Em Testamento, a condição pós-colonial é personificada na figura de Abena, uma ativista convertida em repórter de TV que retorna à Gana contemporânea pela primeira vez desde o golpe de Estado de 1966, quando foi interrompido o experimento de socialismo africano liderado pelo presidente Kwame Nkrumah. À deriva em uma “zona de guerra de memórias”, nas palavras do subtítulo do filme, Abena é capturada na tensão entre história pública e memória privada. Testamento é caracterizado por enquadramentos despovoados e um olhar deliberadamente frio, os quais evocam a paisagem emocional do trauma pós-colonial.