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Dias Gomes

Nomes Alternativos: Alfredo de Freitas Dias Gomes

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Nascimento: 19 de Outubro de 1922 (76 years)

Falecimento: 18 de Maio de 1999

Salvador, Bahia - Brasil

Alfredo de Freitas Dias Gomes, mais conhecido pelo sobrenome Dias Gomes, (Salvador, 19 de outubro de 1922 — São Paulo, 18 de maio de 1999) foi um romancista, dramaturgo, autor de telenovelas e membro da Academia Brasileira de Letras. Também conhecido pelo seu casamento com Jenete Stocco Emmer (Janete Clair).

Foi no ambiente radiofônico que Dias Gomes travou contato pela primeira vez com aquela que viria a se tornar sua primeira esposa, a então desconhecida Jenete (Janete Clair). Com ela casou-se em 13 de março de 1950, teve os filhos: Alfredo Dias Gomes, Guilherme Dias Gomes, Marcos Plínio (falecido) e Denise Emmer. Viúvo de Janete Clair, que morrera um ano antes, em 1984 Dias casa-se com a atriz Bernadeth Lyzio, com quem tem duas filhas: Mayra Dias Gomes (escritora) e Luana Dias Gomes.

Em meio à preparação de mais um trabalho para a televisão, a minissérie Vargas - baseada em sua peça Dr. Getúlio, Sua Vida, Sua Glória -, Dias Gomes morre num trágico acidente automobilístico no dia 18 de maio de 1999, ao sair de um restaurante no centro de São Paulo.

Essencialmente um homem de teatro, aos 15 anos Dias Gomes escreveu sua primeira peça, A Comédia dos Moralistas, com a qual ganharia o prêmio do Serviço Nacional de Teatro e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), no ano seguinte. Em 1941, sua peça Amanhã Será Outro Dia chega às mãos do ator Procópio Ferreira que, empolgado com a qualidade do texto, chama o autor para uma conversa. Embora tivesse gostado do que lera, tratava-se de um drama antinazista e Procópio achava arriscado levar à cena um espetáculo desse porte em plena Segunda Guerra Mundial. Quando questionado se não teria uma outra peça, de comédia talvez, Dias lembrou-se de Pé de Cabra, uma espécie de sátira ao maior sucesso de Procópio até então, e não hesitou em levá-la ao grande ator que, entusiasmado, comprometeu-se a encená-la.[1]

Sob a alegação de que a peça possuía alto conteúdo marxista, Pé de Cabra seria proibida no dia da estreia. Curioso notar que, embora anos depois o autor viesse a se filiar ao Partido Comunista Brasileiro, até então Dias Gomes nunca havia lido uma só linha de Karl Marx. Graças à sua influência, Procópio consegue a liberação da peça, mediante o corte de algumas passagens, e a mesma é levada à cena com grande sucesso. No ano seguinte, Dias Gomes assinaria com Procópio aquele que seria o primeiro grande contrato de sua carreira, no qual se comprometia a escrever com exclusividade para o ator. Desse período nasceram Zeca Diabo, João Cambão, Dr. Ninguém, Um Pobre Gênio e Eu Acuso o Céu. Infelizmente nem todas as peças foram encenadas, pois logo Dias e Procópio se desentenderam por sérias divergências políticas. Refletindo o pensamento da época, Procópio não concordava com as preocupações sociais que Dias insistia em discutir em suas peças. Tais diferenças levariam o autor a se afastar temporariamente dos palcos e ele passou a se dedicar ao rádio.
De 1944 a 1964, Dia Gomes adaptou cerca de 500 peças teatrais para o rádio, o que lhe proporcionou apurado conhecimento da literatura universal. Em 1960, Dias Gomes volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira, pelo qual se tornaria internacionalmente conhecido: O Pagador de Promessas. Adaptado para o cinema, O Pagador seria o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.[1]

Em 1965, Dias assiste, perplexo, à proibição de sua peça O Berço do Herói, no dia da estreia. Adaptada para a televisão com o nome de Roque Santeiro, a mesma seria proibida uma década depois, também no dia de sua estreia. Somente em 1985, com o fim do Regime Militar, o público iria poder conferir a Roque Santeiro - que, diga-se de passagem, viria a se tornar uma das maiores audiências do gênero.[1]

Com a implantação da Ditadura Militar no Brasil, em 1964, Dias Gomes passa a ter suas peças censuradas, uma após a outra. Demitido da Rádio Nacional, graças ao seu envolvimento com o Partido Comunista, não lhe resta outra saída senão aceitar o convite de Boni, então presidente da Rede Globo, para escrever para a televisão.[1]

De 1969 a 1979 Dias Gomes dedica-se exclusivamente ao veículo, no qual demonstra incomum talento. Em 1972 Dias Gomes levaria o povo para a televisão ao ambientar Bandeira 2 no subúrbio carioca. Em 1973 escreveu a primeira novela em cores da TV brasileira, O Bem Amado. Em 1974 já falava em ecologia e no crescimento desordenado da cidade com O Espigão. Em 1976, com Saramandaia, abordaria o realismo fantástico, então em moda na literatura. O fracasso de Sinal de Alerta, em 1978, leva Dias a se afastar do gênero telenovela temporariamente.

Ao longo de toda a década de 1980, Dias Gomes voltaria a se dedicar ao teatro, escrevendo para a televisão esporadicamente. Datam desse o período os seriados O Bem Amado e Carga Pesada (apenas no primeiro ano), e as novelas Roque Santeiro e Mandala, das quais escreveria apenas parte. Nos anos 90, Dias Gomes viraria as costas de vez para as telenovelas, dedicando-se única e exclusivamente às minisséries.

Cônjuge: Bernadeth Lyzio (de 1989 a 1999), Janete Clair (de 1950 a 1983)
Filhos: Mayra Dias Gomes, Denise Emmer, Guilherme Dias Gomes, Luana Dias Gomes, Alfredo Dias Gomes, Marcos Plínio

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