Guilherme

Pensei em escrever uma carta aberta em sua homenagem. Como ato de gratidão e reconhecimento.
Já que minha maior frustração é não poder fazê-lo em vida.
Não sei bem o que escrever. É difícil, quando alguém se torna um ídolo, falar diretamente de alguma forma. O senhor ao longo de seus 94 anos vividos, foi a referência da arte contemporânea e da vida do homem moderno no cinema. Muito mais do que isso, sua obra foi a resposta através do cinema para a pergunta: “o que é a vida afinal?”
Aquele que domava o silêncio como nenhum outro em seus filmes. Conhecedor da alma humana, dos conflitos internos e das relações. O preto e branco, o pincelado das cores em “O Deserto Vermelho”. Os ângulos abertos em Zabriskie Point. E muitas outras técnicas memoráveis através do seu trabalho. Inesquecíveis. Eu poderia ficar horas aqui, mas infelizmente você não poderá mais ler.
Essa nota serve apenas como desencargo de consciência de um grato cinéfilo. Você foi o maior artista e maior italiano do século XX. É uma pena muitos não saberem quem você foi.

A Michelangelo Antonioni.