Sua puberdade foi no cangaço. No cangaço aprendeu o bê-a-bá. No cangaço pegou em armas, fez seus próprios partos e ajudou a trazer ao mundo outras crianças, filhos e filhas do cangaço. Cuidou de feridos. Deu tiros, tingiu de cores e ilustrou com flores os trajes e utensílios dos bandos. Perdeu de vista a Sérgia do batismo, deu vida a Dadá cangaceira temida e respeitada, companheira do crudelíssimo Capitão Corisco, o façanhudo e valente chefe de grupo. Até que no dia 25 de maio de 1940, assistiu a morte do seu companheiro e tombou gravemente ferida. Era o ocaso de um tempo, era o fim irreversível do cangaço.
Após deixar a prisão por força de uma habeas corpus, Dadá, mutilada de guerra, iniciou uma nova vida. Reinventou-se para viver os dias urbanos, longe dos sertões e das armas. Encontrou um novo companheiro. Casou-se. Fez da costura um ofício. Trouxe as filhas para junto de si. Converteu-se em avó amorosa, matriarca atenta, severa, extremada na luta pela sua sobrevivência e dos seus. Solicitada por artistas, intelectuais, escritores e estudiosos prestou testemunhos que puseram luz sobre fatos e personagens da luta cangaceira.