Baahubali 2: A conclusão (2017)

Título original: Baahubali 2: The conclusion

País: Índia

Duração: 2 h e 47 min

Gêneros: Ação, aventura, drama

Diretor: S. S. Rajamouli

IMDB: http://www.imdb.com/title/tt4849438/


Como o primeiro filme foi espetacular – “Baahubali – O início” (2015) – uma grande expectativa recaiu sobre sua continuação, que, diga-se de passagem, conseguiu ser ainda melhor e confirmou o magnetismo obtido junto a seu público e a qualidade desta jornada cinematográfica dividida em duas etapas. A segunda parte do épico, “a conclusão”, apesar de mais fantasiosa do que a primeira, “o início”, corroborou com uma constatação que venho percebendo há tempos: o cinema indiano vem atingindo maturidade técnica necessária para concorrer com filmes de qualquer outro país, inclusive com os americanos. A tecnologia utilizada em ambos os filmes é competente, mas ainda falha. As cenas de luta são fantasticamente coreografadas e abusam do recurso de “speed ramping“, que consiste em acelerar e desacelerar as cenas para dar um efeito estético diferente e mostrar detalhes. Além disso, a fotografia e a trilha sonora são outros grandes destaques, como já é comum nos filmes indianos. O personagem principal, Baahubali, um homem dotado de uma força hercúlea e habilidades sobre-humanas, estereotipa o grande herói de uma nação e demonstra valores de respeito à família como uma de suas maiores características. Como visto, razões para assistir à dupla de filmes sobre Baahubali não faltam. Ambos os filmes são fantásticos. São filmes para Spielberg ver, corrigir alguns pequenos detalhes e admirar.

A sinopse é a seguinte: “O segundo e último capítulo desta saga traz à baila a história da disputa pelo trono de Mahishmati pelos dois irmãos, Baahubali e Bhallaladheva. A coroa foi prometida ao primeiro após a batalha final do capítulo inicial, no entanto, o insatisfeito Bhallaladheva transforma a disputa em guerra e não medirá esforços para alcançar o seu objetivo, contudo não é apenas o poder sobre um reino que está em jogo, mas também a dignidade de uma família marcada por traições e injustiças.”

É necessária atenção absoluta às mulheres da trama, principalmente duas delas, Sivagami, a matriarca da família, e Devasena, a mulher que o destino colocou como objeto de disputa entre os irmãos. Apesar de a linha principal de raciocínio da história levar à relação entre “Bahu” e “Bhalha”, são elas que tomam as principais atitudes que delineiam o rumo da narrativa, entretanto, são alvos de manipulação e persuasão em diversas situações. O considerado sexo frágil se alterna várias vezes ao longo do filme entre sua poética fragilidade e uma força emocional superlativa. Em se tratando de cinema indiano, onde há mulheres, há romances, e o filme segue o padrão ao consumir boa parte de sua exibição no desenvolvimento do amor entre Baahubali e Devasena. No meu entender, faltou celeridade à construção desse relacionamento no roteiro, pois o principal atrativo de “Baahubali” é a ação que ele proporciona a seu público, que é tolhido por muito tempo em nome do mais belo e puro sentimento. Trato esse romantismo exagerado como um ponto falho do enredo, mas tenho certeza de que muita gente apreciou, principalmente o público local, por essa ser uma característica marcante – e até desejável – da cinematografia indiana. Após ter assistido a tantas produções indianas, confesso que esse viés já está sendo percebido por mim como pieguismo, mas isso apenas uma opinião particular.

Outro ponto relevante a ser considerado é a falência familiar que vemos ao longo do filme. A família real demonstra, principalmente por intermédio de Ballhaladeva e de seu pai, Bijjaladeva, uma total ausência de amor, pois seus atos sempre são movidos por sentimentos de inveja e ódio. A narrativa busca ao máximo evidenciar tais sentimentos e atribuir a eles um caráter de normalidade quando o poder é o objetivo final. A busca do poder a qualquer custo sepulta todos os bons sentimentos caracterizadores de uma família normal. Achei interessantes essas passagens pelo paralelo que se pode traçar com outras conjunturas do nosso mundo real. Em suas entrelinhas, “Baahubali” exprime realidade!

Nove anos de trabalho foram necessários para a finalização dos dois filmes e eles são, em números absolutos, os mais caros da história da Índia. Nem sempre tempo e dinheiro são sinônimos de qualidade no meio cinematográfico mas, felizmente, esta máxima não se aplica a esta novela épica. O primeiro filme é desafiador e o segundo é arrebatador. Que pena que acabou!

A crítica da parte 1, “Baahubali: o início” pode ser lida clicando aqui.

O trailer é de arrepiar e está mostrado abaixo.

Adriano Zumba


 

9 comentários Adicione o seu

  1. Rogério Oliveira disse:

    Bom dia!!! O primeiro filme, muito bom por sinal esta disponível no Netflix! E acredito que foi única maneira de o filme mostrar as caras no Brasil. Não me lembro de alguma divulgação por aqui. Estou ansioso para ver a conclusão.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Rogério, a conclusão é tão boa qto o primeiro filme. Ainda n tem uma boa versão na net. Ou vê a versão ruim, como foi meu caso, ou espera sair a boa. Um filme desses é pra ver em HD pois é espetacular. Vou rever numa versão boa com certeza.

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  2. PATRICIA GERARDT disse:

    Ainda não assisti o 2, mas achei o primeiro filme muito bom! Lembrou também as guerras épicas de LOTR e GOT, além da biga, que me transportou a Ben-hur, o primeiro, é claro!
    Excelência “bollywoodiana”!

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  3. EDUARDO DA SILVA SALES disse:

    Quero ver ele dublado em português…. por favor

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    1. Eduardo, ele tá disponível na Netflix e lá sempre tem a opção de assistir aos filmes em vários idiomas. Verifique lá, por favor.

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  4. WILLIAM MORAES CORRÊA disse:

    O cinema indiano não deve nada a ninguém faz décadas. Os filmes são sensacionais. Hollywood e cheia de erros e mídia. Baahubali é uma saga inigualável. Sou fã de carteirinha. Baahubali forever, forever Baahubali.

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