O centenário que fugiu pela janela e desapareceu (2013)

Título original: Hundraaringen som klev ut genom fonstre och forsvann

Título em inglês: The hundred year-old man who climbed out the window and disappeared

Países: Suécia, Rússia, Reino Unido, Alemanha, Espanha, França

Duração: 1 h e 54 min

Gêneros: Aventura, comédia

Elenco Principal: Robert Gustafsson, Iwar Wiklander, David Viberg

Diretor: Felix Herngren

IMDB: https://www.imdb.com/title/tt2113681/


“O aniversário de 100 anos de Allan Karlsson é um acontecimento na pequena cidade de Malmköping, na Suécia. O prefeito está lá, os jornais, os outros residentes da Casa de Repouso e a mal-humorada diretora Alice. O único probleminha é que o aniversariante não está nem aí para a festa, afinal ele não está tão velho assim, e explorar o mundo parece ser uma ideia bem mais divertida. Mesmo que para isso ele tenha que pular a janela de seu quarto e sumir dali – de pijama, pantufa e apenas uns poucos trocados no bolso. Mesmo com suas débeis pernas ele consegue chegar até a rodoviária, comprar uma passagem e, na primeira das muitas situações inusitadas nas quais nosso ancião vai se meter, ele furta a bagagem de um rapaz muito mal-educado que tinha ido ao banheiro, e embarca em uma viagem sem destino certo. O que ele não imaginava é que aquela mala de rodinhas tivesse milhões e milhões de coroas suecas, e muito menos que ela pertencia a uma gangue. Agora, os funcionários do asilo, a imprensa, as autoridades da cidade, a polícia e um bando de criminosos estão atrás dele. Mas Allan não está sozinho. Pelo caminho, ele conquista novos amigos (ou, melhor, cúmplices, o que inclui até uma dócil elefanta), cria planos mirabolantes, crimes perfeitos e protagoniza algumas das mais hilariantes cenas de perseguição e fuga da literatura. Mas essa está longe de ser a maior aventura de Allan Karlsson. Ao longo de seus 100 anos, acidentalmente ou não, ele sempre esteve no lugar certo e na hora exata. Ele não só foi testemunha de alguns dos maiores acontecimentos do século XX, como também teve papel fundamental neles. Mao Tsé-Tung, Churchill, Truman, Stalin e o general Franco, todos caíram nas graças do atrapalhado e não tão ingênuo Allan – mudando o curso da história em uma mesa de bar com uns (nosso ancião sempre teve um fraco por vodca) ou salvando a vida de outros. Durante essa inusitada jornada de uma longa vida, Jonas Jonasson constrói um personagem extremamente cativante, com ares de Forrest Gump, e conta, numa versão muito mais divertida, como aconteceram alguns dos eventos mais marcantes do último século. Você ainda acha que Oppenheimer não precisou de uma mãozinha para concluir o Projeto Manhattan e bombardear o Japão?”

O texto acima é a sinopse do bestseller sueco”O ancião que saiu pela janela e desapareceu“, do escritor e jornalista Jonas Jonasson, que vendeu mais de 6 milhões de exemplares em todo o mundo e a partir do qual o filme em tela foi adaptado. Após assistir ao filme e ler a sinopse do livro, como é de se esperar, percebe-se que há alguns acontecimentos que são suprimidos da adaptação cinematográfica, principalmente alguns fatos alusivos à retrospectiva de vida de Allan Karlsson, afinal se trata de uma vida muito recheada de causos pitorescos, entretanto a essência narrativa é mantida e temos uma obra engraçadíssima, com um protagonista deveras carismático e com um roteiro bastante envolvente.

O simples fato do personagem principal ser um homem de 100 anos já atrai as atenções. Então, as características de Allan vão sendo reveladas aos poucos. Trata-se de um homem destemido, estéril – os fatos que levaram à essa esterilidade são mostrados numa cena hilária -, aventureiro e que possui um hobby bastante peculiar: explodir coisas – ou pessoas, ou animais. Por conta de seus hábitos e sua atração por personagens ilustres, sua vida é bastante emocionante. Temos um road movie pela estrada da história da humanidade, principalmente a do século XX. O diretor oferece a possibilidade de o curso da história ter sido modificado pela presença de Allan e suas ações. Um recurso muito inteligente e bastante cômico, principalmente pela interação do protagonista com diversos ditadores e cientistas famosos, em relações muito informais. O melhor de tudo é a naturalidade – e até um certo desdém – com a qual Allan encara as situações que lhes são impostas pelo destino. É muito burlesco!

Essa “retrospectiva histórica” é exibida concomitante ao presente narrativo, ou seja, enquanto Allan é caçado incessantemente pelos mais diversos motivos, que resultam nas mais diversas situações engraçadas, mesmo contendo crimes entre elas. Trata-se de humor negro de primeira qualidade. Tenho que dar destaque a alguns personagens divertidíssimos e caricatos que são inseridos nas duas jornadas do ancião: o irmão burro de Einstein, Herbert Einstein; o comparsa indeciso e inseguro; o bandido apaixonado, etc. Todos os personagens secundários, com suas características próprias, adicionam uma pitada a mais de tempero nas piadas e nas situações construídas com um único propósito: divertir o espectador. Até mesmo a elefanta participa ativamente do filme e tem papel fundamental no roteiro.

Como informação, “O centenário que fugiu pela janela e desapareceu” possui uma continuação, que se chama “O centenário que saiu sem pagar a conta e sumiu”, produzida no ano de 2016, que começa exatamente do momento de onde o primeiro filme termina. Assistir ao segundo sem assistir ao primeiro talvez atrapalhe o entendimento.

Essa obra com título-frase é mais um exemplo de que garimpar à procura de filmes é sempre válido. Uma comédia, diga-se, uma pérola, vinda da fria Suécia, que esquenta nossa alma, por proporcionar tórridas gargalhadas e muita diversão durante sua exibição. Vocês não vão esquecer desse explosivo Forrest Gump da terceira idade. Um personagem espetacular!

O trailer, com legendas em português de Portugal, segue abaixo.

Adriano Zumba

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