Cinema: O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos

Fim da Jornada: Terceiro filme encerra a Saga com chave de ouro.

Fim da Jornada: Terceiro filme encerra a Saga com chave de ouro.

“Um dia me lembrarei. Eu me lembrarei de tudo que aconteceu. Das coisas boas e ruins. Daqueles que sobreviveram e dos que não conseguiram…”. As palavras de Bilbo são pura realidade para os fãs da Saga da Terra-Média. O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos chega aos cinemas repleta de expectativa por ser o desfecho da Trilogia, e, também, por ser o adeus à Terra-Média.

Mas nem tudo correu bem durante a Trilogia. Primeiro a saída de Guilhermo del Toro da Direção e Peter Jackson assumindo-a. Mas essa mudança foi benéfica, na minha opinião. Jackson tem um conhecimento monstruoso sobre a Terra-Média e seus personagens, difícil imaginar um filme passado naquele cenário sem ser feito por ele. A identificação é muito grande, e o carinho e respeito dele para com os personagens é fantástico. A Saga estava em boas mãos. Porém, a decisão de adaptar um livro em três filmes, deixou algumas pessoas desconfiadas.

Desconfiança que tomou forma após o primeiro filme. O Hobbit: Uma Jornada Inesperada se mostrou um filme lento e muito arrastado, com muitas cenas desnecessárias. O filme pagou pela ganância de querer dividir a obra em três partes, e Jackson teve que encher linguiça (por assim dizer) para conseguir fazer essa divisão. Aprendida a lição, O Hobbit: A Desolação de Smaug se mostrou um filme repleto de ação, mais bem acabado e muito bem feito. Com um ótimo dinamismo, a história deixou os fãs eufóricos para a conclusão da Saga. Já em O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, Peter Jackson não deixa o público respirar direito. O filme é repleto de ação do começo ao fim, fazendo com que seu ritmo não caia e a Trilogia tenha um desfecho que merecia ter.

O filme tem problemas? Lógico que tem. A Batalha dos Cinco Exércitos não é perfeito. A Trilogia O Hobbit não foi perfeita. É lógico que problemas de roteiro aconteceriam no modo como o estúdio queria. Erros de roteiro e narrativa existem, desde Peter Jackson tendo que dar ênfase em alguns personagens desnecessários, e até em cenas desnecessárias. Isso durante toda a Saga. O diretor também teve que acrescentar Frodo e Légolas que nem no livro aparecem. Lógico que os fãs foram a loucura reencontrando esses personagens (eu fui um deles). Inclusive Légolas é épico nessa terceira parte de O Hobbit. Jackson até teve que inserir uma personagem nova, a elfa Tauriel, interpretada pela belissíma Evangeline Lilly.

Problemas de roteiro e narrativa que acompanharam toda a Saga mas que não atrapalharam em momento algum o lado técnico do filme. Os efeitos especiais são espetaculares em A Batalha dos Cinco Exércitos, a recriação dos personagens de Tolkien, em especial os Orcs, são fantásticos. A aparição de Sauron foi simplesmente incrível, coisas que os fãs da Terra-Média esperavam desde O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei quando se tinha um boato de que Sauron poderia aparecer. Smaug faz o seu show no início do filme, e já ali percebemos que os efeitos estão espetaculares. A trilha sonora de Howard Shore está impecável. E quanto a fotografia? Mais uma vez Peter Jackson nos brinda com as belas paisagens da Nova Zelândia e cria uma fotografia impecável.

Já nas cenas de ação, Peter Jackson nos brinda com cenas que não nos deixaram quietos na poltrona. Dentre elas, destaco uma em que os anões vão correndo em direção aos Orcs e fixam os escudos no chão e por cima deles os elfos atacam os Orcs… essa cena é incrível e memorável… me desculpem pelo spoiler, mas essa cena é tao fantástica que é difícil conter a empolgação. Todas as outras cenas de batalha são de um apuro visual brilhante, e Peter Jackson ainda deixa Orlando Bloom e seu Légolas darem um show que leva o público e os fãs da Saga da Terra-Média à loucura nas fantásticas cenas em que ele participa. Até Elrond e Saruman tem espaço para brilharem em uma certa cena que também é fantástica. Tudo isso, além de ser bem feito, é para o fã da Saga jamais esquecer.

Um dos personagens mais importantes para se acompanhar em A Batalha dos Cinco Exércitos é Thorin. O ator Richard Armitage mostra a mudança psicológica de seu personagem de forma incrível. Acompanhamos ele nessa sua jornada de sentimentos: desconfiança, lealdade e amizade são alguns dos sentimentos que passam por ele durante toda essa caminhada. Richard consegue olhares atormentados, enfurecidos e calmos (em certos momentos) de maneira arrebatadora. Uma das melhores atuações de toda a saga. Há de se destacar também o belo trabalho feito por Martin Freeman, como Bilbo, em que foi perfeito para o papel.

No fim, a Trilogia O Hobbit se mostra acima da média. E ao fim de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, você se pegará com um grande sorriso no rosto, por ter revisto e conhecido personagens marcantes que sempre farão parte da nossa memória cinematográfica. Viajar e estar na Terra-Média foi incrível mais uma vez. E aquelas palavras ditas por Bilbo que coloquei no início do texto são verdadeiras, e além disso, ainda temos os filmes para rever e reencontrar personagens marcantes tanto desta Trilogia, como na Trilogia do Anel.

Obrigado a J. R. R. Tolkien, a Peter Jackson e a todos os envolvidos nas Trilogias O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Obrigado por nos trazer cultura da melhor qualidade, a nos ensinar mais sobre amor, amizade, lealdade, companherismo e muitos outros sentimentos. E obrigado a Gandalf, Bilbo, Aragorn, Frodo, Sam, Pippin, Merry, Thorin, Légolas e todos os outros habitantes da Terra-Média, que nós, os fãs, temos como verdadeiros amigos.

Nota 9

The Hobbit: The Battle of The Five Armies, 2014. Direção: Peter Jackson. Com: Martin Freeman, Ian McKellen, Orlando Bloom, Evangeline Lilly, Benedict Cumberbatch, Lee Pace, Luke Evans, Richard Armitage, Cate Blanchett, Manu Bennett, Aidan Turner, Hugo Weaving, Dean O’Gorman, Christopher Lee, James Nesbitt. 144 Min. Aventura.

Leia também:

– Memorável: O Senhor dos Anéis
– Cinema: O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

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