Cinema: A Teoria de Tudo

A vida pessoal e os romances de um dos maiores cientistas que o mundo da já viu, rende um excelente filme.

A vida pessoal e os romances de um dos maiores cientistas que o mundo da já viu, rende um excelente filme.

Há muito tempo que o mundo do cinema leva para as telas histórias reais, onde os protagonistas são devastados por alguma doença e que os atores que vivem esses papéis tem que passar por uma grande transformação e dedicação para chegar ao resultado esperado. Ano passado, Matthew McConaughey conquistou a crítica com a sua interpretação em Clube de Compras Dallas, e esse ano é a vez do jovem Eddie Redmayne conquistar, todos os holofotes com a sua interpretação em A Teoria de Tudo.

O longa acompanha a vida do cientista britânico Stephen Hawking, famoso por suas teorias sobre os buracos negros e vítima da doença esclerose lateral amiotrófica, mais conhecida como Ela, que o deixou para sempre em uma cadeira de rodas, sem movimentos e com expectativa de vida de dois anos, desde a descoberta da doença. Porém, Hawking está vivo até hoje e driblando todas as diversidades para sobreviver.

O jovem Eddie Redmayne, visto em Os Miseráveis, é o responsável por ser Stephen Hawking no longa. Usei a palavra ser, porque a atuação de Redmayne é tão brilhante, tão perfeita, que ele não apenas viveu o personagem, ele praticamente é o verdadeiro Stephen Hawking. O ator se dedicou a cada detalhe de Stephen, seus trejeitos, modo de olhar, de andar, o modo como o ator se porta na cadeira de rodas, a fala. Tudo é perfeito. Não existe nenhuma falha em sua atuação. Redmayne é tão soberbo em cena, que algumas vezes eu imaginava se estava vendo um ator interpretando Stephen, ou se aquelas imagens eram de um documentário com o próprio Stephen Hawking. Chegam a faltar palavras para descrever a atuação de Redmayne. Simplesmente IMPECÁVEL. Quem também dá um show é Felicity Jones, que vive Jane Hawking, primeira esposa de Stephen. Ela entrega uma personagem talhada com a pressão da vida que teve indo do amor incondicional do início até ao cansaço humano devido a todo o trabalho que teve que ter com Stephen. Uma mulher muitas vezes cansada, mas que sabia a posição e a responsabilidade que tinha. Uma grande atuação.

Para dar vida a essa bela história, o roteirista Anthony McCarten, foi, digamos, ousado. O filme praticamente deixa de lado o ateísmo de Hawking. O tema é citado, porém não muito abordado. Anthony deixa bem claro um triângulo amoroso entre Stephen, Jane e Jonathan, que acaba entrando na vida do casal para ajudar nas tarefas. Porém, o filme arrisca, o que o torna mais honesto e verdadeiro. Tudo feito de maneira bem natural, produzido para entendermos cada personagem e suas motivações, sem chocar o público.

James Marsh dirige muito bem o longa, utilizando muitas vezes closes nos personagens, o que dá um ar de mais veracidade ainda à história. O diretor consegue criar cenas lindas, como a cena do baile em que Stephen e Jane se conhecem, e cenas impactantes como Stephen tentando subir uma escada, praticamente sem movimentos. Todos os movimentos são feitos na medida certa para emocionar, sem tornar o filme piegas. Um excelente trabalho do diretor, que venceu o Oscar de Documentário com o filme, O Equilibrista.

Para completar, a trilha sonora do filme é linda e a fotografia é deslumbrante. A Teoria de Tudo é um filme com um coração e um sentimento imenso. Um  filme que nos emociona e nos inspira, e hoje em dia, é dessas histórias que precisamos.

Nota 10

The Theory of Everything, 2014. Direção: James Marsh. Com: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior, Harry Lloyd, Alice Orr-Ewing, David Thewlis, Michael Marcus, Paul Longley, Amily Watson. 123 Min. Drama.

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