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Neste mundo não existem coincidências. Há apenas o inevitável.

Últimas opiniões enviadas

  • Luan

    O gênero de suspense é acostumado a nos apresentar a personagens que possuem algum tipo de limitação física e se vêem envolvidos em situações que exigem tudo do ponto de vista psicológico deles. Foi assim com o personagem interpretado por James Stewart no clássico “Janela Indiscreta” e com o escritor vivido por James Caan em “Louca Obsessão”. E este também é o caso de Susy Hendrix, mulher interpretada por Audrey Hepburn no filme “Um Clarão nas Trevas”, do diretor Terence Young.

    Baseado na peça de Frederick Knott (autor também do material original que originou “Disque M Para Matar”), “Um Clarão nas Trevas” tem um começo bastante didático. Homem (Jean Del Val) confecciona um boneca recheada de heroína. Mulher (Samantha Jones) transporta o brinquedo de Montreal até os Estados Unidos, aonde entrega o produto para um fotógrafo chamado Sam Hendrix (Efrem Zimbalist Jr.) – que não sabe da existência das drogas. Quando ela e seu cúmplice tentam reaver a posse da boneca, os problemas começam.

    É a partir deste momento que “Um Clarão nas Trevas” se transforma num puro filme de suspense. Em um único ambiente (o apartamento do casal Hendrix), acompanhamos a jornada de Susy (Hepburn), a esposa de Sam. Ela ainda está em fase de adaptação ao mundo depois de ficar cega e terá que lutar pela sua sobrevivência em meio à encenação armada pelo aterrorizante Roat (Alan Arkin) e pela dupla Carlino (Jack Weston) e Mike Talman (Richard Crenna).

    O diretor Terence Young pode não ser um mestre do suspense como Alfred Hitchcock, mas entrega um filme tenso, cujo clímax é agoniante. O fundamental em “Um Clarão nas Trevas” é a qualidade do roteiro de Robert e Jane-Howard Carrington, que apresenta todos os elementos vistos em tela com muita calma, numa preparação para o momento mais importante do filme. Também é oportuno destacar a atuação da dupla Audrey Hepburn e Alan Arkin. Ela, numa interpretação que lhe rendeu sua quinta indicação ao Oscar de Melhor Atriz. E ele, numa atuação que cria um dos vilões mais bizarros e malvados do gênero. Seu Roat consegue evoluir do homem frio à mestre dos disfarces e, finalmente, ao assassino frio e psicótico do final com uma destreza que nos deixa, literalmente, como Susy. Estamos todos no escuro com ela.

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  • Luan

    É impossível olhar para Mary e não se lembrar de Briony Tallis (Saoirse Ronan, numa atuação indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante). Em comum entre as duas, além da pouca idade, o fato de que ambas falaram uma mentira que ganhou enormes proporções e que acabou, de certa forma, causando um efeito negativo e irreversível na vida de algumas pessoas. A diferença é que, ao contrário de Briony, que foi movida pela sua inexperiência de vida e por ciúmes, Mary tem um instinto maquiavélico dentro de si mesma. Ela é uma mentirosa compulsiva e utiliza de táticas como chantagem e manipulação emocional para fazer com que algumas pessoas façam exatamente aquilo que ela deseja – fato que chega a ser chocante, afinal estamos falando somente de uma criança. 

    “Infâmia”, filme dirigido por William Wyler, tem um roteiro (escrito com base na peça de Lillian Hellman) que vai fundamentar muito bem o por quê da mentira criada por Mary ter sido aceita e propagada na pequena cidade aonde Karen Wright (Audrey Hepburn) e Martha Dobie (Shirley MacLaine) mantêm uma escola para garotas. As duas professoras se conheceram na faculdade e são amigas muito próximas e carinhosas uma com a outra. Para “agravar” a suspeita de que as duas, na cabeça de Mary, teriam um caso homossexual, tem a acusação da tia de Martha (Miriam Hopkins) de que esta estaria com ciúmes do iminente casamento de Karen com o médico Joe Cardin (James Garner). 

    Além de falar sobre como um simples boato pode acabar trucidando com a vida de alguém – nesse caso, a de duas mulheres jovens, que estavam trabalhando duro para colocarem um sonho e projeto de vida em prática -, “Infâmia” fala a respeito de temas como honra e como a mentira criada acaba fincando raízes na própria vida daquelas pessoas que são vítimas dela, criando desconfiança nos relacionamentos e fazendo com que Martha, especialmente, passe a questionar tudo aquilo que está reprimido dentro dela mesma – o que chega a ser uma discussão interessante, mas que perde força porque é toda jogada para um último ato em que tudo acontece rápido demais. 

    Obra indicada a 5 Oscars, em 1962, “Infâmia” é um filme que tem uma característica totalmente teatral – coisa óbvia, afinal estamos falando da adaptação de uma peça de teatro. Toda a direção de William Wyler tem como objetivo realçar o trabalho dos atores (preste atenção nas magistrais atuações de Shirley MacLaine, Fay Bainter e na da jovem Karen Balkin – basta dizer que ela será a criança que você mais vai odiar por um bom tempo) e do roteiro. Uma pena, como já dissemos, é o fato de que, no seu ato final, “Infâmia” opte por colocar uma série de acontecimentos interessantes e que seriam pontos de transição importantes nesta história todos acontecendo ao mesmo tempo – o que faz com que a obra perca parte de seu impacto, mas, mesmo assim, não deixa de ser um filme pungente e triste. 

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  • Luan

    Tomate Verdes Fritos, realizado em 1991 pelo americano Jon Avnet, é possivelmente o melhor trabalho do cineasta e está entre os melhores filmes das últimas décadas.

    Avnet dirigiu o ótimo Justiça Vermelha, com Richard Gere, As Duas Faces da Lei, Íntimo e Pessoal e 88 minutos, esse tendo a participação de Al Pacino. Nenhum deles é tão completo quanto Tomates Verdes Fritos.

    O filme que estamos comentando está acima da média por conta do excelente roteiro, devido à direção elegante e sensível de Jon Avnet, pela bela fotografia exibida durante quase todo o tempo e pela história envolvendo ricos personagens, interpretados por um elenco que não é exagero classificar como extraordinário.

    Evelyn é uma dona de casa insegura e reprimida, solitária porque o marido alienado só pensar em assistir jogos na TV, comer e encontrar tudo arrumadinho quando chega do trabalho. Sua tristeza, suas mágoas, ela tenta compensar comendo doces, que a deixam gordinha e complexada.

    No hospital, ao visitar uma tia, Evelyn conhece Ninny, uma senhora de 83 anos com a qual vai se afeiçoando desde que começa a ouvir suas histórias.

    Jessica Tandy, já com seus 80 anos, é um dos destaques do filme, tendo na época do lançamento do longa arrancado elogios da crítica especializada e do grande público. Não é à toa que foi indicada para o Oscar de Melhor atriz de 1992.

    Ninny relembra a amizade de Ruth e Idgie. A primeira uma moça meiga, bonita, que casa com um sujeito tosco, membro da Ku Klux Klan. Idgie descobre que o homem bate na esposa e revolve enfrentá-lo. Com ajuda de seus amigos negros termina por livrar a amiga do grosseirão.

    Idgie é apresentada desde criança como uma pessoa rebelde, voluntariosa, inteligente, corajosa. Logo nas primeiras cenas a moça sofre uma grande perda quando seu irmão Buddy (Chris O´Donnel ainda bastante jovem) é atropelado por um trem.

    Vivendo no mesmo ambiente, tratando os negros com dignidade, Idgie e Ruth terminam por ser discriminadas e correm riscos, principalmente por conta do instinto ruim de Frank Bennet, o marido abandonado.

    O expectador vai sabendo dessa trama aos poucos, em flash back, enquanto a velha Ninny conquista cada vez mais o coração da angustiada Evelyn.

    É graças a essa senhora de mais de 80 anos que Evelyn dá a volta por cima, começa a valorizar seu corpo, sua vida e cria coragem para desafiar o boboca do marido.

    Toda semana Evelyn visita Ninny e escuta mais sobre o drama envolvendo Ruth, Idgie e Frank Bennet. Este, com seus amigos da Klan, tenta atemorizar a comunidade e faz ameaças a quem é amigo dos negros.

    Depois, mais na frente, Frank tentar roubar o filho de Ruth. Quando ela deixou o marido estava grávida e teve a criança já vivendo com seus novos amigos.

    O tirano se dá mal e desaparece, ficando claro para o espectador que ele foi assassinado logo após tentar levar o menino e agredir os que tentaram impedir sua ação.

    Um policial vindo de outro Estado começa a investigar o caso sem conseguir solucioná-lo porque nunca foi encontrado o corpo.

    As histórias paralelas – a do passado e a do presente – são contadas com grande sensibilidade. Você tanto se apega aos personagens jovens, principalmente a Idgie e Ruth, quanto aos mais maduros e velhos, caso de Evelyn e Ninny.

    Tomate Verdes Fritos trata das questões da terceira idade, fala de relacionamentos conturbados, foca a questão do racismo nos Estados Unidos, aborda a luta por liberdade e a procura de mulheres pela recuperação da auto-estima.

    Embora Jessica Tandy brilhe mais que todos em meio ao elenco de alto nível, merece atenção também a interpretação de Kathy Bates para a dona de casa Evelyn.

    O filme tem momentos comoventes, belos, faz você rir e chorar, pois a tristeza domina alguma cenas. É uma obra cinematográfica de arte, no seu conjunto com uma mensagem otimista. Quem assiste Tomates Verdes Fritos certamente passa a encarar a vida com mais esperança e se convence que em meio à dor, ao sofrimento, a pessoas estúpidas e más existe espaço para os bons, existe amizade verdadeira, existe amor.

    É para guardar na memória e ter sempre na estante, junto de outras obras inesquecíveis da sétima arte.

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  • Alan Guimarães
    Alan Guimarães

    Oi, Luan, obrigado por curtir minha lista de História Geral e eu espero que você tenha gostado. Tem ainda as minhas complementares de História do Brasil e Oriente Médio, vale dar uma olhada. Abraços.

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Daniela Figueiredo
    Daniela Figueiredo

    Sejas bem-vindo, Luan!

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