Nesta segunda-feira, 04 de agosto, aconteceu a coletiva de imprensa para promover o primeiro longa-metragem do diretor Daniel Augusto, Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho em São Paulo.
O ator que já interpretou o Gonzaguinha nos cinemas, Júlio Andrade, agora está na pele de Paulo Coelho, nos anos 70, 80 e tempos atuais. “Espero não fazer isso de novo tão cedo. É muito difícil e de uma responsabilidade muito grande”, comentou o ator sobre a dificuldade de interpretar o personagem que é tão presente na vida de todos. “Mas a vida me levou pra isso, e assim como todos os personagens que eu fiz eu abracei”. E completou dizendo umas das frases mais ditas pelo o escritor, “eu sou o que as pessoas pensam que eu sou”, e todos que trabalharam no filme levaram esse dito ao pé da letra.
Para se transformar no Paulo Coelho dos dias atuais, Andrade diz que uma de suas maiores dificuldades foi interpretar usando uma máscara e que demorou cerca de três dias para se adaptar. “A máscara não é idêntica ao Paulo. Tinha uma mistura entre a minha face e a dele para dar um ar mais natural”. A maquiagem usada por Julio Andrade é um método pouco utilizado em filmes nacionais, a mesma empresa contratada para fazer o processo, a DDT, trabalhou anteriormente em O Impossível e O Labirinto do Fauno. Eram necessárias cinco horas e cinco quilos de máscara para deixar Andrade "a cara" de Paulo Coelho.
Lucci Ferreira, que interpretou Raul Seixas, diz ser fã do cantor desde pequeno e um de seus sonhos era interpreta-lo nos cinemas. “A minha preparação (para o papel) foi feita na vida. Não gosto só das músicas de Raul, e sim daquela cabeça pensante maluco beleza”. O ator fez teste para interpretar Raul Seixas no especial da Rede Globo Por Toda a Minha Vida, mas não passou e Julio Andrade acabou ficando com o papel. Lucci diz que uma das dificuldades de interpretar o cantor era a imagem de ele ser tão presente na vida de seus fãs. “As pessoas não vão cobrar um Raul que eu imagino que ele seja, elas vão cobrar uma verossimilhança, na maneira de falar, agir e na voz. Tentei representar aquilo que está além do imaginário delas”.Já a roteirista do longa, Carolina Kotscho, comentou como ela entrou em contato com o escritor para fazer o roteiro. “A primeira conversa com o Paulo Coelho foi em 2007, ele tinha acabado de assistir Dois Filhos de Franscico – cujo Kotscho também é roteirista – e gostou muito”. Logo, um amigo em comum, passou o contato de Coelho para Carolina, e assim ela passou dois anos tentando convencê-lo a fazer o filme. “Ele chegou a mentir, certa vez, falando que tinha amado o roteiro. Mas na verdade, ele nem tinha lido”. O filme foi exibido ao escritor pela primeira vez em março deste ano. “Na verdade, ele não queria ver, mas depois que amigos próximos viram e elogiaram, fizemos uma sessão durante a festa de São José, que ele faz todo ano para uns 100 amigos íntimos”.
Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho mostra quatro fases da vida do escritor de uma forma não linear: o jovem deprimido dos anos 60 que passa por ditadura militar e clínicas psiquiátricas. O grande amigo e parceiro de Raul Seixas dos anos 70, em sua fase sexo, drogas e rock ‘n’ roll, em seguida o escritor de 40 anos e sua descoberta pelo caminho de Santiago, e por fim, como o conhecemos na atualidade. Carolina Kotscho conta o motivo pelo qual estabeleceu contar a história dessa maneira: "Escolhemos o caminho mais difícil. Mas a melhor definição veio de uma pessoa simples, depois de uma sessão de teste de público, que disse que é exatamente assim que contamos uma história para alguém. Por associações, mesclamos nossas histórias sem uma linearidade”.
Uma das novidades, é que provavelmente o filme se tornará uma minissérie. Ao comentar que o longa tem mais de três horas de material utilizável, o diretor Daniel Augusto cita que poderá utilizar na minissérie algumas cenas que ele gostou muito, mas não foram utilizadas na trama cinematográfica.
Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho estreia em 14 de agosto.