O cinema independente da década de 1990 lançou muitos atores brilhantes, mas talvez nenhum voou mais alto do que Hilary Swank. Ela aproveitou a chance para um papel arriscado em um filme de micro orçamento com um tema provocativo e um diretor desconhecido - e em Meninos Não Choram, um filme que ela recebeu US $ 3.000, ela conquistou um Oscar. Como ela frequentemente dizia: “Eu tinha um Oscar, mas não tinha seguro de saúde". No entanto, em uma entrevista recente no Crosby Street Hotel para promover o filme I Am Mother da Netflix, ela falou sobre o auge do cinema independente.
“Eu pensei: 'Nossa, essa é a minha oportunidade de entrar no cinema'" ela disse. “Pessoas famosas não estavam assumindo o risco do cinema independente, e elas não estavam sendo pagas para fazer filmes independentes, então não havia interesse por elas. Mas os recém-chegados não conseguiam entrar no cinema porque o sistema do estúdio dizia: "Nós só usamos pessoas famosas".
Com sensibilidade e emoção, Meninos Não Choram, conta a história do primeiro romance de um homem transsexual. Os efeitos do filme se espalharam por um público que nunca tinha assistido um retrato sensível de uma pessoa transgênero, muito menos considerando a violência que enfrentam todos os dias simplesmente por serem eles mesmos.
"Eu acredito que Meninos Não Choram será com certeza a coisa mais importante da qual eu fiz parte", disse Swank com orgulho.
Após o lançamento do filme, Swank tornou-se a porta-voz do Instituto Hetrick-Martin, uma das maiores organizações de serviços para jovens LGBTQ do país. Durante seu mandato de 10 anos, ela ajudou a encontrar um lar para a Harvey Milk High School de Nova York, uma escola pública que atende jovens LGBTQ em risco.
De certa forma Meninos Não Choram iniciou a conversa em torno da representação transgênero no cinema que continua até hoje. Mas nos últimos anos, alguns ativistas da comunidade trans criticaram o filme por escalar Swank, que é cisgênero para interpretar um homem trans.
"Eu acho que, de certa forma, foi criticado por uns e por outros não. E eu acho que se as pessoas soubesse o quanto de cartas recebi e quantas pessoas nas ruas vieram até mim em lágrimas, agradecendo-me por contar sua história", disse Swank. Depois de fazer uma pausa por alguns segundos, ela continuou: "Eu guardo isso. É muito importante pra mim representar isso por todo esse tempo. Estou feliz que os tempos estão evoluindo e mudando e que as pessoas estão tendo a oportunidade de contar suas próprias histórias."
Assista o trailer de Meninos Não Choram:
Imagem: Fox Searchlight Pictures/Divulgação