Originalmente conhecido no grego como o casamento da música com o drama, a estética melodramática foi à princípio rechaçada com o teatro popular francês e enobrecida pelos palcos clássicos das óperas italianas. Em função da sua qualidade educadora e da sua importância enquanto representação de uma cultura popular, esta estética tem sido reconfigurada e o seu mérito reconhecido. No cinema, a estética do melodrama se dissolve em inúmeros gêneros diferentes, os híbridos filmes de aventura dos anos 20, assim como os filmes de suspense nos anos 40, dentre outros, todos podem sofrer influência da ternura desta estética. Existem diretores que a representam e aqueles que dela extirpam os elementos que convém. De um país para o outro, a maneira da linguagem melodramática se construir varia. Teremos exemplos de asiáticos ternos em sua discrição e franceses ardentes apenas pela poesia da parole - a palavra, o texto da narrativa. Melodrama pode estar nas cores, no enquadramento, nos atores com seus personagens, nas vestimentas, nas locações, na intriga, na direção e, especialmente, na trilha sonora que admite também perfeitamente o seu paradoxante carrasco, o silêncio. Saber calar-se é uma virtude que se compara aos berros. Aqui ambos podem ser ensurdecedores. Esta lista pontua momentos ilustres do melodrama, conforme identificação e experiências pessoais, deixando que a marcação da história e o desejo de tudo listar percam a forma e escorram no rosto como uma lágrima, elemento que mesmo em sua fluidez de rio carregará a dependência crassa à fonte que lhe originou. Entenda esta lista e cada elemento presente na sua capacidade de eterna comunicação com aqueles que estão ausentes.