Depois de 6 anos, efurrajada e largadas às traças, faço minha primeira análise depois desse longo hiato digno de diva pop. O filme me lembrou muito 'Ocean waves'. Um longa do studio ghibli feito por jovens afim de contar pra nós: "se a juventude fosse um filme, como seria?"
Seria assim.
O filme é contraditório, parado, às vezes movimentado, às vezes (muitas vezes) silencioso. E no meio disso, queremos conhecer e nos conectar com Julie, mas percebemos que ela também está tentando fazer o mesmo. E que desgraça: uma vida inteira sendo quem somos e ainda continuamos a ser um mistério pra nós mesmos.
O título é muito digno, percebo ao ler os comentários. Como gostar de alguém tão ... assim? Como gostar da Julie? Ela não sabe o que quer, desiste de tudo pela metade, não sabe quem ama, não consegue perdoar o pai, está confusa com o fato de ser mãe... que mulher não quer ser mãe?
Definitivamente, a pior pessoa do mundo.
E sejamos sinceros, todos, assim como a Clarice, já se questionaram alguma vez:
A referência muito presente na animação é sobre o livro 'Moby Dick', e creio que o filme não peca ao relatar pouco a amizade entre Rei e Kumatetsu porque, afinal, Kumatetsu é, na verdade,
No livro Moby Dick é evidenciado o eterno conflito entre o homem e seu destino -- a baleia representando a ferocidade, materializando o inevitável, por ter decepado a perna de um homem do mar (capitão Ahab), e ele, a vontade do homem que se opõe às forças do próprio destino. A baleia representa o instinto animal, o homem a razão humana, de um lado temos Kumatetsu, a fera solitária que acabou tendo que se fortalecer sozinha, um dos personagens chega a dizer que era exatamente isso a desgraça e o trunfo de Kumatetsu: a solidão.
Do outro lado temos Rei, um humano que luta e discute constantemente com sua ''fera'', sua solidão, sua teimosia, sua arrogância. E, a longo do filme, ele aprende a lutar com kumatetsu, a lidar com ele e, de certa forma, a se conciliar com sua fera interior. É nessa parte que surge a palavra 'recomeço'.
Existe também a menção sobre 3 tipos de força:
1) A força da ilusão: " Ela pode se tornar mais forte que a realidade". Essa é a deixa para interpretarmos de forma metafórica todo o contexto do mundos das ''feras''. A forma como Rei - criança - consegue lidar e enxergar sua própria realidade, assim como no filme "Life of Pi''.
2) A força da Telecinese:"Não importa quão forte seu orgulho seja, há coisas que você não pode vencer sozinho". O próprio sábio, mesmo dominando o poder da telecinese, pede ajuda a Rei para que coce suas costas, por exemplo.
3) A força da Resistência: "Em dias chuvosos ou de ventania, eu apenas permanecia como uma rocha". Os 8 anos que Rei passa ''treinando'' e ''lutando'' com Kumatetsu, mesmo com todas as dificuldades e sempre querendo desistir, praticaram a resistência em si.
Já no conflito final, quando Kumatetsu se torna a espada no coração de Rei, é uma passagem emblemática de que ele conseguiu superar toda a amargura que sentia por seu próprio destino, ter perdido a mãe e não ter o pai presente, se sentindo sozinho num mundo completamente estranho. Só depois desse episódio é que ele volta definitivamente ao mundo humano, se reconcilia com o pai e decide prestar as provas para ingressar na universidade.
O assassino que deixa pistas do próprio paradeiro pra que a parceira o encontre, a estranha que pinta o cabelo de loiro pra não ser facilmente esquecida ou o garoto mudo que começa a ficar loiro para corresponder o sentimento de obsessão que seu 'primeiro amor' tem pela misteriosa "blondie", mesmo que a solidão seja a protagonista do filme, a mensagem que ele quer passar, na minha opinião, é outra. Eles querem ser encontrados, lembrados e adorados.
Ali, cada personagem adota uma filosofia de vida que vemos mudar durante o filme, perdendo contato com o que sabíamos deles. [Assassino] Antes de - decidir - morrer, ele nos confessa: " — A melhor coisa sobre o meu trabalho é: eu não tenho que tomar decisões. Quem deve morrer, quando e onde, é sempre planejado por outras pessoas. Mas eu tenho pensado ultimamente ... eu sinto que quero mudar. Seja bom ou ruim, eu acabei de tomar uma decisão por mim mesmo."
[Parceira do assassino] " Eu peço para que ele me leve pra casa. O caminho não é muito longo e eu sei que vou acabar enjoando dele fácil. Mas neste momento ... estou sentindo uma proximidade agradável." É uma personagem que se nutre do amor platônico que tem pelo assassino e pensa que conhecer intimamente uma pessoa é tarefa desgastante e enjoativa. É cruel quando ouvimos - junto com ela - a música "forget him (esqueça ele)" que o assassino pede pra ela escutar, e é quando ela cai mais fundo nesse amor platônico. Só no fim, quando ela encontra o He, é que começa a se libertar dele, assumindo que o contato real com alguém, fosse algo caloroso.
[ He ] " Nós trombamos com pessoas estranhas o tempo todo. Algumas podem se tornar nossos confidentes ou melhores amigos, é por isso que eu sempre sou otimista. Ás vezes é dificil, e isso machuca. Mas tudo bem, eu tento estar sempre feliz. Hoje eu vi aquela mulher de novo." O engraçado é que ele foca na possibilidade de achar um amigo ou um confidente entre estranhos, mas os dois personagens que acabam se envolvendo de forma sincera com ele são duas pessoas que ele vê o tempo todo: o pai e a parceira do assassino.
Tornou-se meu favorito. E posso explicar. Talvez eu estivesse com o humor adequado no dia, talvez fosse o ambiente atmosférico favorável. Ou talvez porque ... :
Quando estão todos sentados na mesa, o Standard pergunta ao filho se ele sabe como ele e a mãe, Irene, se conheceram. O menino responde que não, e ele conta: " — Eu perguntei o nome dela. " Esse é o primeiro passo clássico para se aproximar de alguém, e é exatamente isso que o 'Driver' não tem.
Personagem de poucas palavras, é apenas através das letras das músicas que entramos em contato com ele. É de noite e ele liga pra Irene: " — Vou a um lugar e não creio que poderei voltar. Só queria que soubesse que estar ao seu lado e do Benício ... foi a melhor coisa que já me aconteceu".
Nightcall é a primeira música e a cereja do bolo. " [ Voz masculina ] Estou lhe fazendo uma ligação noturna para dizer como me sinto Eu queria levá-la pela noite, descer as colinas. Eu vou dizer-lhe algo que você não quer ouvir; Eu vou te mostrar onde é escuro, mas não tenha medo.
[voz feminina] Há algo dentro de você É difícil de explicar (... )"
A segunda música é "Under your spell" e toca na festa de boas-vindas do Standard, Irene está sentada no corredor e o 'Driver' aparece. Não há muito diálogo nessa parte. E a música continua tocando: " Você acha que esse sentimento pode durar para sempre? Você quer dizer para todo o sempre? Isso. Ó Deus, eu espero que sim! Eu também."
A penúltima - e a mais cruel - é "Oh my love". Standard diz que segundas chances são raras, e não são todos que podem ter. E é exatamente com sua morte que existe a possibilidade de uma segunda chance ao Driver, Benício e Irene de ficarem juntos, como na parte da música em que diz "Assim como as estrelas devem morrer para nos trazer um novo dia". Há o diálogo entre Drive e Irene, logo após a morte do Standard: "(...) — Deu tudo errado. Sinto muito. Eu pensei ... vocês poderiam sair daqui, se quisessem. E eu poderia ir com vocês. Eu poderia cuidar de vocês ... " Ele chora. Essa é a segunda chance deles. O elevador se abre e aparece o assassino. Eles entram. Ele mata o assassino. O elevador se abre de novo e ela sai. As portas se fecham. Essa é a segunda chance que eles perderam.
"Oh meu amor olhe, O sol nascendo do rio, milagre da natureza, mais uma vez Vai iluminar o mundo.
Mas esta luz não é para aqueles homens que ainda estão perdidos na velha sombra negra. Mas me ajude a acreditar Que eles vão ver um dia um dia melhor Quando todas as sombras vão desaparecer Nesse dia, eu vou chorar.
Oh meu amor, acima de nós O sol agora abraça a natureza E é da natureza que devemos aprender que Isso tudo pode começar de novo Como as estrelas devem desaparecer Para nos dar um novo dia."
A última é "A real hero". Dispensa comentários. "Encurralado e contra as probabilidades Só com sua força de vontade e sua causa. (...) Na contra mão de reivindicações distópicas Você provou ser...
Um verdadeiro ser humano e um heroi de verdade."
BÔNUS: A fábula do escorpião e do sapo, citada pelo driver. "O mal pelo bem e o bem pelo mal"
Na fábula, o escorpião pede ajuda para o sapo ajudá-lo na travessia do rio. De início o sapo se recusa, mas é persuadido pela lógica do escorpião de que ''se ele o matasse, também morreria afogado''. No meio da travessia, o escorpião crava seu ferrão no sapo, que questiona o porquê fez isso. E ele responde: "— Porque eu sou um escorpião. E essa é minha natureza." A todo momento temos a fala do personagem: "— I'm a driver. I drive." O que eu sou e o que eu faço. A sua natureza. É através dessa natureza que ele desencadeia TODOS os acontecimentos do filme. Ele dá carona para Irene e Benício, e é dessa forma que acontece a aproximação deles. Ele aceita entrar no projeto do Shannon, juntamente com seus ''sócios'' e acaba na teia de ambos. Ele ajuda no assalto a loja, e é dessa forma que ele se envolve (novamente) com Nino e o Standard morre. Os pontos chave do filme são todos movidos pela natureza do Driver. É por isso a jaqueta do escorpião. E é por isso que - mesmo manchada de sangue - ele continua a usá-la. Essa é sua natureza. E o filme não poderia ter terminado diferente. "I'm a driver. I drive."
O nome "Dare mo shiranai" não significa "Ninguém pode saber" e sim "Ninguém mais sabe".
Foi cruel assistir esse filme, doloroso, triste e "quando toquei sua mão gelada foi tão ... tão ..."
Letra da música que aparece ao final do filme: "Quando pergunto ao sol da meia-noite as estrelas só brilhavam no lado angustiado do meu coração partido A única coisa que posso fazer é seguir em frente Será que um anjo me dará apenas um olhar de relance e virá conhecer meu coração ? Os ventos de inverno que chegam tocam as ondas me chamando para o escuro Com olhos derretidos como o gelo Eu estou crescendo Uma jóia pungente e mal cheirosa A qual ninguém suporta se aproximar
"Gon, meninos bons não choram, não chore! Não chore!"
Gon se reconhece na criança que era, no sentimento pueril e esperançoso, as lágrimas perante a pequena janela, na casa de banho, mostrando um mundo azul, inalcançável pra ele, a sua redenção através da morte pelas mãos da mãe da pequena que ele assassinou. Um último suspiro e ... Fim.
" Que maravilhoso será o fim de todas as coisas, quando meu corpo apodrecer e eu for destruído. Negras lágrimas. Sorrisos azuis. Sou transparente. Um mundo sem cor. A grande ferida do coração é… a existência.”
Este é o único álbum que foi feito na vida real, uma semana e meia após a divulgação do filme: https://www.youtube.com/watch?v=lQXrFIv0Dws Os comentários do vídeo são o suprassumo <3
O final não é nada previsível, gosto desses filmes com cara de sessão da tarde mas que mereciam passar na Tela quente. É tão sutil, leve, engraçado, só não é mais reconhecido porque não é filme cult, não é preto e branco e nem francês, senão tinha gente tirando filosofia até do cu do ben affleck.
"Estou pensando em bisões extintos, em anjos, estou pensando no mistério dos pigmentos duradouros, nos sonetos proféticos, no refúgio da arte. Pois esta é a unica imortalidade que eu e você podemos compartilhar, minha Lolita."
Na sinopse é contado basicamente quase tudo o que ocorre em cada "sonho", lógico que não revela tudo e nos fustiga a imaginar qual desfecho de cada segmento, mesmo assim, NÃO LEIA A SINOPSE. Apenas assista, vale a pena.
"O nosso maior medo não é sermos inadequados, o nosso maior medo é sermos poderosos demais. É nossa luz e não nossa escuridão que mais nos apavora. Ser pequeno para caber no mundo.Não é nada sábio se encolher para as outras pessoas se sentirem seguras ao seu redor. Todos nós fomos feitos para brilhar como crianças. Não está apenas em alguns de nós, está em todos nós. E na medida que nós deixamos a nossa luz brilhar, nós conscientemente damos a outras pessoas a permissão de fazer o mesmo.Na medida que nós nos libertamos dos nossos medos, nossa presença automaticamente liberta os outros."
Antes de fazer aquela entrevista de emprego ou antes de dar o passo definitivo que abandona um caminho e escolhe o outro, assista esse filme. É leveza e sutileza pura e atiça aquela coisa na barriga depois de assisti-lo!
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 603 Assista AgoraDepois de 6 anos, efurrajada e largadas às traças, faço minha primeira análise depois desse longo hiato digno de diva pop.
O filme me lembrou muito 'Ocean waves'. Um longa do studio ghibli feito por jovens afim de contar pra nós: "se a juventude fosse um filme, como seria?"
Seria assim.
O filme é contraditório, parado, às vezes movimentado, às vezes (muitas vezes) silencioso. E no meio disso, queremos conhecer e nos conectar com Julie, mas percebemos que ela também está tentando fazer o mesmo. E que desgraça: uma vida inteira sendo quem somos e ainda continuamos a ser um mistério pra nós mesmos.
O título é muito digno, percebo ao ler os comentários. Como gostar de alguém tão ... assim? Como gostar da Julie? Ela não sabe o que quer, desiste de tudo pela metade, não sabe quem ama, não consegue perdoar o pai, está confusa com o fato de ser mãe... que mulher não quer ser mãe?
Definitivamente, a pior pessoa do mundo.
E sejamos sinceros, todos, assim como a Clarice, já se questionaram alguma vez:
"Sou um monstro ou isso é ser uma pessoa?"
O Rapaz e o Monstro
4.2 141 Assista AgoraA referência muito presente na animação é sobre o livro 'Moby Dick', e creio que o filme não peca ao relatar pouco a amizade entre Rei e Kumatetsu porque, afinal, Kumatetsu é, na verdade,
a fera interior de Rei.
No livro Moby Dick é evidenciado o eterno conflito entre o homem e seu destino -- a baleia representando a ferocidade, materializando o inevitável, por ter decepado a perna de um homem do mar (capitão Ahab), e ele, a vontade do homem que se opõe às forças do próprio destino. A baleia representa o instinto animal, o homem a razão humana, de um lado temos Kumatetsu, a fera solitária que acabou tendo que se fortalecer sozinha, um dos personagens chega a dizer que era exatamente isso a desgraça e o trunfo de Kumatetsu: a solidão.
Do outro lado temos Rei, um humano que luta e discute constantemente com sua ''fera'', sua solidão, sua teimosia, sua arrogância. E, a longo do filme, ele aprende a lutar com kumatetsu, a lidar com ele e, de certa forma, a se conciliar com sua fera interior. É nessa parte que surge a palavra 'recomeço'.
Existe também a menção sobre 3 tipos de força:
1) A força da ilusão: " Ela pode se tornar mais forte que a realidade". Essa é a deixa para interpretarmos de forma metafórica todo o contexto do mundos das ''feras''. A forma como Rei - criança - consegue lidar e enxergar sua própria realidade, assim como no filme "Life of Pi''.
2) A força da Telecinese:"Não importa quão forte seu orgulho seja, há coisas que você não pode vencer sozinho". O próprio sábio, mesmo dominando o poder da telecinese, pede ajuda a Rei para que coce suas costas, por exemplo.
3) A força da Resistência: "Em dias chuvosos ou de ventania, eu apenas permanecia como uma rocha". Os 8 anos que Rei passa ''treinando'' e ''lutando'' com Kumatetsu, mesmo com todas as dificuldades e sempre querendo desistir, praticaram a resistência em si.
Já no conflito final, quando Kumatetsu se torna a espada no coração de Rei, é uma passagem emblemática de que ele conseguiu superar toda a amargura que sentia por seu próprio destino, ter perdido a mãe e não ter o pai presente, se sentindo sozinho num mundo completamente estranho. Só depois desse episódio é que ele volta definitivamente ao mundo humano, se reconcilia com o pai e decide prestar as provas para ingressar na universidade.
Anjos Caídos
4.0 263 Assista AgoraSutilezas para se perceber no filme ( que não é ângulo de câmera nem nada técnico ) =
O assassino que deixa pistas do próprio paradeiro pra que a parceira o encontre, a estranha que pinta o cabelo de loiro pra não ser facilmente esquecida ou o garoto mudo que começa a ficar loiro para corresponder o sentimento de obsessão que seu 'primeiro amor' tem pela misteriosa "blondie", mesmo que a solidão seja a protagonista do filme, a mensagem que ele quer passar, na minha opinião, é outra. Eles querem ser encontrados, lembrados e adorados.
Ali, cada personagem adota uma filosofia de vida que vemos mudar durante o filme, perdendo contato com o que sabíamos deles.
[Assassino]
Antes de - decidir - morrer, ele nos confessa:
" — A melhor coisa sobre o meu trabalho é: eu não tenho que tomar decisões. Quem deve morrer, quando e onde, é sempre planejado por outras pessoas. Mas eu tenho pensado ultimamente ... eu sinto que quero mudar. Seja bom ou ruim, eu acabei de tomar uma decisão por mim mesmo."
[Parceira do assassino]
" Eu peço para que ele me leve pra casa. O caminho não é muito longo e eu sei que vou acabar enjoando dele fácil. Mas neste momento ... estou sentindo uma proximidade agradável."
É uma personagem que se nutre do amor platônico que tem pelo assassino e pensa que conhecer intimamente uma pessoa é tarefa desgastante e enjoativa. É cruel quando ouvimos - junto com ela - a música "forget him (esqueça ele)" que o assassino pede pra ela escutar, e é quando ela cai mais fundo nesse amor platônico. Só no fim, quando ela encontra o He, é que começa a se libertar dele, assumindo que o contato real com alguém, fosse algo caloroso.
[ He ]
" Nós trombamos com pessoas estranhas o tempo todo. Algumas podem se tornar nossos confidentes ou melhores amigos, é por isso que eu sempre sou otimista. Ás vezes é dificil, e isso machuca. Mas tudo bem, eu tento estar sempre feliz. Hoje eu vi aquela mulher de novo."
O engraçado é que ele foca na possibilidade de achar um amigo ou um confidente entre estranhos, mas os dois personagens que acabam se envolvendo de forma sincera com ele são duas pessoas que ele vê o tempo todo: o pai e a parceira do assassino.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraTornou-se meu favorito. E posso explicar.
Talvez eu estivesse com o humor adequado no dia, talvez fosse o ambiente atmosférico favorável. Ou talvez porque ... :
Ele não tem um nome.
Quando estão todos sentados na mesa, o Standard pergunta ao filho se ele sabe como ele e a mãe, Irene, se conheceram. O menino responde que não, e ele conta:
" — Eu perguntei o nome dela. "
Esse é o primeiro passo clássico para se aproximar de alguém, e é exatamente isso que o 'Driver' não tem.
Personagem de poucas palavras, é apenas através das letras das músicas que entramos em contato com ele.
É de noite e ele liga pra Irene:
" — Vou a um lugar e não creio que poderei voltar. Só queria que soubesse que estar ao seu lado e do Benício ... foi a melhor coisa que já me aconteceu".
Nightcall é a primeira música e a cereja do bolo.
" [ Voz masculina ]
Estou lhe fazendo uma ligação noturna para dizer como me sinto
Eu queria levá-la pela noite, descer as colinas.
Eu vou dizer-lhe algo que você não quer ouvir;
Eu vou te mostrar onde é escuro, mas não tenha medo.
[voz feminina]
Há algo dentro de você
É difícil de explicar (... )"
A segunda música é "Under your spell" e toca na festa de boas-vindas do Standard, Irene está sentada no corredor e o 'Driver' aparece. Não há muito diálogo nessa parte. E a música continua tocando:
" Você acha que esse sentimento pode durar para sempre?
Você quer dizer para todo o sempre?
Isso.
Ó Deus, eu espero que sim!
Eu também."
A penúltima - e a mais cruel - é "Oh my love".
Standard diz que segundas chances são raras, e não são todos que podem ter. E é exatamente com sua morte que existe a possibilidade de uma segunda chance ao Driver, Benício e Irene de ficarem juntos, como na parte da música em que diz "Assim como as estrelas devem morrer para nos trazer um novo dia". Há o diálogo entre Drive e Irene, logo após a morte do Standard:
"(...) — Deu tudo errado. Sinto muito. Eu pensei ... vocês poderiam sair daqui, se quisessem. E eu poderia ir com vocês. Eu poderia cuidar de vocês ... " Ele chora.
Essa é a segunda chance deles. O elevador se abre e aparece o assassino. Eles entram. Ele mata o assassino. O elevador se abre de novo e ela sai. As portas se fecham. Essa é a segunda chance que eles perderam.
"Oh meu amor olhe,
O sol nascendo do rio,
milagre da natureza, mais uma vez
Vai iluminar o mundo.
Mas esta luz não é para aqueles homens
que ainda estão perdidos na velha sombra negra.
Mas me ajude a acreditar
Que eles vão ver um dia um dia melhor
Quando todas as sombras vão desaparecer
Nesse dia, eu vou chorar.
Oh meu amor, acima de nós
O sol agora abraça a natureza
E é da natureza que devemos aprender que
Isso tudo pode começar de novo
Como as estrelas devem desaparecer
Para nos dar um novo dia."
A última é "A real hero". Dispensa comentários.
"Encurralado e contra as probabilidades
Só com sua força de vontade e sua causa.
(...) Na contra mão de reivindicações distópicas
Você provou ser...
Um verdadeiro ser humano e um heroi de verdade."
BÔNUS: A fábula do escorpião e do sapo, citada pelo driver.
"O mal pelo bem e o bem pelo mal"
Na fábula, o escorpião pede ajuda para o sapo ajudá-lo na travessia do rio. De início o sapo se recusa, mas é persuadido pela lógica do escorpião de que ''se ele o matasse, também morreria afogado''. No meio da travessia, o escorpião crava seu ferrão no sapo, que questiona o porquê fez isso. E ele responde:
"— Porque eu sou um escorpião. E essa é minha natureza."
A todo momento temos a fala do personagem:
"— I'm a driver. I drive." O que eu sou e o que eu faço. A sua natureza.
É através dessa natureza que ele desencadeia TODOS os acontecimentos do filme. Ele dá carona para Irene e Benício, e é dessa forma que acontece a aproximação deles. Ele aceita entrar no projeto do Shannon, juntamente com seus ''sócios'' e acaba na teia de ambos. Ele ajuda no assalto a loja, e é dessa forma que ele se envolve (novamente) com Nino e o Standard morre. Os pontos chave do filme são todos movidos pela natureza do Driver. É por isso a jaqueta do escorpião. E é por isso que - mesmo manchada de sangue - ele continua a usá-la. Essa é sua natureza. E o filme não poderia ter terminado diferente. "I'm a driver. I drive."
Ninguém Pode Saber
4.3 228O nome "Dare mo shiranai" não significa "Ninguém pode saber" e sim "Ninguém mais sabe".
Foi cruel assistir esse filme,
doloroso,
triste e
"quando toquei sua mão gelada
foi tão ...
tão ..."
Letra da música que aparece ao final do filme:
"Quando pergunto ao sol da meia-noite
as estrelas só brilhavam no lado angustiado do meu coração partido
A única coisa que posso fazer é seguir em frente
Será que um anjo me dará apenas um olhar de relance e virá conhecer meu coração ?
Os ventos de inverno que chegam tocam as ondas
me chamando para o escuro
Com olhos derretidos como o gelo
Eu estou crescendo
Uma jóia pungente e mal cheirosa
A qual ninguém suporta se aproximar
Assassino Profissional
3.8 91A cena final:
"Gon, meninos bons não choram, não chore! Não chore!"
Gon se reconhece na criança que era, no sentimento pueril e esperançoso, as lágrimas perante a pequena janela, na casa de banho, mostrando um mundo azul, inalcançável pra ele, a sua redenção através da morte pelas mãos da mãe da pequena que ele assassinou. Um último suspiro e ... Fim.
A vingança é melhor servida com kimchi.
Tudo Sobre Lily Chou-Chou
4.1 59 Assista Agora" Que maravilhoso será o fim de todas as coisas, quando meu corpo apodrecer e eu for destruído. Negras lágrimas. Sorrisos azuis. Sou transparente. Um mundo sem cor. A grande ferida do coração é… a existência.”
Este é o único álbum que foi feito na vida real, uma semana e meia após a divulgação do filme: https://www.youtube.com/watch?v=lQXrFIv0Dws
Os comentários do vídeo são o suprassumo <3
Dormindo Com o Inimigo
3.4 303 Assista AgoraNão são quatro anos, como está escrito na sinopse. São 3 anos, 7 meses e 6 dias, de acordo com uma amiga minha que se separou de um marido violento.
Forças do Destino
3.0 253 Assista AgoraO final não é nada previsível, gosto desses filmes com cara de sessão da tarde mas que mereciam passar na Tela quente. É tão sutil, leve, engraçado, só não é mais reconhecido porque não é filme cult, não é preto e branco e nem francês, senão tinha gente tirando filosofia até do cu do ben affleck.
Lolita
3.7 823 Assista Agora"Estou pensando em bisões extintos, em anjos, estou pensando no mistério dos pigmentos duradouros, nos sonetos proféticos, no refúgio da arte. Pois esta é a unica imortalidade que eu e você podemos compartilhar, minha Lolita."
Sonhos
4.4 381 Assista AgoraNa sinopse é contado basicamente quase tudo o que ocorre em cada "sonho", lógico que não revela tudo e nos fustiga a imaginar qual desfecho de cada segmento, mesmo assim, NÃO LEIA A SINOPSE. Apenas assista, vale a pena.
A Solidão dos Números Primos
3.9 145"Quanto mais doce é a língua, mais afiados são os dentes."
Confidências à Meia-Noite
3.9 116 Assista Agora"Nunca beba nada mais forte do que você ... ou mais velho!"
Coach Carter: Treino para a Vida
4.0 381 Assista Agora"O nosso maior medo não é sermos inadequados, o nosso maior medo é sermos poderosos demais. É nossa luz e não nossa escuridão que mais nos apavora.
Ser pequeno para caber no mundo.Não é nada sábio se encolher para as outras pessoas se sentirem seguras ao seu redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar como crianças. Não está apenas em alguns de nós, está em todos nós. E na medida que nós deixamos a nossa luz brilhar, nós conscientemente damos a outras pessoas a permissão de fazer o mesmo.Na medida que nós nos libertamos dos nossos medos, nossa presença automaticamente liberta os outros."
O Diário de uma Babá
3.3 536Antes de fazer aquela entrevista de emprego ou antes de dar o passo definitivo que abandona um caminho e escolhe o outro, assista esse filme. É leveza e sutileza pura e atiça aquela coisa na barriga depois de assisti-lo!
FREEEEEEEEEEEDOMM, FREEEEEDOM! You've gotta give for what you take
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraAqui está seu prêmio!
I love you, Harry.
I love you too, mom. *aquela música de fundo*
Princesa Mononoke
4.4 944 Assista AgoraJá assisti muitos filmes. Mais de muitos filmes. Já vivi 19 anos vendo filmes. Mas esse é meu preferido. Fim.