36.mostra.org - Amos Gitai pensou em escolher um ator para interpretar seu pai nas cenas de ficção de seu novo filme, Canção Para o Meu Pai, exibido na 36ª Mostra. No debate que ocorreu no Cinesesc após a sessão do filme, ele revelou que a razão vai muito além de uma escolha estética. “Ele morreu há 43 anos e eu nem consigo mais escutar a voz dele. É interessante, a minha filha acha que pode escutá-lo e nunca o conheceu”.
O diretor israelense, ganhador do Prêmio Humanidade na 31ª Mostra, falou com o público após duas sessões seguidas de seus filmes feitos em homenagem aos pais: Carmel, filme sobre sua mãe que já havia sido exibido na 33ª Mostra, e o recente filme sobre a vida e o trabalho de seu pai, Munio Gitai. Canção Para o Meu Pai intercala cenas atuadas com leituras de documentos pessoais sobre Munio, que foi acusado de trair o povo alemão pelos nazistas nos anos 30, tudo fora de ordem cronológica em uma espécie de mosaico.