O diretor do novo remake de As Tartarugas Ninja, Jonathan Liebesman (Fúria de Titãs 2), consegue fazer um filme totalmente plausível para os tempos atuais, devido à inserção tecnológica que estamos vivendo. Os quatro ninjas cascudos estão com características mais heroínas, com o bom humor afiado e diálogos inteligentes. Junto a isso, é possível unir cenas de ação, dignas de uma produção do Michael Bay, criando um grande equilíbrio entre piadas e explosões.
O reboot vai além do que conhecemos sobre as tartarugas mutantes. A história que se passa no presente, adquiri flashbacks para mostrar a origem do quarteto da Renascença, composto por Leonardo (Johnny Knoxville), Raphael (Alan Ritchson), Michelangelo (Noel Fisher) e Donatello (Jeremy Howard). Cada um dos irmãos, tem por sua vez, uma característica única e mais elaborada do que os filmes anteriores, criando assim uma identificação melhor com o público sobre quem é quem.
O grande vilão da vez é conhecido como Destruidor (William Fichtner), que junto ao seu clã tenta aterrorizar a cidade de Nova York. As tartarugas, que até o momento são desconhecidas para os norte-americanos, em um dos ataques do Destruidor, são pegas de surpresa pela repórter April O’Neal (Megan Fox), que passa a pesquisar o surgimento dos vigilantes noturnos.
O humor aprimorado e as frases bem elaboradas são o ponto alto da trama. As piadas conseguem ser muito bem colocadas, apropriadas e trazem referências a outras obras como Lost, X-Men, Batman, Sin City e até Transformers, tanto nos diálogos quanto na estética do filme. Devido ao motion capture – mesma tecnologia utilizada em Planeta dos Macacos: O Confronto, as tartarugas são muito mais humanizadas sem deixar agressivamente visível que elas são criadas através de computação gráfica ao contracenarem com os atores humanos. A utilização do slow motion é muito apropriada nas cenas de ação, onde é possível identificar melhor quem está lutando e o que de fato está acontecendo, sem focar apenas nas explosões. Em contrapartida, temos um 3D totalmente dispensável por não acrescentar nada à narrativa e até atrapalhar em certos momentos.
Um dos pontos negativos e essenciais para trama é o seu roteiro preguiçoso e seus inúmeros erros de continuação, como ao utilizar um computador de pelo menos 10 anos atrás com o Windows 8 (versão bem atual do sistema operacional) ou a cada virada da Megan Fox, ela aparece com a camiseta de uma cor diferente. Falhas desnecessárias que acabam incomodando o espectador. Apesar dos vilões nunca fazerem muito sentindo nos filmes de heróis, o longa consegue criar um dos piores vilões que não traz essência alguma a história, o descredito não é dado pela interpretação de William Fichtner – que encarnou muito bem o papel, mas sim pelos seus motivos chulos, mal elaborados e que não convencem.
As Tartarugas Ninja se diferencia dos filmes anteriores por utilizar um humor mais arrojado e trazer uma carga maior dos desenhos animados. Sua produção deixa o longa extremamente moderno e atual possibilitando dar um aspecto próprio aos quatro adolescentes mutantes ninja. Contudo, é necessário um amadurecimento de roteiro para criar uma historia que entretenha e surpreenda melhor o espectador, saindo um pouco mais do óbvio.
Por: Caroline Venco