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Últimas opiniões enviadas

  • Jorge Cruz Jr.

    O filme do ano, pelo menos de acordo com a audiência segmentada da MTV, possui elementos extremamente positivos, que tornam indiscutível sua qualidade. Todavia, peca por aquilo que muitos observam no cinema comercial dos últimos anos: a falta de originalidade.

    Para a minha geração, assistir A Bela e a Fera, refilmagem em live-action do clássico absoluto do estúdio de Walt Disney lançado em 1991, é como reencontrar um velho amigo e relembrar os bons tempos de infância. Repetindo números musicais e diálogos e deixando claro ser este seu objetivo, conseguiu aumentar seu poder de arrecadação em comparação a Mogli: O Menino Lobo (2016). Se a aventura do menino criado na selva custou 175 milhões de dólares e obteve bilheteria mundial de 960 (5,5x o orçamento), o romance estrelado por Emma Watson custou menos (160 milhões, mesmo assim o maior custo de um musical na história) e arrecadou muito mais (1,260 bilhão – ou, 7,8x seu orçamento). A Disney já abraçou essa galinha dos ovos de ouro revestida de refilmar suas grandes animações com atores e prometeu lançar pelo menos um desses por ano. É a primeira releitura de um longa da chamada Era do Renascimento do segmento de animação da empresa, que começou com A Pequena Sereia (1989) e termina, forçando a barra, com Tarzan (1999).

    Mesmo entrando em campo com a vitória garantida, ainda tem alguns cuidados na hora de colocar a mão na massa, superando Malévola (2014) e Cinderela (2015) em termos de qualidade. O primeiro deles é garantir uma produção muito caprichada. A Bela e a Fera é um filme muito bonito visualmente, com departamento de efeitos visuais de difícil execução (lembre-se dos objetos animados como castiçais, bules e xícaras), mas com resultado eficiente. Além disto, ainda acerta em escalar Emma Watson no papel principal. Se não estamos diante de uma nova Meryl Streep, pelo menos seu trabalho é leve, agradável e sua figura tem o poder de atrair uma geração posterior àquela que estourava as fitas de VHS revendo o desenho animado. Sua preocupação em aceitar poucos trabalhos para permitir que sua imagem atrelada a Hermione Granger descanse um pouco vem rendendo frutos e o sucesso de A Bela e a Fera é consequência disso. Quem parece ter se acertado na carreira é Luke Evans, que interpreta Gaston. Com um papel obrigatoriamente caricato, ele se sai muito bem, evitando um exagero que prejudicaria o filme.

    O elenco de apoio conta com um correto Kevin Kline como Maurice (pai de Bela) e grandes estrelas do cinema britânico emprestando suas vozes (e performances capturadas) aos objetos animados (como Ewan McGregor, Ian McKellen e Emma Thompson). Josh Gad, que deu voz a Olaf em Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) se destaca no alívio cômico vivendo LeFou. Aliás, seus trejeitos afeminados e o toque de empoderamento nas falas e atitudes de Bela comprovam que mesmo nas histórias mais antigas é possível tratarmos de representatividade. Mesmo com um roteiro engessado pela animação de 1991 o espectador mais atento conseguirá identificar muita coisa interessante (como o guarda-roupa “libertando” três homens na cena de invasão ao castelo). Por fim, a Fera vivida por Dan Stevens, finalmente dá a ele um papel que faz jus à sua capacidade, mesmo envolvendo muita maquiagem e CGI. O ator, que saiu da série Downton Abbey precocemente para estrelar algumas produções de fundo de quintal nos Estados Unidos, faz boa composição daquele que é o único personagem mais complexo.

    A Bela e a Fera funciona como musical quando se assume assim, aproveitando o talento de Bill Condon, diretor de Dreamgirls: Em Busca de um Sonho (2006) e responsável pelos roteiros de Chicago (2002) e O Rei do Show (2017). Be Our Guest, o ponto alto da animação original, também é o grande momento de deslumbre deste novo longa, que possui três canções a mais, além de algumas letras mais longas. Como já foi dito, não é uma produção que causa tanto impacto pela total ausência de originalidade, mas a Disney simplesmente não quer fazer nada mais do que uma simples releitura. Isto leva a alguns problemas, como uma forte queda de ritmo no final do segundo ato e alguns desenvolvimentos de cenas e personagens exagerados ou até mesmo caricatos, incompatível com a narrativa escolhida.

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  • Jorge Cruz Jr.

    Quando Bryan Fogel vislumbrou o projeto que se tornaria o documentário Ícaro jamais imaginaria os caminhos que sua vida e obra tomariam, o que acabou levando seu nome à lista dos indicados ao Oscar de 2018 da categoria. Concebido inicialmente como uma espécie de “documentário experiência”, Fogel foca a trajetória do filme de maneira bem parecida com aquela que Morgan Spurlock fez em Super Size Me: A Dieta do Palhaço (2004). Ciclista amador, depois de participar da competição mais importante da categoria na França, se propõe a fazer o ciclo de treinamentos do ano seguinte usando doping.

    Mais do que isso, ele quer provar que é possível utilizar substâncias que melhoram o rendimento de um atleta sem que o laboratório credenciado a identifique. Uma premissa capaz de abalar o mundo das competições esportivas, não fosse o atropelamento que a História faz no filme de Fogel. Isto porque ele ganha no caminho a ajuda de Grigory Rodchenkov, diretor do laboratório credenciado pela Wada para fazer exames antidopings na Rússia. Este ensina todas as técnicas e maneiras de burlar os resultados dos exames de urina para que o uso de substâncias proibidas não seja identificado. Ocorre que o russo está no centro do escândalo que explodiu em 2016, quando ficamos sabendo que havia uma forma sistemática de encobrir o doping de qualquer atleta da Rússia que assim quisesse. Uma trama digna de grandes filmes de espionagem, envolvendo autoridades governamentais e vinculadas ao esporte do país, algo que Ícaro trata muito bem a partir de seu segundo ato.

    Sim, o documentário pode ser dividido em atos, já que o ciclista-diretor não descartou todo o material prévio quando o foco do filme passa a ser o desenrolar do escândalo sob a perspectiva de Grigory. É nítido que, de início, Fogel queria traçar um paralelo com sua própria frustração ao ver os grandes expoentes de seu esporte preferido (como Lance Armstrong) se mostrarem uma farsa. Ele quer que o espectador prove de um sentimento de pessimismo em relação a qualquer competição de alto nível. Tirar a credibilidade dos institutos antidoping se mostrou o menor dos problemas, quando aquele que deveria auxiliar o protagonista ganha o palco para entregar de bandeja o que eram meras conjecturas do documentarista.

    Quem assistiu a premiere de Ícaro no Festival de Sundance, onde o filme venceu na categoria de melhor documentário produzido nos Estados Unidos, reputa a ele o ciberataque que fez com que as bilheterias parassem de funcionar por uma hora no sábado, dia 21 de janeiro de 2017. Entendem que as autoridades russas possuíam interesse em abafar o conteúdo do longa, que possui poder muito mais bombástico que Doping: Como a Rússia Faz Seus Campeões (2014), feito por uma canal de TV estatal da Alemanha e mencionado como a gênese do escândalo. Se a intenção era esta, os russos foram retumbantemente derrotados quando a Netflix adquiriu os direitos de exibição de Ícaro durante a mostra.

    Não vi o documentário alemão, mas acredito que Ícaro seja complementar a ele. Acompanhando e registrando os acontecimentos em tempo real, ainda teve a preocupação de colher outros depoimentos fundamentais para o entendimento total (já que foi feito sem as amarras de prazos de grandes distribuidoras). Não há perda de tempo em explicações desnecessárias, mesmo que um dos destaques na experiência de assisti-lo (sabendo apenas superficialmente do caso) é o toque de suspense da segunda metade. Um filme que joga muita coisa na cara dos amantes do esporte, sendo a principal delas a insistência em dar força e importância política a uma atividade que – a despeito de gerar muito dinheiro – deveria ser relacionada apenas à saúde e diversão.

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  • Jorge Cruz Jr.

    É de se lamentar que pouco se fale da história e da qualidade de Okja no meio cinematográfico, uma vez que, para muitos, esta produção ficou marcada como o filme que fez o Festival de Cannes alterar seu regulamento. Isto porque o longa estreou na edição de 2017 da mostra, recebendo inúmeras críticas uma vez que ele nunca seria lançado em uma sala de cinema. A produtora Netflix até tentou chegar a um acordo para que isso ocorresse, mas quando soube que – pelas leis francesas – há uma exigência de intervalo mínimo de 36 meses para uma produção ser disponibilizada em serviços de streaming, desistiu da empreitada. Já os organizadores do festival incluíram como exigência a distribuição regular em cinemas comerciais para que um filme inscrito possa ser submetido à Palma de Ouro a partir de 2018. Já a poderosa empresa não deverá voltar tão cedo à França, até porque teve que passar pelo constrangimento de ter seu filme vaiado assim que seu nome apareceu na tela.

    Deixando de lado a moderna discussão sobre ser ou não cinema um filme produzido prioritariamente para televisão, o espectador não deverá deixar de ver Okja por conta de purismo. O roteiro traz a história de uma grande corporação produtora de alimentos que cria um superleitão, selecionando vinte e seis sucursais nos mais diversos países do mundo para cuidar de um deles. Na Coréia do Sul, Mija (Seo-Hyun Ahn) e seu avô ficam responsáveis por Okja, uma leitoa extremamente inteligente, criada livre na natureza. Mesmo que pareça direcionado a um público mais infantil, com cenas mais engraçadinhas nos momentos de ação, há qualidades no longa de uma produção bem madura. O início contemplativo surpreende, uma pena que ao final do primeiro ato, o texto do roteirista (e também diretor) Joon-ho Bong queira nos mostrar uma Mija mais parecida com James Bond ou Ethan Hunt de Missão Impossível (1995) do que uma criança normal – talvez um reflexo de sua filmografia que sempre conta com elementos de ação e fantasia, que ele vem desenvolvendo muito bem na Coréia do Sul há duas décadas, em filmes como O Hospedeiro (2006).

    A qualidade da produção é boa, mesmo que não seja acachapante. Os 50 milhões de dólares disponibilizados pela Netflix parecem bem investidos, mesmo que não seja um produto de primeira linha. A impressão é que ele envelhecerá mais rápido do que o normal e que sua vida na tela grande não seria das melhores. Porém, para um telefilme, ele é ótimo. A força de Okja está nos temas que ele aborda. Com crítica pontual à cultura do espetáculo e aos programas de realidade, o longa ganha corpo quando toca na ferida da exploração animal. Sem ser panfletário em nenhum momento (pelo contrário, se preocupa bastante com a ambientação e imersão do espectador e sequer menciona que a Animal Liberation Front é uma instituição real), cumpre seu papel de instrumentalizar uma discussão cada vez mais pertinente na nossa sociedade.

    Ao traçar um paralelo com campos de concentração, Okja provavelmente levará boa parte dos espectadores às lágrimas. O filme não se perde em indefinições, pontas soltas ou cenas e personagens desnecessários. Merece destaque não só a atuação de Seo-Hyun Ahn como a protagonista Mija, mas o trabalho (sempre) espetacular de Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, dois dos atores mais corajosos da indústria atualmente, que deixaram-se vincular suas imagens de astros com a Netflix em uma produção cercada de desconfiança. Para apontar um aspecto não tão positivo em Okja, parece um equívoco do roteiro apresentar o líder da ALF, Jay (o também ótimo Paul Dano) quase tão caricato quanto os antagonistas vividos pela dupla de atores já mencionados.

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Ariane
    Ariane

    Atualiza seu Filmow, por favor.

  • Filmow
    Filmow

    Pessoal…

    O Oscar 2012 está chegando, e nós do Filmow resolvemos fazer um bolão para vocês usuários. E é claro que o vencedor não irá sair de mãos abanando, iremos dar um iPad 2 para o primeiro colocado.

    Então não perca essa chance, é só entrar na pagina do bolão, fazer o seu cadastro e já começar a dar os seus palpites.

    http://filmow.com/bolao-do-oscar/

    Participe e boa sorte.

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