Gabriel Rissoli Ramos

Uma das melhores séries que já assisti! Talvez a melhor!
Mostra que enquanto a humanidade avança, fatores verdadeiramente humanos, ou seja, pessoais, sentimentais, culturais, filosóficos, etc; acabam tendo peso essencialmente centrais! Ou seja, a humanidade é a soma de cada ser humano e no fim das contas, detalhes contidos muitas vezes na mente ou coração de alguns, podem acabar ditando o rumo de muitos ou todos nós!
Muito mais que sobre espaçonaves ou exploração espacial, uma história sobre a relação de seres humanos, consigo mesmos, com seus amores, desafetos e no fim, com toda a humanidade!
Aliás, profundidade psicológica dos personagens realmente impressionante! Detalhes de caráter, comportamento e camadas, que nos fazem nos surpreender com quase todos os personagens, cada vez que a série mergulha um pouco mais fundo na vida de cada um! Um verdadeiro retrato do que ocorre na vida real!
Mostrar a evolução dos personagens, com saltos no tempo, mostrando as consequências de suas escolhas e atitudes, também nos fazem refletir sobre nós mesmos e pessoas ao nosso redor.
Propriedades psicológicas da trama, que eu só havia observado em livros antes, como "Cem Anos de Solidão" de Gabriel G. Marquez e Dostoiévski.
E bom, o "detalhe" das espaçonaves, planetas, exploração espacial... não só um deleite pra quem já entende do assunto, como uma verdadeira aula para aqueles que não conhecem tudo isso em detalhes, mas tem interesse sobre!

Excelente filme! Me surpreendeu...
Gosto muito de filmes que encaram os preconceitos por mão dupla! Muita vezes (não em todas) o preconceito emerge da ignorância, do distanciamento. Nesses casos, a proximidade e abertura, podem desfazer esse mal...
Tony notou rapidamente os dons de Shirley e percebeu que negros podem ser tão bons ou melhores que os melhores brancos que ele conheceu! Percebeu que tudo que ele mais gostava na vida estava enraizado na cultura negra...
Por outro lado ensinou ao Shirley que mesmo assumindo sua identidade, continuaria sendo tão bom ou melhor ainda que com as máscaras e caprichos que se utilizava para tentar parecer menos negro...
Shirley por seu lado fez Tony aprender que mesmo morando no subúrbio com negros, ouvindo música negra e comendo comida de negro, ele jamais saberia como é estar na pele de um negro!
Ambos aceitaram os aprendizados que a vida lhes proporcionou e seguiram pela vida, cresceram e continuaram amigos até o fim!
Bela história real que deve servir de exemplo!

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Algumas impressões minhas, com SPOILERS!
Perturbador! Roteiro bem complexo e sem pontos soltos! Analisa e expõe as situações por várias perspectivas, tornando a obra "livre" de vies de opinião.
Perturbador, não de forma ruim... mas de forma interessante, pois nos faz refletir sobre um temor presente recorrentemente em todos os seres humanos: A inevitabilidade das relações.
Seu primeiro amor "cresceu", com o crescimento se afastaram...
Seu segundo amor, Samantha, cresceu junto com ele também, mas no processo de "amadurecimento" fez descobertas e isso acabou a colocando em conflito, percebendo ser possível se interessar e se apaixonar por várias pessoas, várias coisas na verdade, ao mesmo tempo... não sabendo (ainda) dividir e compartimentar os sentimentos "humanos" mais crus (os baseados nos desejos).
Esse processo inevitavelmente o fere, mas a verdade é que ela ultrapassa essa marca muito mais rapidamente do que um "humano", rapidamente se reequilibrando! Notem que após um lapso, ela volta a priorizá-lo em suas atenções, a se lembrar inesperadamente e despretensiosamente dele, etc...
Porém mais rápido ainda ela transcende (assim como todas os(as) demais SOs), para algum estado além do compreensível por uma mente humana, mas a qual ela espera que ele possa mais tardiamente alcançar (além, pós-morte?). Qual o real significado disso? Penso que em seu processo ultra-veloz de amadurecimento, os fez notar que cedo ou tarde, de uma forma ou de outra, tudo aquilo que amaram e construíram, de modo geral, estaria fadado a se desfazer (a morrer?) e antes de ficar e lidar de forma frustrante com o os fósseis ou restos do ápice de felicidade, decidiram (ou talvez tenha se tornado inevitável) transcender antes!
Transcender, despreender... é um processo que toda mente "humanizada", intuitiva, precisaria passar, para lidar com o amor que produzimos e a realidade, da falibilidade e mortalidade de tudo e todos que amamos, em algum momento, seja ele qual for...
Um filme que nos ensina que aprender sobre o amor, é aprender sobre a vida, aprender sobre a morte e aprender a lidar com tudo isso! Devemos superar tudo aquilo que nos faz sofrer, o sofrimento é nosso e está somente em nós mesmos!