Tem que dar uma abstraída boa pra acompanhar essa saga, porque é uma galera que vive em uma outra frequência. Foi difícil pra mim, eles tratando os robôs como seres humanos como um recurso pra humanizar esses personagens e trazer o público pra perto, dando nomes de doenças humanas para o que eles tinham, e tem inclusive uma passagem em que uma robô chama Spirit "morre" e o filme faz até uma eulogia pra robô com música triste e data de nascimento e morte. Please, i can't. Mas não é ruim, eu só não cheguei lá.
Como pode um filme com tanta gente boa envolvida em todas as esferas da produção... dar tão errado? Que bomba. Pior coisa que o Sam Mendes já fez na carreira, e ouso dizer que nunca vi Olivia Colman tão medíocre.
Tem um lado manipulativo que eu já esperava de um documentário como esse, mas o outro lado é feito como um grande filme investigativo de ação, e isso me ganhou bem facinho. Não é muito sobre o Navalny em si, mas sobre a luta contra essa autocracia abjeta instaurada pelo Putin, que escala cada vez mais, embora ele seja um dos principais símbolos e o documentário sabe muito captar isso.
A cena da ligação é um dos grandes momentos do cinema em 2022.
Trata-se de um material que vivia, já no teatro, no limiar entre o aceitável e o problemático, e me deixava um pouco preocupado o que iria se tornar ao ser adaptado por um cara que é mundialmente conhecido - e lutou pra manter essa fama - como um sádico, como Darren Aronofsky. Mas imaginava que seria pior. Ao longo das duas horas de duração, o filme encontra uma força enorme em seus personagens, sobretudo porque o trabalho de casting foi impecável. Todos eles têm seus momentos pra brilhar, e por mais que praticamente todas as cenas gritem "we want an OSCAR!!", os atores estão absolutamente formidáveis em cada uma delas.
Ainda que Aronofsky e o DP Matthew Libatique insistam em filmar a degradação da condição de Charlie das piores maneiras possíveis e sem tentar fugir do teatro filmado - em um roteiro com escolhas bem óbvias, que o trata muito mal para provocar no público as reações que deseja - , há sempre uma atuação empática e complacente em cena, e é exatamente o que faz com que o filme, ainda assim, tenha seus momentos funcionais.
Sadie Sink, Ty Simpkins e Samantha Morton arrasam quando surgem. Hong Chau tem mais o que fazer com uma coadjuvante que é o verdadeiro centro gravitacional do filme, que nos liga ao filme e à realidade, ao mesmo tempo. E fiquei bem impressionado com o quanto Brendan Fraser consegue mostrar que é um ator de verdade apesar de estar enterrado em diversos quilos de maquiagem (costumo ter problemas com performances nesses moldes). E mora justamente nisso o appeal de sua performance, e acho que é exatamente por causa dessa questão que ele chega muito bem no Oscar: ele nunca foi sequer um bom ator em absolutamente nada; essa característica acaba amplificando seu trabalho dramático intensificado nesse personagem que vive tanto em função de suas próprias desgraças e escolhas. Porque ele finalmente mostra que pode fazer aquilo, e faz muito bem. É a força da narrativa, que é impossível de interromper, e surge de tempos em tempos.
No mais, não é o melhor trabalho do Aronofsky, mas também não é o pior. No entanto, fotograficamente, me incomoda muito o quanto o longa se esforça tanto para ser escuro - talvez para que, com isso, qualquer ponto negativo ou defeito da maquiagem que envolve o corpo do protagonista, pudesse ser disfarçado pela iluminação escolhida. Não acho que disfarçou tão bem, não, e há momento do filme que a maquiagem parece completamente falsa, quase computação gráfica, o que transforma a adaptação cinematográfica em um tanto quanto contraditória.
Ah, e, só pra encerrar: pelo amor de Deus, esse já é o quarto ou quinto final exatamente igual na filmografia do Aronofsky. Foi bacana na primeira vez, foi incrível na segunda, atingiu o ápice na terceira... mas em algum momento cansa, hein?
O que me chama atenção aqui é que além de ser uma biografia sobre um acontecimento - e uma mãe -, o filme não é sobre a luta em si, mas sobre o luto e tudo o que ele pode causar. Da fase da negação até a raiva que move Mamie a buscar por justiça em um momento em que a justiça era impossível de alcançar, mas também sobre os momentos antes da morte, que fazem com que aqueles pós-assassinato de Emmett sejam tão dolorosos. É bem inacreditável que Danielle Deadwyler realmente tenha sido esnobada no Oscar porque, quando o filme exige que ela vá fundo na emoção que uma perda tão intensa causa nessa personagem, a atriz simplesmente se transforma em uma força da natureza, capaz de absolutamente tudo para fazer com que a memória de seu filho seja respeitada e usada como o símbolo de uma causa muito maior do que a tragédia em si. Ela brilha até quando o filme cai em contornos cada vez mais exagerados, que são bem abundantes segunda metade, mas que jamais soam como um recurso barato justamente porque a forma com que ela sustenta cada um desses instantes é visceral e crível, paupável até. É realmente um exemplo de como performances podem elevar certas obras, e do poder que a arte da atuação pode representar.
Um filme infantil que fala sobre mortos-vivos, inferno, demônios, feitiços, pactos de sangue... Minha gente, os religiosos não caíram matando em cima desse filme ainda?
Boa Noite Oppy
3.7 3Tem que dar uma abstraída boa pra acompanhar essa saga, porque é uma galera que vive em uma outra frequência. Foi difícil pra mim, eles tratando os robôs como seres humanos como um recurso pra humanizar esses personagens e trazer o público pra perto, dando nomes de doenças humanas para o que eles tinham, e tem inclusive uma passagem em que uma robô chama Spirit "morre" e o filme faz até uma eulogia pra robô com música triste e data de nascimento e morte. Please, i can't. Mas não é ruim, eu só não cheguei lá.
A Menina Silenciosa
4.0 129Se você estiver se perguntando: sim, ela é bem silenciosa.
Marcel a Concha de Sapatos
3.8 102 Assista AgoraOK, isso foi a coisa mais fofa que eu já vi em toda minha vida.
A Catedral
2.9 3É como ler um livro. Mas falta senso de humor a Ricky D'Ambrose.
Tudo o que Respira
3.2 38 Assista AgoraLindo, mas é cansativo demais, muito mesmo.
Império da Luz
3.3 65 Assista AgoraComo pode um filme com tanta gente boa envolvida em todas as esferas da produção... dar tão errado? Que bomba. Pior coisa que o Sam Mendes já fez na carreira, e ouso dizer que nunca vi Olivia Colman tão medíocre.
Navalny
3.5 54 Assista AgoraTem um lado manipulativo que eu já esperava de um documentário como esse, mas o outro lado é feito como um grande filme investigativo de ação, e isso me ganhou bem facinho. Não é muito sobre o Navalny em si, mas sobre a luta contra essa autocracia abjeta instaurada pelo Putin, que escala cada vez mais, embora ele seja um dos principais símbolos e o documentário sabe muito captar isso.
A cena da ligação é um dos grandes momentos do cinema em 2022.
Nothing Compares
3.9 6Essa mulher é foda.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraTrata-se de um material que vivia, já no teatro, no limiar entre o aceitável e o problemático, e me deixava um pouco preocupado o que iria se tornar ao ser adaptado por um cara que é mundialmente conhecido - e lutou pra manter essa fama - como um sádico, como Darren Aronofsky. Mas imaginava que seria pior. Ao longo das duas horas de duração, o filme encontra uma força enorme em seus personagens, sobretudo porque o trabalho de casting foi impecável. Todos eles têm seus momentos pra brilhar, e por mais que praticamente todas as cenas gritem "we want an OSCAR!!", os atores estão absolutamente formidáveis em cada uma delas.
Ainda que Aronofsky e o DP Matthew Libatique insistam em filmar a degradação da condição de Charlie das piores maneiras possíveis e sem tentar fugir do teatro filmado - em um roteiro com escolhas bem óbvias, que o trata muito mal para provocar no público as reações que deseja - , há sempre uma atuação empática e complacente em cena, e é exatamente o que faz com que o filme, ainda assim, tenha seus momentos funcionais.
Sadie Sink, Ty Simpkins e Samantha Morton arrasam quando surgem. Hong Chau tem mais o que fazer com uma coadjuvante que é o verdadeiro centro gravitacional do filme, que nos liga ao filme e à realidade, ao mesmo tempo. E fiquei bem impressionado com o quanto Brendan Fraser consegue mostrar que é um ator de verdade apesar de estar enterrado em diversos quilos de maquiagem (costumo ter problemas com performances nesses moldes). E mora justamente nisso o appeal de sua performance, e acho que é exatamente por causa dessa questão que ele chega muito bem no Oscar: ele nunca foi sequer um bom ator em absolutamente nada; essa característica acaba amplificando seu trabalho dramático intensificado nesse personagem que vive tanto em função de suas próprias desgraças e escolhas. Porque ele finalmente mostra que pode fazer aquilo, e faz muito bem. É a força da narrativa, que é impossível de interromper, e surge de tempos em tempos.
No mais, não é o melhor trabalho do Aronofsky, mas também não é o pior. No entanto, fotograficamente, me incomoda muito o quanto o longa se esforça tanto para ser escuro - talvez para que, com isso, qualquer ponto negativo ou defeito da maquiagem que envolve o corpo do protagonista, pudesse ser disfarçado pela iluminação escolhida. Não acho que disfarçou tão bem, não, e há momento do filme que a maquiagem parece completamente falsa, quase computação gráfica, o que transforma a adaptação cinematográfica em um tanto quanto contraditória.
Ah, e, só pra encerrar: pelo amor de Deus, esse já é o quarto ou quinto final exatamente igual na filmografia do Aronofsky. Foi bacana na primeira vez, foi incrível na segunda, atingiu o ápice na terceira... mas em algum momento cansa, hein?
God’s Country
2.8 17 Assista AgoraThandiwe Newton tentando fazer a carreira deslanchar desde que colocou esse w no nome
Till: A Busca por Justiça
3.7 64 Assista AgoraO que me chama atenção aqui é que além de ser uma biografia sobre um acontecimento - e uma mãe -, o filme não é sobre a luta em si, mas sobre o luto e tudo o que ele pode causar. Da fase da negação até a raiva que move Mamie a buscar por justiça em um momento em que a justiça era impossível de alcançar, mas também sobre os momentos antes da morte, que fazem com que aqueles pós-assassinato de Emmett sejam tão dolorosos. É bem inacreditável que Danielle Deadwyler realmente tenha sido esnobada no Oscar porque, quando o filme exige que ela vá fundo na emoção que uma perda tão intensa causa nessa personagem, a atriz simplesmente se transforma em uma força da natureza, capaz de absolutamente tudo para fazer com que a memória de seu filho seja respeitada e usada como o símbolo de uma causa muito maior do que a tragédia em si. Ela brilha até quando o filme cai em contornos cada vez mais exagerados, que são bem abundantes segunda metade, mas que jamais soam como um recurso barato justamente porque a forma com que ela sustenta cada um desses instantes é visceral e crível, paupável até. É realmente um exemplo de como performances podem elevar certas obras, e do poder que a arte da atuação pode representar.
Benediction
3.4 8Espero que Terence Davies viva pra sempre!!
Wendell & Wild
3.3 73 Assista AgoraUm filme infantil que fala sobre mortos-vivos, inferno, demônios, feitiços, pactos de sangue... Minha gente, os religiosos não caíram matando em cima desse filme ainda?
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraO dinheiro mais fácil que a Selina Meyer fez depois que ela dexou a Presidência.
A Sorte Grande
3.4 89 Assista AgoraPerformance boa, num filme OK.
Os Agitadores
2.2 11O 'Get Out' dos gays.
Funny Pages
3.0 14Daniel Zolghadri is really a breakthrough performer! the Spirits got it right.
Um Lugar Bem Longe Daqui
3.7 332 Assista AgoraNinguém pode dizer que a Kya não tem um tipo né? Todos os homens que ela se relaciona parecem o mesmo.
Holy Spider
4.0 114 Assista AgoraCerteza que no final desse filme não sobrou um anti-punitivista sequer pra contar história.
Talvez por isso seja um dos filmes mais divisivos do ano. Fiquei do lado de cá.
O Peso do Talento
3.4 253 Assista AgoraQue egotrip é essa, bicho?
Ao menos, é um filme que jamais seria o mesmo sem o Nicolas Cage, então, de alguma forma, ao menos ele é único.
Catarina, A Menina Chamada Passarinha
3.3 30 Assista AgoraUma protagonista estranhamente encantadora, ao mesmo tempo que é uma pessoa problemática e subversiva? Estava com tanta saudade, Lena ❤️
Os Banshees de Inisherin
3.9 566 Assista Agorawhat a fécking movie
Fogo-Fátuo
2.9 15Coisa linda.
Sra. Harris vai a Paris
3.6 92 Assista AgoraSerá que a Isabelle Huppert está precisando de dinheiro?