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Últimas opiniões enviadas

  • Rafael

    É interessante notar que "You" é menos sobre um "serial killer" e mais sobre um "serial monogamist". Joe tem um comportamento compulsivo que envolve eleger uma nova "alma gêmea", entrar no mundo dela sem ser convidado (para descobrir exatamente como se fazer convidado), conquistar, cuidar, proteger, se aproveitar e, quando finalmente consegue evitar o abandono que sempre caracterizou sua vida, se entediar e encontrar outra mulher para obcecar.

    Nesta terceira temporada, sua luta - pelo bem do filho e do "time" que ele forma com Love - contra esse padrão de comportamento chega mesmo a se deslocar à frente de sua luta contra seus - e os de Love - instintos assassinos. Mas ele quer mesmo mudar ou, como todo narcisista, busca apenas se convencer de que tentou ser melhor para poder manter imaculada para si e para os outros a imagem inflada que tem de si próprio - escondida por trás da autodepreciação?

    Obsessão, conquista, vampirização e descarte. Esta é a dinâmica de Joe em seu comportamento com as mulheres, remetendo ao comportamento de serial killers, porém substituindo o assassinato pela conquista - o primeiro elemento aqui é importante apenas como um meio em busca do segundo - uma tentativa de se controlar seu mundo e a vida das mulheres como ele não conseguia fazer quando garoto --- mulheres que na sua visão não sabem cuidar de si mesmas, como sua mãe e a assistente social do orfanato em que cresceu.

    Ao mesmo tempo, o estranhamento e a sensação de isolamento que a vida suburbana estadunidense provoca no casal emocionalmente dependente, traumatizado e viciado em adrenalina - na relação entre violência e sexo - ganha destaque em especial na condição de Love de mãe de família suburbana claramente inspirada no romance de Richard Yates - não por acaso citado por um personagem - "Revolutionary Road" (adaptado para o cinema no filme de 2009 de Sam Mendes conhecido no Brasil como "Foi Apenas um Sonho", com Kate Winslet e Leonardo DiCaprio). Love, portanto, ao mesmo tempo em que se encontra entediada, incompreendida e solitária com a ausência de seu irmão gêmeo, se culpa por não ser feliz tendo tudo o que sempre sonhou.

    Mais do que uma história sobre um casal de assassinos, esta temporada acaba por retratar os conflitos atuais de uma geração na tentativa de conciliar a busca por formar uma família e o desejo intermitente de (e aqui teremos um flashback explicativo de origem comportamental) operar um "reboot" na própria vida - em especial amorosa -, situação que se desdobra nas complicações de se buscar um equilíbrio entre consolidar um relacionamento no qual os protagonistas, apesar de tudo, surpreendentemente se sentem em alguma medida confortáveis e a necessidade compulsiva por novas aventuras, uma contradição muito difícil de ser resolvida para quem tem dificuldades em se manter focadx em um relacionamento monogâmico e é ao mesmo codependente e possessivx demais para ter um relacionamento aberto (ou seja, uns 80% dos menores de 40 anos hoje?).

    Utilizando-se de referências literárias pontuais para retratar humores e traços de personalidade dos personagens - como "O Grande Gatsby" referenciando o amor obsessivo e platônico -, "You" consegue satisfazer o público médio da Netflix ao mesmo tempo em que se torna interessante para quem busca algo mais estimulante em meio à dinâmica acelerada descartável das séries de streamings hoje.
    Outra referência literária da temporada é "O Amor nos Tempos do Cólera", de García Márquez", mas falar muito sobre essa ligação pode ser spoiler - tanto da série quanto do romance.

    Ao mesmo tempo em que podemos nos identificar com conflitos psicológicos de Joe em vários momentos, os menos ingênuos não perdem de vista que se trata de um feminicida que esconde sua misoginia por trás da necessidade de proteger e cuidar de (não mais que)figuras femininas traumatizadas e idealizadas que podem ser trocadas de "temporada para temporada", como nos antigos filmes de James Bond, a partir do momento em que ele vê como finalizado seu projeto de conquista.

    Uma história sobre uma espécie de Chucky & Tiffanny como pano de fundo para um conflito narrativo que consegue alguma originalidade ao tratar do tão batido e banalizado conceito de amores líquidos.

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  • Rafael

    Eu sempre brisei em como seria se eu pudesse voltar no tempo e matar no berço os meus maiores ídolos e lançar as músicas deles como se fossem minhas, os roteiristas desse filme roubaram minha ideia e irão pagar por isso!

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  • Rafael

    Uma boa adaptação de Stephen King, uma má sequência de Kubrick.
    O filme ganharia com uns 40% de diálogo a menos. Tudo é tão explicado quanto em filmes da Marvel. Aliás, os vilões parecem saídos de X-Men.

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    A parte final do filme se passa no Hotel Overlook, que desta vez mais parece a Casa do Terror do finado Playcenter, repetindo os mesmos sustos do filme do Kubrick (algo já feito naquela porcaria de filme do Spielberg que eu nem me lembro o nome), só que a tentativa de reencenar aquele ambiente e personagens tenebrosos é um fracasso total. Até eu convenceria de Jack mais do que o ator escalado.

    O filme realmente é bastante Stephen King, o que significa uma boa história infanto-juvenil para adultos. O final, aliás, salva a obra em uns 30%.
    Mas o ponto é que o que fazia de O Iluminado uma obra-prima era exatamente o distanciamento dos clichês do escritor, aquilo que ficava nas entrelinhas e o fato de que é um filme de terror totalmente para adultos, parecendo encarar o espectador e dizer: acredito na sua inteligência. Tudo o que Dr. Sono não faz.

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  • Amanda Schulz
    Amanda Schulz

    Putz...

  • Amanda Schulz
    Amanda Schulz

    É um trash de qualidade, é faz jus ao gênero, rsrs.

  • Amanda Schulz
    Amanda Schulz

    Aceito. :)

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