Crítica | Renascida do Inferno

Sempre que surge uma nova produção do gênero terror, eu me animo com a possibilidade de ser surpreendida de alguma forma inimaginável. A expectativa, entretanto, é normalmente frustrada com enredos poucos envolventes, efeitos especiais pobres e construções de personagens medíocres. Com um elenco quase desconhecido, Renascida do Inferno (The Lazarus Effect) propõe revelar, de modo rápido e pouco criativo, o medo no pós-vida.

O que ocorre após a morte? Esta pergunta realizada por bilhares de pessoas e pesquisada por alguns cientista é o plote do enredo macabro. Mais uma vez a ciência e a psicologia entram em jogo para mostrar que os piores temores estão na nossa mente, mas que podem tocar o real. No ano passado, duas produções exploraram este jogo psicológico e não obtiveram sucesso: O Espelho e A Marca do Medo.

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Carregado por Olivia Wilde (Rush: No Limite da Emoção), o longa começa com um grupo de cientistas dedicado a um experimento para reviver seres vivos. Muitos filmes de zumbi nasceram com essa premissa, não é o caso aqui, mas você pode esperar que em algum momento isso não vai dar certo. Para rechear o bolo, existe um discurso científico na história sobre os hormônios que o corpo libera na hora da morte e ainda desfaz o mito da utilização de 10% do cérebro pelos humanos, mas a parte interessante para por aí.

Depois de reviverem um cachorro, que uma hora dá um susto, se torna agressivo, e na outra esta orbitando em outro universo, o grupo é banido de usar os recursos da universidade e tem todos os seus anos de pesquisa apreendidos. Com receio de perder todo o seu trabalho, os cientistas Frank (Mark Duplass) e Zoe (Wilde), além dos estudantes Eva (Sarah Bolger), Clay (Evan Perers) e Niko (Donald Glover), resolvem invadir o laboratório e recriar o experimento.

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É óbvio que dá errado, um deles morrem e o experimento é realizado num ser humano. Assim começa todo o drama e suspense do filme, envolvendo o passado de Zoe e a resolução do que seria ir ao inferno. Portanto, retirá-lo de lá não é uma boa ideia. O mérito do filme é não se prolongar muito na resolução, porque depois do experimento, a gente só espera mortes e aposta em quem será o último a desaparecer, tal como a saga Premonição.

O roteiro ainda tenta pregar uma peça no final, no entanto, é tão rápido na sua abstração que o público não consegue nem se sentir enganado. Olivia Wilde está muito bem como uma mulher possuída por uma força estranha e, claro, se sobressai facilmente do elenco desconhecido. Os jovens atores não fazem feio, mas seus personagens são ruins e a história tem mais baixos do que altos.

Renascida do Inferno dá alguns sustos, mas não chega nem perto de nos deixar apreensivos. Os efeitos especias são de gosto duvidoso, já vimos incêndios melhores na telona. Para o que se propõe, cumpre bem pouco e o final entreaberto sugere uma continuação. Afinal, alguém tem sair ou entrar naquele laboratório algum dia. Será?

Nota: 2

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