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Nicette Bruno

Nomes Alternativos: Nicete Bruno | Nicete Bruno | Nicete Xavier | Nicete Xavier Miessa | Nicete Xavier Miessa Goulart

63Número de Fãs

Nascimento: 7 de Janeiro de 1933 (87 years)

Falecimento: 20 de Dezembro de 2020

Niterói, Rio de Janeiro - Brasil

Nicete Xavier Miessa, mais conhecida como Nicette Bruno, foi uma atriz brasileira e empresária teatral. Nicette começou muito jovem sua carreira, atuando em Romeu e Julieta, de William Shakespeare, em 1945. Com um currículo extenso em várias produções de teatro, cinema e televisão.

É uma das referências na história da teledramaturgia do país. Nicette também foi uma pioneira da televisão. Estreou na TV Tupi tão logo foi inaugurada, em 1950, fazendo participações esporádicas em recitais e teleteatros, como em A Corda.

Única filha de Sinésio Campos Xavier e da atriz Eleonor Bruno. Nicette começou a carreira artística em influência da própria família, em que praticamente todos os parentes se dedicaram à arte. Quando Nicette tinha apenas quatro anos, declamava e cantava no programa infantil do Alberto Manes, na Rádio Guanabara. Aos cinco anos, começou a estudar piano, no Conservatório Nacional, e a se apresentar como pianista, no mesmo programa, e aos seis, ingressou no balé no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Quando tinha onze anos, entrou para o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços. Depois, passou pelo Teatro Universitário, de Jerusa Camões, e pelo Teatro do Estudante, dirigido pelo Paschoal Carlos Magno e Maria Jacintha. Aos catorze anos, já era profissional de teatro, contratada pela Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais.

Em 1952, Nicette conheceu o ator Paulo Goulart, durante a peça Senhorita Minha Mãe, de Louis Verneuil, com quem se casa em 26 de fevereiro de 1954, uma sexta-feira véspera de Carnaval, na Igreja de Santa Cecília, em São Paulo. A cerimônia foi seguida de festa no Teatro Íntimo Nicette Bruno (TINB). Eles tiveram três filhos: Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho – que seguiram a carreira dos pais. Com 56 anos de casamento, tinham sete netos e dois bisnetos. Junto com o marido, a atriz conheceu o kardecismo há mais de quatro décadas, em virtude da morte de um parente seu. A doutrina, que eles transmitiram aos três filhos, os ajudou a superar a perda. Ficou viúva em 2014, quando Paulo Goulart faleceu em decorrência de câncer.

Em 1945, atuou como Julieta na peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Sua estreia oficial aconteceu em 1947, na peça A Filha de Iório, de Gabriel D’Annunzio. Sua atuação lhe valeu a medalha de ouro de Atriz Revelação pela ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais). Durante sua adolescência, participou de diversas peças de destaque, como Anjo Negro, de Nelson Rodrigues e O Fantasma de Canterville, baseado em Oscar Wilde.

Aos dezessete anos, fundou, em São Paulo, o Teatro de Alumínio, na Praça das Bandeiras, edifício sede do Teatro Íntimo Nicette Bruno (TINB), companhia criada em 1953. Paulo e Nicette inauguraram o TINB com a peça Ingênua Até Certo Ponto, de Hugh Herbert, com direção de Armando Couto. Em 1958, atuou na premiada criação de Aparecida, em Pedro Mico, de Antônio Callado. Durante as décadas de 1950 e 1960, integrou praticamente todas as principais companhias de teatro do país.

Em 1959, na TV Continental ganhou um papel da destaque, interpretando a personagem-título no seriado ao vivo Dona Jandira em Busca da Felicidade. Sua primeira telenovela foi Os Fantoches (1967), de Ivani Ribeiro, na TV Excelsior. Nos anos 1960 nas extintas emissoras TV Excelsior e Tupi, atuou em novelas de sucesso na época como A Muralha, O Meu Pé de Laranja Lima, Rosa-dos-Ventos, Papai Coração, Éramos Seis e Como Salvar Meu Casamento. Depois, ao transferir-se para a Rede Globo encarnou ainda personagens célebres em novelas como Sétimo Sentido, Louco Amor, Selva de Pedra, Bebê a Bordo, Rainha da Sucata, Mulheres de Areia, entre outros sucessos.

Em 1962, Nicette e seu marido, a convite de Cláudio Corrêa e Castro, moraram em Curitiba, trabalhando no Teatro Guaíra, lecionando artes cênicas para o projeto Curso Permanente de Teatro e fazendo parte do Teatro de Comédia do Paraná (TCP), em que produziram diversas montagens, como Um Elefante no Caos, de Millôr Fernandes, A Megera Domada, de Shakespeare e O Santo Milagroso, de Lauro César Muniz.

Sua primeira participação no cinema foi no filme Querida Susana (1947), sob a direção de Alberto Pieralisi. Participou também dos filmes Canto da Saudade (1952), Esquina da Ilusão (1953), A Marcha (1972), Vila Isabel (1998), Zoando na TV (1999), Seja o que Deus Quiser! (2002), A Guerra dos Rocha (2008), A Casa das Horas (2010) e Doidas e Santas (2016), porém sem nunca deixar o teatro.

Em 2001, após ter se afastado por um bom tempo da televisão, encarnou Dona Benta durante quatro anos na segunda versão para a TV do Sítio do Pica-Pau Amarelo, ganhando grande notoriedade com este papel. Em 2005, volta às telenovelas interpretando Ofélia em Alma Gêmea. Em 2006, faz uma breve porém significativa participação especial no primeiro capítulo de O Profeta como Tia Cleide. Em 2007, é a vez da humilde e bondosa Dona Juju em Sete Pecados.

Em 2010, dá vida à personagem Júlia Spina em Ti Ti Ti. No ano seguinte, interpreta Iná, em A Vida da Gente. Em 2012, interpreta a matriarca Dona Leonor em Salve Jorge. Em 2013, Nicette trabalhou na novela Joia Rara, interpretando a personagem Santinha. No mesmo ano, Nicette e a sua filha Beth Goulart foram as apresentadoras da cerimônia de premiação da 25ª edição do Prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro. Em 2014, a atriz estreou a peça Perdas e Ganhos. O monólogo da escritora Lya Luft, com direção da filha da atriz, Beth Goulart, é uma homenagem ao marido, o ator Paulo Goulart. Em 2015, na novela I Love Paraisópolis, de Alcides Nogueira e Mário Teixeira, Nicette foi Izabelita, uma viúva, acionista majoritária da Pilartex e sofre do Mal de Alzheimer.

Em julho de 2016, Nicette relembrou a personagem Dona Benta da série Sítio do Picapau Amarelo no programa Criança Esperança. Em agosto do mesmo ano, a atriz voltou aos palcos com a peça O Que Terá Acontecido a Baby Jane? ao lado de Eva Wilma. A história é sobre a relação tumultuada entre duas irmãs: Blanche e Jane Hudson.

Em 2010, Nicette lançou o livro Grandes pratos e pequenas histórias de amor em parceria com o seu marido Paulo Goulart. Este livro de culinária traz receitas que o casal criou ou simplesmente testou em seus almoços de domingo, ao lado da família e dos amigos.

Entre os prêmios e homenagens que coleciona, está Prêmio ABCT de Atriz Revelação na peça A Filha de Iório (1947), Prêmio ABCT e o Prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro de Melhor Atriz no espetáculo teatral Pedro Mico (1958), Prêmio Molière de Melhor Atriz na peça O Efeito dos Raios Gama Sobre as Margaridas do Campo (1974). Nicette foi três vezes premiada com o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), como Melhor Atriz na peça Somos Irmãs (1998), nas novelas Éramos Seis (1978) e Como Salvar Meu Casamento (1980). Em 1998, ganhou o Prêmio Shell de Melhor Atriz pelo trabalho na peça teatral Somos Irmãs.

Em 2006, a família Goulart foi homenageada na 18.ª edição do prêmio Shell de Teatro do Rio de Janeiro. Paulo Goulart, Nicette Bruno e seus filhos Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho receberam um Troféu Especial, pela união e trabalho desenvolvidos nos palcos em mais de vinte anos de carreira. No mesmo ano, Nicette ganhou o Troféu Leão Lobo na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante pela atuação em Alma Gêmea. Foi homenageada na 21ª edição do Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema, onde recebeu o Troféu Eusélio Oliveira pelo conjunto da obra, em 2011. Na 8ª edição do Festival de Cinema da Lapa, a atriz recebeu o Troféu Tropeiro, uma homenagem que contempla profissionais da dramaturgia de destaque nacional que tenham nascido ou atuado no Paraná, em 2015. Em maio de 2016, Nicette recebeu o prêmio Lifetime Achievement Award no 19º Brazilian International Press Awards. Em 2017, a atriz foi homenageada na quarta edição do Prêmio Cesgranrio de Teatro, por seus setenta anos de carreira.

Em 26 de novembro de 2020 foi internada no Casa de Saúde São José, em Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde foi diagnosticada com Covid. O estado de saúde se agravou, permanecendo sedada e com auxílio de ventilação mecânica. Faleceu em 20 de dezembro de 2020.

Cônjuge: Paulo Goulart (de 1954 a 2014)
Filhos: Beth Goulart, Bárbara Bruno, Paulo Goulart Filho
Neto / Neta: Vanessa Goulart, João Gabriel Carneiro, mais
Pais: Eleonor Bruno, Sinésio Campos Xavier

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