Scorsese é meu diretor vivo favorito, então sou suspeito pra avaliar algo dele. Mas sinto que na verdade, um grande problema é que ele é um dos diretores favoritos de quase todo mundo interessado em cinema, então não seríamos todos suspeitos?
Uma coisa que noto em todos os filmes do diretor que se propõem a destrinchar uma odisseia criminosa ao longo de décadas (ex: Bons Companheiros, Cassino, Lobo de Wall Street, O Irlandês...) tem uma certa distância entre os personagens e o público, normalmente gerada pelo humor negro e um certo desprezo sarcástico a estes universos de excessos e crimes que somos apresentados.
É isso que muitas vezes impede que haja uma história de amor real nesses filmes, porque não existe amor neste mundo de crimes, existe no máximo a luxúria. Vemos mais mulheres em Bons Companheiros como prêmios pois é assim que o narrador as vê. São vidas vazias e portanto, muitas vezes há um uso brilhante de estilo sob substância, porque são vidas sem substância.
Agora, em Killers of The Flowers Moon, eu sinto que houve muito desse mesmo estilo sórdido e sarcástico de Scorsese na direção. Mortes secas, enquadradas com a câmera distante, em meio a bebedeiras e brincadeiras estúpidas de homens infantis e sem amor. O tempo vai passando, década atrás de década, e a pouco tempo gasto em desenvolver com muitas minúcias as figuras participantes desses crimes, porque como nos outros filmes do diretor com a mesna estrutura, o tempo passa rápido quanto você vive rodeado de crimes, mortes, mentiras... Sempre tendo que apagar alguém ou esconder algo, invés de existir e respirar um dia após o outro.
Enfim, basicamente o que estou dizendo é que, comparado a outros filmes parecidos do diretor, Killers of The Flower Moon pode parecer tão bom quanto, e junte isso a grandes performances e uma história fascinante, e po, filmaço, certo?
Creio que não... Essa abordagem não funcionou aqui. Porque essa não é uma história que deveria ser contada com a mesma distância e sordidez de um filme de máfia comum. Falta sensibilidade pelos mortos, substância no amor central do filme, desenvolvimento dos coadjuvantes para nos aproximarmos da dor deste povo.
Nem achei que as 3h28 pesaram porque a história é realmente fascinante, mas fiquei o tempo todo esperando uma emoção que nunca veio. É um filme distante e frio. Scorsese se controlou o suficiente pra não tornar a coisa um festival de estilo, caso tivesse ido full na pegada de seus clássicos, mas também não percebe que a simples contação de um crime homerico não é suficiente pra sustentar tensão, suspense, drama, empatia...
Um grande acerto foi o final. Nele, vemos não apenas uma anunciação do que hoje é tão universalmente consumido como entretenimento, o gênero "true crime", comentário interessante sobre como a história e dor real de um povo é balizado pela transformação disso em conteúdo, mas também marca a importância de ao menos espalhar essas histórias para que não se repitam. E o final também marca a imagem forte do povo Onosage se unindo, porque em face a injustiça do governo e genocídio, eles só podiam contar com si próprios.
Mas no geral, acho que infelizmente foram mais erros que acertos...
Merece uma nota acima da média um pouquinho pq é um dos poucos filmes adolescentes dos anos 80 em que os personagens realmente são e agem como adolescentes. E tem umas mortes bem criativas e satisfatórias. Dito isso, é meio patético o quanto o plot twist é gratuito e choca mais pela bizarrice da forma como a cena é apresentada do que pela coisa em si. Nem entrando no mérito da transfobia que né...
Adaptação brilhante de um livro já muito sólido. O jeito que o Pollack consegue deixar todas as cenas claustrofóbicas com o trabalho preciso da câmera em um cenário tão limitado é impressionante.
Esse filme tem a mesma energia daquelas histórias de terror curtas e creepypastas de internet. Do tipo "Pai, tem algúem de baixo da minha cama - o pai de abaixa, vê seu filho novamente que diz - Pai, tem alguém em cima da minha cama" ou "cachorros também sabem lamber" ou o da mãe chamando a filha na sala e do quarto escuta "não vai filha! eu escutei também..."
Quando o filme está focado na tropicália ele consegue fazer um bom trabalho de estabelecer as motivações e contexto desse movimento tão importante. Mas é só os artistas "coadjuvantes" do filme saírem de cena na segunda metade passada na década de 70, que o filme parece simplesmente não fazer mais a mínima ideia do que a Gal Costa fez de importante na vida. O filme fica sem substância alguma, cenas e mais cenas que parecem achar que a única coisa relevante que a Gal fez na vida foi cantar bem e ser gostosa. Não aborda uma conquista dela que não estivesse a sombra dos amigos dela. Enfim, quase desrespeitoso.
Por mais emocionante que seja rever esses personagens, especialmente tudo o que diz respeito a trilogia do Sam Raimi que mudou minha vida completamente, eu devo dizer que ao final do filme não senti a sensação de completude que estava esperando.
O motivo é evidente, a forma pasteurizada com que a Marvel tem conduzido seu universo nos últimos anos, fazendo a pós produção dos filmes em tempo mínimo, com quase nenhum cuidado ou carinho especial nos efeitos especiais, fotografia ou trilha sonora, tudo pra entregar o máximo de filmes possível em um único ano, tem gerado produções que parecem mais plásticas do que as de 20 anos atrás, e sem a mesma alma.
O momento em que isso mais se torna evidente é na batalha final, que tinha tudo para ser um espetáculo único e arrebatador, mas é tão escuro e confuso que mal conseguimos identificar os personagens. O filme inteiro parece claustrofóbico, fechado, pequeno, sem escala... No fim sentimos apenas uma parcela da emoção que poderíamos ter sentido se tudo fosse feito com um pouco mais de cuidado e amor. As piadas constantes também quebram momentos que poderiam ser profundamente emocionantes...
A Marvel precisa parar de só capitalizar com os sucessos do passado e de fato APRENDER com eles. Os filmes da trilogia do Raimi foram o marco que foram por um milhão de motivos que não apenas o seu elenco. Queria que as referencias aqueles filmes tivessem ido pra além de só a superficie, e de fato afetado as raízes dessa obra.
Adorei a ideia de criar essa sequência num meta comentário sobre nostalgia, indústria cinematográfica, a própria franquia matrix e tudo que existe entre cada um desses pilares, em especial filosofia e anticapitalismo.
Isso já é suficiente pra justificar a existência desse filme e colocar em cheque o péssimo e infundado senso comum que levou muitas pessoas a cuspir nas continuações de matrix por tanto tempo, sempre achei uma trilogia perfeitamente consistente e com méritos fortes em cada um de seus filmes.
Infelizmente, não poderia dizer que é um filme perfeito, especialmente pela falta de criatividade nas cenas de luta, marca registrada da franquia. Não que esse seja o fator principal que torne Matrix a franquia que é, de forma alguma. O conteúdo filosófico e político dos filmes é bem mais importante do que "pew pew, pow pow", como o próprio filme discute. Mas isso não justifica a preguiça e repetição de lutas sem graça e picotadas, querendo ou não ainda é um filme com muito mais ação do que diálogos.
A fotografia também é uma decepção. Especialmente quanto estamos a todo momento sendo relembrados do quão únicos e interessantes visualmente foram os 3 filmes anteriores, ter que aguentar essa estética de câmera digital que dominou o cinema atual é frustrante.
To muito dividido com esse filme. Uma parte de mim diz que é uma pérola trash na pegada de alguns dos melhores trabalhos de John Carpenter e Sam Raimi, com uma grande extravagância na parte da direção e um plot twist tão bizarro e insano quanto criativo e arrepiante, como um episódio de Cripta do Terror feito com orçamento de blockbuster.
Outra parte de mim diz que é só uma puta bobagem do caramba, com um plot twist de extremo mal gosto e que só é divertido pelo quanto se leva a sério. Mas enfim, de um jeito o de outro, não deixa de ser divertido.
O final do filme é controverso e com razão. Mas sinto que pra além da temática de trauma, o filme tem muito a entregar. Uma narrativa e cinematografia incrível que remete a alguns dos maiores clássicos do gênero, especialmente dos anos 70 (especialmente Suspiria e Repulsion). O filme também tem um ótimo subtexto de desconstrução do sentimento saudosista das pessoas. Nos choca ao mostrar o quão inocente a ideia de "Nasci na época errada" pode ser ao encararmos a real face de uma era pra além de sua superfície cultural.
O filme é até divertido, mas pqp, tem algumas das cenas mais patéticas e previsiveis que já vi em qualquer filme de terror. Parece quase uma sátira do primeiro filme. Pensando que Pânico surgiu com a proposta de subverter certos clichês dos slashers com um toque maior de esperteza, essa sequência é profundamente decepcionante.
Animação rica, excentrica, original, fluída e profundamente brasileira. Uma das nossas obras mais subestimadas, sem dúvida. Já é uma das minhas animações favoritas.
Eu tive uma experiência insana reassistindo esse filme. Quando eu era bem criança assistia ele sem parar, mas desde meus 6-7 anos eu não assisti mais nenhuma vez. Reassistir ele agora aos meus 21 anos foi equivalente a ressuscitar uma parte adormecida da minha cabeça, numa espécie de nostalgia que nunca tinha sentido. Foi bizarro e fascinante. Eu lembrava de praticamente tudo no filme, exceto a história ou como esses fragmentos se juntavam, mas ao mesmo tempo eu nem pensava sobre esse filme e achava que as cenas na minha cabeça eram de algum episódio aleatório da série. Enfim, avaliando criticamente é um filme bem fraco. Mas a emoção que ele me fez sentir foi única.
Eu tenho que admirar o Eminem em ter tamanha auto consciência a ponto de aceitar participar de uma autobiografia que não tem medo de lidar com várias coisas bem pessoais e pesadas de sua vida. O filme também faz aquilo que mais gosto em cinebiografia, traz um insight do método criativo de seu protagonista, com a música "Lose Yourself" sendo composta ao longo da história e no final vemos o produto final sendo uma letra que basicamente resume o filme, ótimo recurso de direcionamento narrativo.
Apesar desses pontos positivos o filme ainda é no geral bem derivativo de um jeito preguiçoso e com muito dos vícios que o Eminem tem em sua música, como o de tentar ser ofensivo ao mesmo tempo que é extremamente vitimista e prepotente.
Eu lembro que odiei o filme, daí assisti uma análise sobre ele no Youtube e pensei "Caramba, até que é bem inteligente!". Só que agora que eu cheguei pra dar a nota e comentário sobre o filme, não lembro nem dele nem do vídeo. Então toma um 3 que ta bom KKKKKK.
Esse filme é um desrespeito com quase todos os personagens da série. Uma falta de tato e noção imperdoável e sensacionalista. Por outro lado, é o único filme da Nova Geração que realmente parece um filme, e não um episódio extendido. Uma pena o que fizeram com o potencial desses filmes, realmente trágico. Podiam ser tão memoráveis quanto os da equipe clássica, mas com exceção de Primeiro Contato são todos verdadeiras ofensas ao legado da equipe.
Na moral, mesmo amando esses personagens e universo, é difícil engolir isso aqui. Parece que ninguém deu a mínima pro quie tava fazendo. Por mais que não seja um roteiro tão mal arrumado quanto Gerações, nem tão ofensivo e desrespeitoso quanto Nemesis, é de longe o que menos parece um filme. Isso aqui ta mais pra um episódio da série extendido (dos bem ruins). Uma vergonha o descaso com seus personagens que os produtores tiveram nos filmes da Nova Geração. O melhor teria sido ter fechada a história no series finale da série (que é excelente) e deixar esses personagens com um final mais digno.
Único filme da Nova Geração que vale a pena. Uma história envolvente, ótimo uso de viagem no tempo em prol da mitologia da franquia e dos temas que vão desde de culto a personalidade, idolatria, religião, filosofia relacionada a inteligências artificiais e no geral uma aventura muito divertida envolvendo a tripulação.
O filme ainda sofre de uma conveniencias narrativas preguiçosas mesmo pra filmes amadores (tipo aquele personagem figurante de apoio que não tem uma fala o filme inteiro, que só existe pra no final servir de antagonista na batalha em cima da enterprise). Além de ser mais um grande e imperdoável desperdício dos coadjuvantes da série. Nenhum dos filmes da nova geração pareceram querer desenvolver qualquer personagem que não Picard e Data, o que é uma pena.
Um dos olhares mais intimistas e crus sobre o insano mundo dos sentimentos que surgem e morrem ao longo do tempo, no contexto de relacionamentos amorosos. Imagino que por mais particular que seja a história contada aqui, toda pessoa vai acabar se identificando com alguma cena, diálogo, personagem ou dilema. Outra prova da sensibilidade única do cinema de Mike Nichols que consegue me fascinar como poucas filmografias por aí.
Eu nunca vou entender como os responsáveis pela série The Next Generation foram capazes de fazer filmes tão absolutamente medíocres... A começar por esse aqui, que desperdiça todas as ideias boas que tinha numa trama sem o mínimo de lógica ou ideia do que fazer com seu elenco de apoio, e mal consegue entregar uma cena memorável, mesmo tendo em seu favor algo tão emocional quanto a última aparição do Kirk.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 602 Assista AgoraAdmito que estou dividido...
Scorsese é meu diretor vivo favorito, então sou suspeito pra avaliar algo dele. Mas sinto que na verdade, um grande problema é que ele é um dos diretores favoritos de quase todo mundo interessado em cinema, então não seríamos todos suspeitos?
Uma coisa que noto em todos os filmes do diretor que se propõem a destrinchar uma odisseia criminosa ao longo de décadas (ex: Bons Companheiros, Cassino, Lobo de Wall Street, O Irlandês...) tem uma certa distância entre os personagens e o público, normalmente gerada pelo humor negro e um certo desprezo sarcástico a estes universos de excessos e crimes que somos apresentados.
É isso que muitas vezes impede que haja uma história de amor real nesses filmes, porque não existe amor neste mundo de crimes, existe no máximo a luxúria. Vemos mais mulheres em Bons Companheiros como prêmios pois é assim que o narrador as vê. São vidas vazias e portanto, muitas vezes há um uso brilhante de estilo sob substância, porque são vidas sem substância.
Agora, em Killers of The Flowers Moon, eu sinto que houve muito desse mesmo estilo sórdido e sarcástico de Scorsese na direção. Mortes secas, enquadradas com a câmera distante, em meio a bebedeiras e brincadeiras estúpidas de homens infantis e sem amor. O tempo vai passando, década atrás de década, e a pouco tempo gasto em desenvolver com muitas minúcias as figuras participantes desses crimes, porque como nos outros filmes do diretor com a mesna estrutura, o tempo passa rápido quanto você vive rodeado de crimes, mortes, mentiras... Sempre tendo que apagar alguém ou esconder algo, invés de existir e respirar um dia após o outro.
Enfim, basicamente o que estou dizendo é que, comparado a outros filmes parecidos do diretor, Killers of The Flower Moon pode parecer tão bom quanto, e junte isso a grandes performances e uma história fascinante, e po, filmaço, certo?
Creio que não... Essa abordagem não funcionou aqui. Porque essa não é uma história que deveria ser contada com a mesma distância e sordidez de um filme de máfia comum. Falta sensibilidade pelos mortos, substância no amor central do filme, desenvolvimento dos coadjuvantes para nos aproximarmos da dor deste povo.
Nem achei que as 3h28 pesaram porque a história é realmente fascinante, mas fiquei o tempo todo esperando uma emoção que nunca veio. É um filme distante e frio. Scorsese se controlou o suficiente pra não tornar a coisa um festival de estilo, caso tivesse ido full na pegada de seus clássicos, mas também não percebe que a simples contação de um crime homerico não é suficiente pra sustentar tensão, suspense, drama, empatia...
Um grande acerto foi o final. Nele, vemos não apenas uma anunciação do que hoje é tão universalmente consumido como entretenimento, o gênero "true crime", comentário interessante sobre como a história e dor real de um povo é balizado pela transformação disso em conteúdo, mas também marca a importância de ao menos espalhar essas histórias para que não se repitam. E o final também marca a imagem forte do povo Onosage se unindo, porque em face a injustiça do governo e genocídio, eles só podiam contar com si próprios.
Mas no geral, acho que infelizmente foram mais erros que acertos...
Acampamento Sinistro
3.3 386Merece uma nota acima da média um pouquinho pq é um dos poucos filmes adolescentes dos anos 80 em que os personagens realmente são e agem como adolescentes. E tem umas mortes bem criativas e satisfatórias. Dito isso, é meio patético o quanto o plot twist é gratuito e choca mais pela bizarrice da forma como a cena é apresentada do que pela coisa em si. Nem entrando no mérito da transfobia que né...
Jeanne Dielman
4.1 109 Assista AgoraTeve uma cena que eu tava achando mó conceito, focando nela sentado por uns 15 minutos. Aí eu percebi que o filme tava pausado...
A Noite dos Desesperados
4.2 112 Assista AgoraAdaptação brilhante de um livro já muito sólido. O jeito que o Pollack consegue deixar todas as cenas claustrofóbicas com o trabalho preciso da câmera em um cenário tão limitado é impressionante.
A Visita
3.3 1,6KEsse filme tem a mesma energia daquelas histórias de terror curtas e creepypastas de internet. Do tipo "Pai, tem algúem de baixo da minha cama - o pai de abaixa, vê seu filho novamente que diz - Pai, tem alguém em cima da minha cama" ou "cachorros também sabem lamber" ou o da mãe chamando a filha na sala e do quarto escuta "não vai filha! eu escutei também..."
Quando a mãe das crianças fala "esses não são seus avós" meu cagaço foi igual.
Meu Nome é Gal
3.1 116 Assista AgoraQuando o filme está focado na tropicália ele consegue fazer um bom trabalho de estabelecer as motivações e contexto desse movimento tão importante. Mas é só os artistas "coadjuvantes" do filme saírem de cena na segunda metade passada na década de 70, que o filme parece simplesmente não fazer mais a mínima ideia do que a Gal Costa fez de importante na vida. O filme fica sem substância alguma, cenas e mais cenas que parecem achar que a única coisa relevante que a Gal fez na vida foi cantar bem e ser gostosa. Não aborda uma conquista dela que não estivesse a sombra dos amigos dela. Enfim, quase desrespeitoso.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraPor mais emocionante que seja rever esses personagens, especialmente tudo o que diz respeito a trilogia do Sam Raimi que mudou minha vida completamente, eu devo dizer que ao final do filme não senti a sensação de completude que estava esperando.
O motivo é evidente, a forma pasteurizada com que a Marvel tem conduzido seu universo nos últimos anos, fazendo a pós produção dos filmes em tempo mínimo, com quase nenhum cuidado ou carinho especial nos efeitos especiais, fotografia ou trilha sonora, tudo pra entregar o máximo de filmes possível em um único ano, tem gerado produções que parecem mais plásticas do que as de 20 anos atrás, e sem a mesma alma.
O momento em que isso mais se torna evidente é na batalha final, que tinha tudo para ser um espetáculo único e arrebatador, mas é tão escuro e confuso que mal conseguimos identificar os personagens. O filme inteiro parece claustrofóbico, fechado, pequeno, sem escala... No fim sentimos apenas uma parcela da emoção que poderíamos ter sentido se tudo fosse feito com um pouco mais de cuidado e amor. As piadas constantes também quebram momentos que poderiam ser profundamente emocionantes...
A Marvel precisa parar de só capitalizar com os sucessos do passado e de fato APRENDER com eles. Os filmes da trilogia do Raimi foram o marco que foram por um milhão de motivos que não apenas o seu elenco. Queria que as referencias aqueles filmes tivessem ido pra além de só a superficie, e de fato afetado as raízes dessa obra.
Matrix Resurrections
2.8 1,3K Assista AgoraAdorei a ideia de criar essa sequência num meta comentário sobre nostalgia, indústria cinematográfica, a própria franquia matrix e tudo que existe entre cada um desses pilares, em especial filosofia e anticapitalismo.
Isso já é suficiente pra justificar a existência desse filme e colocar em cheque o péssimo e infundado senso comum que levou muitas pessoas a cuspir nas continuações de matrix por tanto tempo, sempre achei uma trilogia perfeitamente consistente e com méritos fortes em cada um de seus filmes.
Infelizmente, não poderia dizer que é um filme perfeito, especialmente pela falta de criatividade nas cenas de luta, marca registrada da franquia. Não que esse seja o fator principal que torne Matrix a franquia que é, de forma alguma. O conteúdo filosófico e político dos filmes é bem mais importante do que "pew pew, pow pow", como o próprio filme discute. Mas isso não justifica a preguiça e repetição de lutas sem graça e picotadas, querendo ou não ainda é um filme com muito mais ação do que diálogos.
A fotografia também é uma decepção. Especialmente quanto estamos a todo momento sendo relembrados do quão únicos e interessantes visualmente foram os 3 filmes anteriores, ter que aguentar essa estética de câmera digital que dominou o cinema atual é frustrante.
Maligno
3.3 1,2KTo muito dividido com esse filme. Uma parte de mim diz que é uma pérola trash na pegada de alguns dos melhores trabalhos de John Carpenter e Sam Raimi, com uma grande extravagância na parte da direção e um plot twist tão bizarro e insano quanto criativo e arrepiante, como um episódio de Cripta do Terror feito com orçamento de blockbuster.
Outra parte de mim diz que é só uma puta bobagem do caramba, com um plot twist de extremo mal gosto e que só é divertido pelo quanto se leva a sério. Mas enfim, de um jeito o de outro, não deixa de ser divertido.
Noite Passada em Soho
3.6 722 Assista AgoraO final do filme é controverso e com razão. Mas sinto que pra além da temática de trauma, o filme tem muito a entregar. Uma narrativa e cinematografia incrível que remete a alguns dos maiores clássicos do gênero, especialmente dos anos 70 (especialmente Suspiria e Repulsion). O filme também tem um ótimo subtexto de desconstrução do sentimento saudosista das pessoas. Nos choca ao mostrar o quão inocente a ideia de "Nasci na época errada" pode ser ao encararmos a real face de uma era pra além de sua superfície cultural.
Pânico 2
3.2 818 Assista AgoraO filme é até divertido, mas pqp, tem algumas das cenas mais patéticas e previsiveis que já vi em qualquer filme de terror. Parece quase uma sátira do primeiro filme. Pensando que Pânico surgiu com a proposta de subverter certos clichês dos slashers com um toque maior de esperteza, essa sequência é profundamente decepcionante.
Até que a Sbórnia nos Separe
4.0 62Animação rica, excentrica, original, fluída e profundamente brasileira. Uma das nossas obras mais subestimadas, sem dúvida. Já é uma das minhas animações favoritas.
A Morte do Incrível Hulk
2.8 37Eu tive uma experiência insana reassistindo esse filme. Quando eu era bem criança assistia ele sem parar, mas desde meus 6-7 anos eu não assisti mais nenhuma vez. Reassistir ele agora aos meus 21 anos foi equivalente a ressuscitar uma parte adormecida da minha cabeça, numa espécie de nostalgia que nunca tinha sentido. Foi bizarro e fascinante. Eu lembrava de praticamente tudo no filme, exceto a história ou como esses fragmentos se juntavam, mas ao mesmo tempo eu nem pensava sobre esse filme e achava que as cenas na minha cabeça eram de algum episódio aleatório da série. Enfim, avaliando criticamente é um filme bem fraco. Mas a emoção que ele me fez sentir foi única.
8 Mile: Rua das Ilusões
3.5 476 Assista AgoraEu tenho que admirar o Eminem em ter tamanha auto consciência a ponto de aceitar participar de uma autobiografia que não tem medo de lidar com várias coisas bem pessoais e pesadas de sua vida. O filme também faz aquilo que mais gosto em cinebiografia, traz um insight do método criativo de seu protagonista, com a música "Lose Yourself" sendo composta ao longo da história e no final vemos o produto final sendo uma letra que basicamente resume o filme, ótimo recurso de direcionamento narrativo.
Apesar desses pontos positivos o filme ainda é no geral bem derivativo de um jeito preguiçoso e com muito dos vícios que o Eminem tem em sua música, como o de tentar ser ofensivo ao mesmo tempo que é extremamente vitimista e prepotente.
Luca
4.1 769Efeito Dominó é tipo:
> South Park faz piada do peixe gay em 2009
> Pixar lança Luca em 2021
Rugas
4.3 58Eu tenho um fraco por obras que sabem como retratar a terceira idade. Alguns exemplos pra quem tiver interesse na temática:
- Tentativas de fazer algo da vida (livro)
- Miscelanea Septuagenária de Bukowski (livro)
- Amour (filme)
- Dick Johnson is Dead (Documentário)
Todos repletos de sensibilidade e melancolia, mas sem perder o brilho no olhar que resiste em nós mesmo em nossos últimos dias.
Os Olhos de Cabul
4.1 19 Assista AgoraUm soco no estômago difícil de se recuperar...
5 Centímetros por Segundo
3.9 384Eu lembro que odiei o filme, daí assisti uma análise sobre ele no Youtube e pensei "Caramba, até que é bem inteligente!". Só que agora que eu cheguei pra dar a nota e comentário sobre o filme, não lembro nem dele nem do vídeo. Então toma um 3 que ta bom KKKKKK.
Jornada nas Estrelas: Nêmesis
3.1 62 Assista AgoraEsse filme é um desrespeito com quase todos os personagens da série. Uma falta de tato e noção imperdoável e sensacionalista. Por outro lado, é o único filme da Nova Geração que realmente parece um filme, e não um episódio extendido. Uma pena o que fizeram com o potencial desses filmes, realmente trágico. Podiam ser tão memoráveis quanto os da equipe clássica, mas com exceção de Primeiro Contato são todos verdadeiras ofensas ao legado da equipe.
Jornada nas Estrelas: Insurreição
3.3 50 Assista AgoraNa moral, mesmo amando esses personagens e universo, é difícil engolir isso aqui. Parece que ninguém deu a mínima pro quie tava fazendo. Por mais que não seja um roteiro tão mal arrumado quanto Gerações, nem tão ofensivo e desrespeitoso quanto Nemesis, é de longe o que menos parece um filme. Isso aqui ta mais pra um episódio da série extendido (dos bem ruins). Uma vergonha o descaso com seus personagens que os produtores tiveram nos filmes da Nova Geração. O melhor teria sido ter fechada a história no series finale da série (que é excelente) e deixar esses personagens com um final mais digno.
Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato
3.6 59 Assista AgoraÚnico filme da Nova Geração que vale a pena. Uma história envolvente, ótimo uso de viagem no tempo em prol da mitologia da franquia e dos temas que vão desde de culto a personalidade, idolatria, religião, filosofia relacionada a inteligências artificiais e no geral uma aventura muito divertida envolvendo a tripulação.
O filme ainda sofre de uma conveniencias narrativas preguiçosas mesmo pra filmes amadores (tipo aquele personagem figurante de apoio que não tem uma fala o filme inteiro, que só existe pra no final servir de antagonista na batalha em cima da enterprise). Além de ser mais um grande e imperdoável desperdício dos coadjuvantes da série. Nenhum dos filmes da nova geração pareceram querer desenvolver qualquer personagem que não Picard e Data, o que é uma pena.
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista AgoraUm dos olhares mais intimistas e crus sobre o insano mundo dos sentimentos que surgem e morrem ao longo do tempo, no contexto de relacionamentos amorosos. Imagino que por mais particular que seja a história contada aqui, toda pessoa vai acabar se identificando com alguma cena, diálogo, personagem ou dilema. Outra prova da sensibilidade única do cinema de Mike Nichols que consegue me fascinar como poucas filmografias por aí.
Jornada nas Estrelas: Novas Gerações
3.3 64 Assista AgoraEu nunca vou entender como os responsáveis pela série The Next Generation foram capazes de fazer filmes tão absolutamente medíocres... A começar por esse aqui, que desperdiça todas as ideias boas que tinha numa trama sem o mínimo de lógica ou ideia do que fazer com seu elenco de apoio, e mal consegue entregar uma cena memorável, mesmo tendo em seu favor algo tão emocional quanto a última aparição do Kirk.
Heavy Traffic
3.3 5O que o Ralph Bakshi tem de estilo ele tem de insuportável...