Crítica: Mr. Mercedes (2017, de Jack Bender e outros)

Mr. Mercedes é mais uma série homônima do livro de Stephen King e traz tudo o que autor mais preza: medo, pavor e a maldade humana. King andou em alta nos últimos tempos, ganhando diversas adaptações de seus livros como 1922, pela Netflix e mais recentemente vamos ter um reboot de O Cemitério Maldito nos cinemas em maio. A adaptação conta com um excelente elenco e é uma série para poucos, com uma história forte e pesada para os mais sensíveis, Mr. Mercedes passa despercebido do grande público, mas não para os fãs do autor. Confira o que achamos da primeira temporada da série. 



Chocante é a palavra certa para descrever o primeiro ato da série, que segundo quem leu os livros, que se trata de uma trilogia, o acontecimento é idêntico ao escrito: numa fila em uma feira de empregos, um motorista avança sobre as pessoas sem restrições, atropelando e matando diversas delas, inclusive crianças. Acredite, não é nada que você já tenha visto. Há corpos espalhados no asfalto, aos pedaços, tudo muito explícito sem nenhuma discriminação, coisa que acontece durante toda a série. Nada é censurado, aumentando tudo aquilo que King escreve tão bem “Terror, horror e repulsa”.

O caso é investigado pelo detetive Bill Hodges (Brendam Gleeson) interpretando de maneira excepcional o policial que se vê em uma encruzilhada, sem saber como proceder perante o massacre e sem suspeitos, sua vida começa a ruir e aos poucos a obsessão com esse caso acaba por destruí-lo psicologicamente. Vale dizer que a cena é digna de aplausos, e muito mais do que uma história, remete ao estado que se encontra a população dos EUA após uma crise econômica em 2009.



Por outro lado, somos apresentados ao psicopata que bolou tudo isso, Mr. Mercedes como se autodenomina. Um jovem franzino, desajeitado, de olhos esbugalhados e absolutamente inofensivo a um primeiro olhar, mas que esconde grandes segredos. Brady Hartsfield (Harry Treadaway) é tudo aquilo que se espera dele e muito mais, é um personagem odiável e ao mesmo tempo digno de pena. Harry consegue passar todos os momentos de seu personagem, o diabólico, o coitado, o injustiçado e com certa delicadeza, transparecer a origem de todos seus traumas e problemas. Atuação excelente, que digo ser ainda melhor do que foi apresentado em Penny Dreadful.

Tudo na série beira à genialidade, a direção muito bem construída nos faz sentir dor e repulsa a cada episódio, a trilha é um chamariz a mais, que encaixa perfeitamente nas situações, o suspense é tangível e sempre ficamos com aquela pulga atrás da orelha sobre o que vai acontecer a seguir.


Temos em mãos uma série ímpar do renomado autor, que repito, traz tudo o que ele mais preza em sua escrita que transparece na tela. Todo o conflito aparentemente gerado gratuitamente vai se transformando em uma bola de neve sangrenta e cada vez que alguém cava, mais e mais podres vão surgindo à superfície. Se você é fã do gênero ou do autor, não pode deixar de conferir essa obra.






Título Original: Mr. Mercedes


Direção: Jack Bender, John David Coles, Laura Innes


Episódios: 10 episódios


Duração: 60 minutos


Elenco: Brendan Gleeson, Harry Treadaway, Kelly Lynch, Scott Lawrence, Breeda Wool, Justine Lupe, Mary-Louise Parker

Sinopse:
A história de um psicopata que comete assassinato em massa ao dirigir sua Mercedes em direção a uma multidão de pessoas. Imediatamente, o policial aposentado Bill Hodges faz de sua missão encontrá-lo e levá-lo à justiça. 






Trailer:






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