Aos poucos, a televisão começa a incorporar cada vez mais ideias de outras mídias. A bola da vez é a ficção científica cult Os 12 Macacos, dirigida por Terry Gilliam, em 1995. O canal americano Syfy autorizou oficialmente o início das filmagens do episódio-piloto de um possível seriado baseado no longa-metragem.
O filme mostra as aventuras de James Cole, criminoso obrigado a viver nos subterrâneos do planeta após a terra ser infectada por uma doença mortal. Na busca por uma cura, Cole é recrutado – em troca da absolvição de seus crimes – para voltar ao passado e coletar informações sobre o vírus causador da epidemia antes que ele se espalhe.
Estrelado por Bruce Willis, Brad Pitt e Madeleine Stowe, o longa é adorado pelos fãs de ficção científica e considerado uma das produções mais inteligentes do gênero nas últimas décadas. Isso aumenta o risco do estúdio, pois uma série inferior ao filme certamente vai ser “massacrada” pelo público.
Mas, mais importante que a empreitada de levar Os 12 Macacos para as telinhas é que, aparentemente, a televisão norte-americana está se aproximando, cada vez mais, de um limbo criativo no qual as séries baseadas em sucessos de outras mídias ocuparão mais espaço na programação que produções baseadas em ideias originais.Não somos contra a adaptação de um livro ou filme para a televisão, desde que o resultado final seja bom (Game of Thrones e Hannibal são exemplos recentes de que esta iniciativa pode dar certo), respeitando os fãs mais antigos da obra, além de atrair o público casual.
Mas o problema é que parece que as emissoras estão apostando uma corrida, umas com as outras, em busca de franquias que possam migrar para a televisão, e a invenção de conteúdo original parece estar sendo deixada de lado. Talvez fosse o momento dos executivos dos maiores canais americanos olharem um pouco para o cinema, que vive uma de suas maiores crises criativas da história, produzindo sequências e reboots em escala industrial – e um dos motivos disso foi justamente a falta de incentivo na criação de ideias novas.