Não quero cometer o erro do anacronismo, mas serei obrigada a comete-lo. O papel da mulher é tão interiorizado e ridicularizado que sofri minutos de agonia. A vítima é tratada como provocadora do crime. Tipos de vestimenta, o fato de sair a noite sem o marido, o fato de comemorar perante um jogo, de aceitar a carona de um amigo. E a parte mais humilhante nem é essa. Era evidente que a Laura sofria abuso físico e mental em casa. Ela diversas vezes disse de maneira brincalhona ao advogado Paul os seus medos e frustações perante o casamento e ao seu marido. E mesmo assim, um personagem que "busca a verdade" como o advogado Paul diz de si mesmo, se esforça para liberar um assassino violento. Assassino violento que na última cena do filme claramente continuou seus "impulsos irresistíveis": a bebida, o sapato de salto da Laura jogado na lixeira e a fuga repentina.Todos esses fatores mesclados com a naturalidade de Paul e Parnell ao se deparar com essa cena me deixaram com tamanha angústia e nojo que não consegui admirar o filme como tantos aqui Novamente: fui anacrônica, eu sei, mas se nunca olharmos o passado com os olhos do presente a fim de distinguirmos a moral presente da moral passada, não haverá evolução, pois não haverá descontentamento.
Não quero cometer o erro do anacronismo, mas serei obrigada a comete-lo.
O papel da mulher é tão interiorizado e ridicularizado que sofri minutos de agonia.
A vítima é tratada como provocadora do crime. Tipos de vestimenta, o fato de sair a noite sem o marido, o fato de comemorar perante um jogo, de aceitar a carona de um amigo. E a parte mais humilhante nem é essa.
Era evidente que a Laura sofria abuso físico e mental em casa. Ela diversas vezes disse de maneira brincalhona ao advogado Paul os seus medos e frustações perante o casamento e ao seu marido.
E mesmo assim, um personagem que "busca a verdade" como o advogado Paul diz de si mesmo, se esforça para liberar um assassino violento.
Assassino violento que na última cena do filme claramente continuou seus "impulsos irresistíveis": a bebida, o sapato de salto da Laura jogado na lixeira e a fuga repentina.Todos esses fatores mesclados com a naturalidade de Paul e Parnell ao se deparar com essa cena me deixaram com tamanha angústia e nojo que não consegui admirar o filme como tantos aqui
Novamente: fui anacrônica, eu sei, mas se nunca olharmos o passado com os olhos do presente a fim de distinguirmos a moral presente da moral passada, não haverá evolução, pois não haverá descontentamento.