“As Long as Shotguns Remain” é um salto no precipício do niilismo

Caroline Poggi e Jonathan Vinel formam dupla de diretores do curta metragem francês que arrasta a tristeza por todas as suas cenas


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Está muito calor e as ruas estão estranhamente vazias em uma pequena cidade do sul da França. Após a morte por suicídio do amigo Sylvain, Joshua também quer morrer, mas não quer deixar seu irmão Mael sozinho e, por isso, antes de encerrar a própria vida, Joshua vai trabalhar para que o irmão consiga entrar numa gangue da cidade, os Icebergs. O pré-requisito para ser membro da gangue é ter uma arma.

O curta metragem falha ao não conseguir guiar o expectador em sua proposta e, por causa desse erro, o que conseguimos é apenas fazer especulações. A intenção da obra é discutir a escalada da violência em pessoas que foram capturadas por essa estética armamentista? discutir o suicídio adolescente? a miséria do homem frente a morte de Deus? Existem possibilidades, mas, como eu disse, a obra não deixa claro ao que veio.

Além disso, o curta também esbarra em elementos batidos como homens franceses e jovens enquadrados em belas paisagens e rebeldes sem causa que usam uma espécie de uniforme, tudo para criar uma estética para “As Long as Shotguns Remain”. Os diretores poderiam dividir um pouco desse esforço e colocar mais empenho no desenvolvimento da história.

Apesar dos deslizes, o curta tem seus méritos em trazer um ponto de vista mais humano para o suicida. Muitas vezes retratado apenas com seus conflitos internos, aqui o protagonista Joshua mostra preocupação com o que será de seu irmão Mael, após ele encerrar a sua vida. Ao longo da história, a única coisa que fica clara é a tristeza que se arrasta por todas as cenas.

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