Últimas opiniões enviadas
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Considero Kieslowski um grande gênio, sobretudo por conta de O Decálogo, a trilogia das cores e A Dulpa Vida de Veronique, mas confesso que não me encantei tanto por Sorte Cega.
Evidentemente que se trata de um filme bem dirigido e atuado, que mostra os inúmeros caminhos que as escolhas (ou a falta delas) suscitam em nossas vidas. Tudo isso nos põe a pensar, na condição de espectadores, se realmente fizemos as escolhas certas em nossa vida e como estaríamos agora se por ventura tivéssemos trilhado outro caminho.
Entretanto, mesmo com essas qualidades inegáveis, utilizando o autoritarismo da Polônia socialista e mostrando grupos rebeldes de resistência ao regime, o roteiro apresentou dificuldades de me manter interessado na trama. Poucas cenas me encheram os olhos, talvez a do desfecho seja a mais surpreendente. Enfim, nota 7,2, já consumi coisas melhores e mais inspiradas do mesmo diretor.
Últimos recados
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Thiago Vianna
Opa, tudo bem?
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Alan Guimarães
Oi, Luiz, obrigado pelas minhas curtidas das listas de História do Brasil e do Oriente Médio e espero que tenha gostado delas. Abraços.
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Danilo
Vídeo não disponível.
O filme critica a visão de que através da meritocracia todos os indivíduos podem almejar a independência financeira. Tudo isso sob um olhar deveras Marxista, afinal, Luchino Visconti era assumido.
Os donos das peixarias detinham as redes e barcos e ofereciam esses em troca da mão de obra dos paupérrimos pescadores, que infelizmente, recebiam uma miséria de todo o lucro.
Logo, A Terra Treme é uma representação audiovisual do conceito de Mais-Valia, criado pelo filósofo alemão Karl Marx que mostra a disparidade entre o salário pago e o valor produzido pelo trabalhador.
A Obra é excelente como filme panfletário ideológico mas não se resume somente a isso, a fotografia e as atuações são sublimes, que quando somadas à narração, remetem a Nanook, O Esquimó, de Robert Flaherty, o primeiro documentário de todos os tempos.
Cada enquadramento é milimetricamente pensado, alguns, quando vários personagens distribuídos no mesmo plano, lembraram-me as pinturas de Candido Portinari que ilustravam a miséria dos retirantes nordestinos. A vila de pescadores é decadente mas ainda assim poética.
As imagens são elaboradas com um maravilhoso cuidado de luz e foco que contradiz vários outros filmes do neorrealismo italiano, que eram mais despreocupados em relação a estética.
A personagem silenciosa interpretada por Neluccia Giammona, é uma das criaturas mais belas e sublimes que já vi na história do cinema. Ela não possui maquiagem, suas roupas são esfarrapadas e seu corpo não tem o padrão de beleza pré-estabelecido. Entretanto, a consciência dela e a sua postura ereta e firme frente a pobreza dá a ela um aura quase divina, com seus pés descalços a andar por aquele vilarejo.
Em suma trata-se de uma história de uma família pobre, mas que poderia ser a história de milhares se famílias que estão desalentadas e humilhadas mundo afora.
Filmaço. Nota 9,4