Martin Luther King Jr. é uma forte referência pela igualdade dos direitos entre negros e brancos, não apenas nos Estados Unidos, mas pelo mundo inteiro. Mesmo após ganhar o prêmio Nobel da Paz em outubro de 1964, sua luta não parou. Selma: Uma Luta Pela Igualdade retrata mais uma de suas batalhas pelos os direitos que nunca deveriam ter sido negados, como por exemplo o de votar. Ava DuVernay, consegue mostrar essa luta cheia de idas e vindas, e que, apesar das suas milhares de qualidades, King também era um homem cheio de defeitos e erros, como qualquer outro.
Os bastidores da marcha da cidade de Selma, no estado do Alabama são simbolizados por diversas perspectivas, onde interesses distintos são postos em jogo. Entre eles estão os governos nacional e estadual, a polícia, os brancos racistas, os brancos a favor, os negros que aderiam a violência como solução e os mais pacifistas. Com essa variedade de subtramas, o longa se perde um pouco por falar muito de tudo, porém, sem se aprofundar em nada.
O filme deixa claro que não são todos os negros que concordam com os fundamentos dados por Martin Luther King Jr. (David Oyelowo), mas ambos os lados tinham apenas um objetivo central, que se mostrou ir muito além do direito de votar. Essa desigualdade é claramente exposta por uma frase dita por Luther King: “Do que adianta um negro poder ter o direito de sentar-se à mesa de uma lanchonete sendo que não pode pagar pelo lanche”. Garantir o direito de voto seria apenas mais um passo em sua batalha contra a segregação de raças.
A participação do presidente Lyndon B. Johnson (Tom Wilkinson) foi crucial para o evento ter obtido sucesso. Mesmo com as represálias do governo estadual, Johnson, pressionado por Martin Luther King, pode colocar em vigor a lei que dá o direto de voto aos negros. Os diálogos entre e o ativista político e o presidente descrevem, talvez, um King que poucos conhecem. Seu poder de persuasão era forte em um momento que apenas palavras doces não eram o suficiente, porém, mais uma vez o tema esquece de ser aprofundado e passa a ser mais uma cena rodeada de discursos políticos que parecem dizer a mesma coisa o tempo todo.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade é um retrato de uma humanidade não muito distante, e que apesar de nossa evolução, é possível sentir que o passado está ainda muito presente em nosso cotidiano. Esta então será uma luta, que infelizmente, ainda não acabou e muitos sacrifícios e perdas serão necessários pela tal igualdade que às vezes parecer ser inalcançável.
Por: Caroline Venco