gênero: Drama, Policial, Biografia
duração: 3h 29 min
ano de lançamento: 2019
estúdio: Tribeca Productions
direção: Martin Scorsese
roteiro: Charles Brandt, Steven Zaillian
fotografia: Rodrigo Prieto
direção de arte: Bob Shaw
Frank Sheran, conhecido como "O Irlandês", é um caminhoneiro veterano de guerra que, em dado momento da vida, passa a prestar serviço para a máfia - primeiro desviando cargas, depois como assassino de aluguel. Em uma viagem, dirigindo para o chefão Russell Bufalino, ele vai relembrando os serviços que fez e seu envolvimento com o sindicato.
Quando soube que Martin Scorsese estava para lançar um novo filme com um elenco de peso fiquei ansiosíssima. Porém, quando O Irlandês teve apenas sua pré-estréia no cinema e foi, em seguida, lançado apenas na Netflix, levei um balde de água fria.
Estamos falando de um épico de máfia, com uma grandiosidade - tanto de enredo quanto de duração - equivalente a "Era Uma Vez Na América", por exemplo. Assistir a 3h29 de filme na televisão é quase massacrante, ainda que o roteiro seja envolvente. Tenho certeza que a imersão e a apreciação de imagem e som seriam muito mais aproveitados com um telão e sistema de som distribuído em vários pontos de uma sala escura.
Por outro lado, ver na TV ajudou com que o CGI feito para rejuvenescer os personagens não ficasse tão ruim. Imagino como isso ficaria ruim em uma tela gigante, sem contar as lentes azuis de Frank, se na TV já incomodou bastante.
Tirando essas questões, temos um enredo clássico de filme de máfia - intrigas, vinganças e crimes brutais. Pode talvez não entrar na lista dos melhores de Scorsese, mas com certeza, se O Irlandês fosse de qualquer outro diretor menos renomado, seria considerado o melhor de sua carreira.
A forma como o diretor consegue desenvolver suas tramas de forma fluida, e de certa forma até leve, é única. O uso de uma trilha sonora agradável, com músicas românticas e divertidas, e o desenvolvimento de personagens - ainda que vilões, mas simpáticos - com certeza é a chave do sucesso,
Inclusive, isso é algo que sempre me surpreende em seus filmes: ainda que um personagem seja um sanguinário sem coração, é construído de forma a conquistar a empatia do público.
Para ajudar nesse último ponto, ainda temos um elenco sem defeitos fazendo personagens dentro de um ambiente que já é lugar comum para eles. Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino são figurinhas carimbadas em filmes de máfia e, com certeza, foram uma das chaves para a repercussão e burburinho sobre O Irlandês.
Sim, vale cada minuto assistido. Ainda que longo, não acho que tenham sequências que poderiam ser cortadas. Porém, além de não ser um filme para se ver sem estar preparado, seria muito melhor aproveitado no cinema. Ainda tenho esperanças de poder vê-lo desta forma.
CLASSIFICAÇÃO: BOM
Poster e Ficha Técnica: IMDb
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