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Últimas opiniões enviadas

  • Pedro Brambilla

    Shyamalan está de volta! Finalmente o mestre genial que nos presenteou com obras primas como Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais e A vila (ou até mesmo o belo Dama na água que possui suas falhas mas também é extremamente singular e belo), voltou com sua qualidade, profundidade e principalmente com alma.

    Fragmentado é um filme espetacular que acaba criando um novo e necessário mito sobre o sofrimento psíquico e sobre o trauma. Esquizofrenia vem do grego Squizo que justamente significa cindido. O sofrimento quando ocorre de forma muito intensa com as inumeras absurdidades e brutalidades que existem na vida, é um fenomeno místico, no sentido de que não há razão que explique. O trauma provocado pelo abuso, seja sexual, seja afetivo, pode causar ter tamanho poder e causar uma cisão irreparavel na personalidade de uma pessoa que busca como todas as outras viver como um ser integral, como uma totalidade. Quando isto ocorre a dor impera e a instabilidade reina.

    O filme cria um mito usando do sobrenatural uma imagem muito bela e poderosa (e assustadora) para tratar do sentido do sofrimento causado por violências traumatizantes. O que ocorre com uma pessoa abusada? A violência é um elemento que escapa da razão, o sofrimento humano ilimitado passa a não ser classificável pelos conceitos cientificos ele é algo Real... para além da linguagem. E a forma mais bela de ilustrar isto foi traduzindo isto para um fenomeno sobrenatural. O mal surge de uma dor incalculavel, inapreensivel e incomunicavel, ele violenta os outros, cria vitimas para tentar anular o fato de que surgiu justamente como vítima. Todo mal é causado por um mal que o antecede, o mal é sofrimento.

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  • Pedro Brambilla

    Uma simples história sobre um simples homem motorista de ônibus. Ele dirige diariamente de segunda a sexta-feira na cidade da qual compartilha o próprio nome: Paterson.
    A sacada é muito bela e sútil, homem e cidade, identificados pelo nome. Ele um motorista de ônibus e poeta, um homem em paz e profundamente feliz, como um belo lago calmo, em repouso mas vivamente em movimento. O poeta usa da cidade em que vive para extrair suas poesias, todas elas simples, banais, quase insignificantes. Por isso se chama Paterson, sua identificação com a cidade possibilita com que ele viva nela e se vivifique nela, ele dá a cidade prestando um belo e digno trabalho (é ele quem move as pessoas da cidade, ele é como um deus grego disfarçado de motorista de ônibus, confiável, constante) mantém uma vida social pequena mas bem amarrada, com relações íntimas e profundas, que alimentam a alma, possui seus amigos, seus locais familiares e de todos estes locais tira seu alimento.
    Observa atentamente os passageiros, com seus dramas e comédias diarios, vê beleza, vê graça, se inspira no cotidiano, no banal, valoriza o simples e mundano e é alimentado por eles.
    O filme é um ensaio e uma ode a simplicidade e revela que é apenas com ela que o profundo se manifesta. A direção do filme quase não utiliza meios exagerados de expressão, ele monta toda a história apenas com sutilezas, exigindo a observação e imersão nas imagens.

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  • Pedro Brambilla

    Se7en é um filme sobre extremos e sobre como os extremos são catalisados pela apatia. Parece que quanto maior for o vazio que se apossa de alguém, maior será a violência que deverá ser provocada para chamar a atenção de alguém, ser parte da existência humana em conjunto.

    John Doe é o nome dado para pessoas não identificadas, vítimas, suspeitos, etc, é o que chamamos no Brasil de zé ninguém, um homem sem origem, um homem insulado de toda e qualquer relação humana. John Doe é de fato incapaz de sentir-se humano, tudo que é humano o faz sentir náuseas.

    Se pudéssemos construir uma anatomia da experiência humana no campo da afetividade, quais orgãos mais adequados que os sete pecados capitais para nos representar? Saindo do absolutismo da moral cristã, do amor pela mortificação do corpo e pelo desprezo a vida na terra, podemos afirmar que não há vida sem estes tais "pecados".

    Não seriam estes "pecados" o estofo que nos preenche de humanidade? Não seriam estes vícios, elementos essenciais à nossa vida? A nossa capacidade de sentir prazer, de alcançar um estado imperfeito, incompleto e problemático de felicidade? Estado este, unicamente possível, para seres como nós?

    John Doe é um homem de extremos, um homem que precisa acreditar que é puro em meio a um mundo de podridão, de banalidade, de pecado. Sua pureza o faz um ser especial, único, instrumento de Deus. Mas de um Deus destrutivo, punitivo, vingador. Um Deus que odeia sua própria criação, um Deus que odeia a si mesmo. Ele não consegue tolerar a ambivalência da experiência humana, sua constituição impura, formada justamente de opostos, marcadas pelo conflito, amor e ódio, amor e agressividade, vícios e virtudes.

    Pensando bem, o detetive Somerset é o personagem que mais se aproxima de John Doe. Ele percebe que há algo errado no mundo, ele percebe a sombra da destrutividade que paira como um espectro diariamente no cotidiano das inúmeras babilônias em que vivemos. Porém, ele ao contrário de Doe, faz parte da humanidade, co-existe em meio ao conflito humano, percebe-se inserido no dilema, e não sente-se a parte dele, por cima, impermeável.

    Na cena do diálogo dos três personagens no carro, quase compramos o delírio psicopático de John Doe, quase aceitamos sua versão destorcida dos eventos humanos. É ali que percebemos que todos os três personagens são essenciais entre si, Mills como a força jovial, ainda com a chama da vida pulsante, bem estabelecido no amor, na esperança e na crença de que podemos contribuir para o mundo, mesmo que na prática isso signifique arrogância, ingenuidade e uma boa dose de narcisismo, Somerset como o exemplar da experiência humana, culto, empático, experiente, porém machucado, cansado, perdido nas sombras que tanto tentou dissipar e por fim Doe, como a encarnação do terror de experimentar-se como um humano, imbuído de vícios, compulsões, e como a reação destrutiva de por fim a esta maluquice toda. Do pó ele veio e ao pó retornou, mesmo que no âmago de seu vazio, fez de tudo para tornar-se não só alguém, mas sim, tornar-se a figura mais importante de redenção e sacrifício. Como um Deus do velho testamento, distante e externo aos seus filhos.

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  • Filmow
    Filmow

    Pedro Brambilla,

    Como o filme Suspiria (http://filmow.com/suspiria-t55353/) ainda não está sendo exibido comercialmente, o sistema removeu a sua indicação “já vi”. Caso você tenha assistido à obra em alguma mostra ou festival, por favor, confirme data e local no formulário abaixo para reabilitar a sua marcação.

    Esta medida está sendo tomada para zelar pela veracidade e credibilidade do conteúdo publicado no Filmow, reforçando a relação de confiança entre o site e seus usuários.

    Obrigado pela colaboração.
    Equipe Filmow

  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

  • Muriel El Assad
    Muriel El Assad

    hahahahaha reativei lá, https://www.facebook.com/gottamoveondear

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