Cayque

Já falei muito sobre Dark na página que tenho no insta, sobre o quão importante as cores e a trilha sonora foram importantes nas primeiras temporadas, guiando quem assiste em pequenos detalhes, deixando rastros para os mais atentos entenderem o contexto geral da história, mudou algo na terceira? mudou, ao meu ver, mudou bastante, o processo em que cores que faziam ligações diretas nas cenas foi trocada por uma questão mais filosófica e cientifica, Dark sempre funcionou com frases impactantes, algo que da robustez a cena, um tom de serio e sentimental ao mesmo tempo, na terceira temporada vemos que o lance do texto forte é necessário na maior parte do tempo, seja com Adam dando uma “lição de moral” nos seus seguidores ou Eva, que pensa que está fazendo o jogo perfeito contra Adam.

Uma das principais coisas que podemos notar no último ano da série é o desenvolvimento de personagens, sempre me incomodou um pouco, principalmente na primeira, o fato de não darem atenção necessária para personagens que apareciam por muito tempo em tela, não foi o que aconteceu nessa, mesmo inserindo novos personagens (são muitos personagens) temos atenção em todos que são essenciais para explicar a história, e falando em personagens, que seleção de atores essa série tem, que seleção, a equipe de Casting juntamente com os criadores da série Jantje Friese e Baran bo Odar estão de parabéns, não me recordo de nenhum trabalho de alto nível com tantos atores assim.

Dark optou por utilizar transições de cenas menos convencionais, antes de mudar de ano nos primeiros episódios podemos ouvir um rápido “tique-taque” depois a transição escolhida é um leve efeito BLUR (ou tremida se ficar melhor de entender) com um "Zoom In" que eu achei sensacional, totalmente combina com a temática da série, como se estivessem sendo sugados por um buraco negro.

Vou pular pro final, simplesmente pelo motivo de não ficar um texto gigantesco, agora vamos combinar? Que final meus amigos, que final! Tão complexo que foi dividido basicamente em quatro partes, vou citar duas delas aqui que são, os dois presos dentro de um “loop temporal?” conseguindo ver a versão um do outro quando criança e depois simplesmente descobrindo que um dia quando pequenos, aquilo realmente aconteceu em alguma parte do tempo e o momento que Martha e Jonas finalmente encontram o filho e nora de Tannhaus, alguém notou que eles passaram por um Déjà-vu? Pois a vida que eles tinham mesmo em mundos separados, foi basicamente tirada dos dois, sendo assim, existe uma ligação muito forte, por isso a reação de espanto de todos os quatro, não é algo claro, que ta ali dizendo, eles tem uma ligação, mas Dark fez durante todas suas temporadas coisas do tipo e meteu em uma cena final, algo sentimental que brinca com o tempo, posso dizer que a série é finalizada com chave de ouro e se tornando uma das melhores séries dos últimos anos, sem dúvida alguma.

Qual bom fã de terror e suspense mais atento que não conhece Jason Blum, dono da produtora "Blumhouse Productions", que é sem dúvida o nome mais forte em produzir filmes do gênero atualmente, um exemplo é o "O Homem Invisível" desse mesmo ano.

Nem tudo são flores no meio do cinema de baixo custo, e "You Should Have Left" é uma verdadeira, bomba! agora vamos aos motivos de não ter dado certo.

Primeiramente, temos o casal com uma filha pequena que vai pro campo e fica em uma casa isolada, algo em torno 6km da cidade mais próxima, total clichê para filmes do gênero, algo que já está saturado. Segundo fato, a intenção de "gourmetizar" um filme como esse, não deu certo, o trailer passa uma ideia legal que chama a atenção de ser um filme com uma boa história, mas o que temos é algo perdido, a trama basicamente é de trás pra frente, algo que poderia ter funcionado caso a ideia tivesse sido melhor executada.

O que deixa a indignação é que não temos um diretor inexperiente no comando, estamos falando de David Koepp que já participou de boas produções do gênero mas deixa aqui talvez sua pior produção já feita, a história não deixa totalmente claro o que acontece, mas não estou falando do tipo, um filme confuso que precisa pensar muito pra entender (um grande exemplo de filme confuso E BOM seria Amnésia de Christopher Nolan) mas a impressão que o filme deixa ao tentar apresentar ao protagonista o que está acontecendo com ele, tudo isso no meio de "Jumpscares" forçados e em cenas iniciais que mais me parecem comercial de margarina "família feliz indo pra casa em uma tarde amarelada". Não indico, mesmo sendo um filme curto, mas abro uma pequena exceção para quem for estudante de cinema e audiovisual, o trabalho de luz e sombras do filme é algo bem interessante de prestar atenção, pode servir para estudo de alguma maneira e inclusive é o motivo da nota 2, se essa categoria não fosse boa, seria um zero bem redondo.