartamento pertence a uma seita.

Todos os outros filmes da franquia apostaram na figura do Demônio como vilão, mostrando alguns personagens possuídos e também em elementos como objetos se mexendo, portas se abrindo, esse tipo de coisa… Esse novo filme tem todos esses elementos, porém insere coisas que, na minha opinião, não ficou legal: Uma delas é poderes! Isso mesmo! Desculpem-me o spoiler, mas a inserção de poderes no personagem principal é tão absurda que tem que ser falado. Uma coisa é você ver o personagem de Katie nos filmes anteriores, mostrando uma força fora do normal quando está possuída… Outra coisa é o personagem de Jesse “aparatando” nos lugares (vou usar o mesmo termo utilizado na saga Harry Potter para quem consegue ir de um lugar para o outro, desaparecendo). E o absurdo não para por aí. A franquia Atividade Paranormal sempre mostrou um ponto muito forte no roteiro, ao fazer todos os seus filmes se ligarem de maneiras coerentes e possíveis… Porém, nesse a ligação foi feita por uma, pasmem: VIAGEM NO TEMPO. O diretor Christopher Landon que também é o roteirista do filme se mostra totalmente perdido na história ao fazer esse tipo de ligação… Nem a maneira como ela é feita, é satisfatória: o personagem Hector abre uma porta em uma casa onde ele se encontra e vai parar no apartamento de Katie, antes dela estar possuída… Ou seja, dias antes do primeiro filme acontecer, já que esse Atividade Paranormal: Marcados Pelo Mal se passa em 2012, e Katie começou a ficar possuída em 2006… Enfim, poderes e viagem no tempo era um caminho que a franquia não precisava ter tomado. Se formos ter um sexto filme, imagine o caminho que ele tomará para poder explicar essas coisas.

Apesar desses enormes defeitos, o filme ganha pontos nas cenas de tensão. Destaque para três cenas: A primeira vez que Jesse e Hector entram no apartamento da vizinha morta; Quando Jesse vai procurar o seu cachorro à noite, dentro do porão do apartamento da vizinha; e uma sequência que acontece antes de Hector “viajar no tempo” e entrar na casa de Katie. Ele está à noite em uma casa que ele não conhece, no escuro sendo perseguido por Jesse e o clã das parteiras. Essa última cena, uma das melhores da franquia.

É isso, a franquia Atividade Paranormal mostra que cansou… Precisou arriscar em outros elementos para ver se sobrevive, mas ,a meu ver, a ideia não foi nada boa… Seria muito mais vantajoso ficar apenas com os elementos que os três primeiros filmes apresentaram.

Paranormal Activity: The Marked Ones, 2014. Direção: Christopher Landon. Com: Andrew Jacobs, Jorge Diaz, Gabrielle Walsh, Renee Victor, Noemi Gonzalez, David Saucedo, Gloria Sandoval, Richard Cabral. 84 Min. Terror.