João Pedro Costa

Não é por acaso que "grandes" empresas tem recomendado a exibição desse filme para seus "colaboradores". Abdicar da própria vida por uma carreira profissional repleta de assédio moral, colocando o bem-estar, a família e a própria dignidade em último plano é o que muitas empresas pedem de seus empregados. E chamam isso de honra. Ademais, enquanto o negro tenta demonstrar o seu valor dentre os brancos, num país estrutural e culturalmente racista, esse valor precisa ser respaldado por brancos, do início ao fim da obra. Desde o reconhecimento do suposto mérito para assumir a função tanto almejada, até a oportunidade de reintegração. Duas estrelas apenas pela atuação dos protagonistas.

Todas as expectativas frustradas ;-;

O preconceito decorre da ignorância e caminha ao lado da intolerância. Quem não conhece e não valoriza a cultura brasileira, porque prefere gelzinho americano para parecer mais "cult", pode passar longe de onde o documentário está sendo exibido.

O documentário é realmente muito bom! Obrigatório para quem vive em Salvador e ao seu redor; necessário para quem se interessa pela história da música baiana e brasileira. Não dei cinco estrelas porque agentes importantes do movimento não receberam o devido destaque, a exemplo de Margareth Menezes.