Primeiro de tudo, cheguemos a um acordo, certo? Supere Superman – O Filme de 1978, deixe partir. Let Go, desapegue, desimpregne. Isso foi há mais de 30 anos, ok, o filme é fantástico, é um clássico, é uma das melhores adaptações de heróis já feitas para a tela, mas você precisa superar. Você já viu Super 8? No final quando o garoto tem de superar a perda da mãe e soltar o colar? É mais ou menos isso que eu quero que você faça, solte o colar, deixe ele se tornar parte da nave do alienígena! Isso te fará mais forte, isso fará de você um ser humano melhor, uma pessoa melhor. Não quero que você deixe de gostar do filme de 78, nem que você esqueça dele, quero que você aceite o fato de que aquele tempo se foi, aquela obra passou e que há coisa nova no pedaço, coisa nova que pede que a sua cabeça esteja limpa de conceitos predefinidos, que você vá para o cinema preparado para ver o homem voar pela primeira vez.
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Dredd é um daqueles filmes totalmente politicamente incorretos e extremamente violentos que você assiste se sentindo um flagelo da sociedade por estar se divertindo tanto. Daqueles que te faz comprar um par de botas só pra poder abrir uma porta de banheiro público dando um chute. Que te faz andar forçando o queixo pra frente pra parecer ameaçador. Quando o filme termina, você quer ser Dredd. Você quer ser a lei! Mais em:
David O. Russell, diretor de O Lado Bom da Vida, tem dessas. De uns tempos pra cá ele tem feito isso: ele some por dois, três anos, ninguém tem notícia dele, ninguém fala sobre o próximo projeto dele e, de repente ele lança um filme que pega todo mundo de surpresa. A bola da vez é O Lado bom da vida, estrelado por Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Cooper é um sujeito que, após ser traído pela esposa, tem um surto de fúria e espanca o amante dela. Depois desse evento, o cara é internado e passa oito meses num hospital psiquiátrico. O filme começa no exato momento em que sua mãe vai tirá-lo de lá e leva-lo de volta pra casa. Quando conhecemos a família do cara, a ideia que se tem é que todos, incluindo seus amigos, seus vizinhos e até seu terapeuta, são uns malucos também. A verdade é que todo mundo é doido, mas alguns são diagnosticados e outros não. Depois que sai do hospital o cara fica obcecado em reaver sua antiga vida, com sua mulher e sua antiga casa. Começa a tentar consertar as coisas de acordo com o que sua maluquice diz e tudo o que consegue é arrumar confusão e, em certo ponto da trama, numa dessas confusões, ele conhece Tiffany Maxwell, personagem que rendeu a Lawrence seu primeiro careca dourado. E como não poderia deixar de ser, num filme em que todo mundo é maluco (ou num mundo em que todo mundo é maluco), Tiffany é ainda mais louca que ele. O filme, justamente por conta dessa loucura toda, é um negócio imprevisível, toma um caminho totalmente diferente do esperado, mostra reações a situações que te deixam com aquela sensação de “que tá havendo aqui”, dá até um pouco de vergonha alheia em certos momentos. A história é ótima, a fotografia, a trilha sonora, tudo é bacana, mas esse é aquele tipo de filme que se não tivesse o elenco certo, seria apenas mais um. E esse é o ponto forte! O elenco é impecável. Cooper e Lawrence estão perfeitos juntos, os pais do cara, DeNiro e Jacki Weaver são incríveis, o Chris Tucker rouba a cena, o elenco inteiro é excelente. Não vou me estender de mais, esse é aquele filme que você só acredita vendo. Eu posso dizer que sou um fã do O. Russell e fico no aguardo de seus próximos projetos. Pra quem não lembra, ele dirigiu também O Vencedor, com o Christian Bale e o Mark Wahlberg e Três Reis, com o Clooney e o Spike Jonze atuando (!), dois filmaços que eu recomendo pra caramba.
Argo começa com uma bela aula de história, explicando detalhadamente todos os pontos mais importantes e tudo o que culminou na Crise dos Reféns no Irã, em 1979, quando um grupo de americanos ficou preso por estudantes e militares durante a Revolução Iraniana. Uma mistura de cenas reais e cenas recriadas de modo extremamente realista faz com que você poucas vezes saiba o que é real e o que é recriação, o que garante um realismo incrível à trama (real) absurda do filme. A história conta os esforços de um agente da CIA, vivido por Ben Affleck, em resgatar seis dos 52 diplomatas americanos feitos reféns. Os seis haviam fugido da embaixada americana no exato momento em que os manifestantes a invadiram e fizeram as capturas e acabaram por se abrigar na casa do embaixador Canadense. O plano do personagem de Affleck, Tony Mendez, envolve forjar uma produção cinematográfica com o intuito de se infiltrar no país e resgatar os seis, trazendo-os de volta como a equipe de produção da ficção científica Argo, um STAR WARS genérico que a equipe de inteligência bolou do zero. E isso envolve arranjar do zero toda uma equipe de produção verdadeira para o longa. E detalhe: fazer o estúdio responsável acreditar que está produzindo um filme de sucesso, fazer a imprensa acreditar que Argo é um filme de verdade e, acima de tudo, fazer o povo americano acreditar na mentirada toda para, só então, fazer os inimigos acreditarem na história. É uma coisa tão absurda que nos créditos finais eles fazem questão de mostrar documentos reais comprovando a veracidade da trama. Vamos deixar de lado a política, a burocracia e todo o mimimi criado em torno de Argo, inclusive o mimimi que serviu de divulgação do longa, vamos falar de cinema. Que pedante... Ignore. Argo vem arrastando prêmios dos mais variados em todos os lugares, é uma obra já aclamada pelo público e pela crítica, todos atestam que é uma grande produção, mas talvez haja um pequeno exagero, talvez haja um grande exagero nisso tudo. Eu sempre fico com um pé atrás quando filmes fazem barulho demais, quando público e crítica concordam de forma tão uníssona, sempre acho que é bajulação gratuita. Ainda mais quando se trata de um filme dirigido por Ben Affleck, um sujeito que até uns tempos atrás todos amavam falar mal, todo mundo tinha uma opinião bem formada sobre o sujeito. Ele virou um diretor de cinema e as pessoas de repente começaram a babar o ovo do cara, isso não me entra na cabeça. No filme anterior dele foi a mesma coisa, eu fui cheio de expectativa e vi um bom filme, três luas, três e meia talvez. Aí chega Argo e, tudo de novo outra vez, a badalação, a coisa toda, Globo de Ouro, aquela chateação de “Argo, Fuck Yourself” que parecia o “Pede Pra Sair” do Ben Affleck, todo mundo repetindo essa hashtag dos infernos e, bem eu decidi tirar minhas próprias conclusões. A minha conclusão é boa e velha máxima de Affleck é um péssimo ator, mas agora nós decidimos (nós do meio editoria (hahahahhahaha)) repaginar essa afirmação e dizer que “Ben Affleck é um ator limitado, porém esforçado” e, basicamente, isso é tudo o que dá pra falar da atuação do cara. Como diretor, ele está num bom momento, seu terceiro filme e a cada novo, vem ganhando notoriedade. E ele pode até fazer questão de estar à frente da câmera, mas é atrás dela que ele manda bem. E eu posso dizer que, sem medo de morder a língua, o cara é um puta diretor. Em seu ato final, Argo se eleva a um nível de tensão explosivo, você fica imóvel olhando pra tela, com a sensação de que algo vai dar errado de uma forma irremediável, de que se chegou tão longe por razão nenhuma, de que tudo vai desmoronar a qualquer momento... E isso vai sendo construído de uma forma lenta, burocrática, aquela trama de mentiras, de pessoas fingindo ser o que não são, trancadas dentro de um carro atravessando uma multidão furiosa, fingindo que está tudo bem, só mais um dia de trabalho. É um nível de tensão tão grande quanto em Invasores de Corpos. E tão bem amarrado e construído quanto na obra de Jack Finey. Argo é a história de como um filme ruim salvou o dia de uma forma tão inacreditável que tiveram de fazer um filmaço pras pessoas acreditarem naquele absurdo.
A Pixar é genial, padrão de qualidade, qualquer coisa, bla bla bla, Wall-E, Up, todo mundo sabe de tudo isso, podemos ir direto ao ponto? A Pixar já errou antes, há muito tempo atrás, no longínquo ano de 1998, quinze anos atrás, foi largado nos cinemas o quase inassistível Vida de Inseto. As pessoas falam pouco desse filme, acham que nós vamos esquecê-lo, mas nós sabemos, ele esta lá, o patinho feio, o oitavo anão da Branca de Neve, a coisa... Vida de Inseto era um filminho muito sem sal na época em que foi lançado, hoje em dia ele é bem traumático. Normal, todo mundo erra, mas eis que vem Carros 2. Errar é humano, mas errar assim devia ser considerado crime. E, logo após esse fiasco, num momento muito inoportuno, foi lançado Brave. Valente. E, meio ressentido, meio com o pé atrás, o público foi aos cinemas com muita disposição pra notar os defeitinhos da trama. Eu gostaria muito de chegar aqui e dizer que Brave é injustiçado, mas não é. O filme é uma história muito mal contada. Acompanhamos a história da Princesa Merida, que teve a mão prometida a três guerreiros diferentes, que deveriam disputa-la como noiva. A princesa é uma jovem cheia de vida, cheia de desejos e rebeldia, não aceita que seu destino seja traçado por seus pais, não quer se casar, não quer uma vida arranjada. Até aqui ok, apesar de um pouco superficial, compramos a ideia. Valente é sobre a bravura da princesa que não aceita que seu destino seja escrito por outra pessoa, que não aceita ser manipulada, que não quer tomar caminhos traçados, ótima ideia, boa mesmo, uma personagem forte e decidida! Então onde é que entra o urso? A trama dá uma reviravolta maluca quando Merida foge e encontra uma bruxa que faz um feitiço, a pedido da moça, que mude a forma como sua mãe pensa. Mas aparentemente tudo o que a bruxa sabe fazer é urso! Urso de madeira, urso de fumaça, urso de sei o que mais, acaba transformando a rainha numa ursa(?). O filme toma um rumo meio sem sentido, meio preguiçoso e a princesa tem de proteger a mãe contra o próprio pai, que odeia ursos desde quando um comeu sua perna. O filme começa falando sobre destino e depois... ursos? Como assim? Valente é um filme da Disney, não da Pixar. Tem muito da influência da dona do castelo na história da princesa de cabelos cor de fogo. Não tem nada do habitual da Pixar. O filme é raso, é apressado, não emociona, mas mesmo assim é na média, as qualidades também falam alto. Tem muitos erros, mas seus acertos são em cheio. O visual é impecável, a iluminação dá um ar incrivelmente belo à produção. O visual dos personagens, a textura, a estilização, é aqui que a mão da Pixar é percebida. O visual da princesa em si é muito bem cuidado. Não que seja só visual, o longa tem aquele “algo a mais” da Pixar e é um filme acima da média, mas abaixo do esperado. Vida de Inseto é ruim, Carros 2 é muito ruim, mas Valente é OK. Apenas isso. É o tipo de coisa que a gente espera da Dreamworks e até mesmo ela tem feito coisas excelentes nos últimos tempos. Como Treinar Seu Dragão, Mega Mente... Só lembro desses dois, mas eles passam uma mensagem bem melhor e bem mais clara que Valente.
Dois garotos de colégio se metem numa briga e um deles acaba levando uma pancada na cabeça que causa um ferimento relativamente grave. Os pais dos dois se reúnem para tirar a situação a limpo de uma forma compreensiva e amistosa, cada um levando em consideração o lado do outro, tendo em mente que crianças fazem dessas coisas e eles, como adultos maduros, saberão resolver a situação da forma mais apropriada possível. De um lado temos Kate Winslet e Christoph Waltz como os pais do agressor, do outro lado temos Jodie Foster e John C Reiliy, pais do outro garoto. Apesar de todos concordarem em agir civilizadamente, pequenos desentendimentos surgem logo de início. Como qual o melhor termo empregar ao dizer que um dos garotos atingiu o outro com um pedaço de madeira: “armado” com um galho ou “portando” um galho. Aos poucos, por conta de pequenos desentendimentos, os ânimos vão se alterando, as vozes vão se elevando e não demora até que o álcool entre na jogada e de repente, os quatro adultos maduros e cordiais estão se enfrentando totalmente fora de controle dentro de um apartamento minúsculo. Verdades duras vão sendo ditas, detalhes omitidos vão sendo revelados, disfarces vão sendo desfeitos e, no fim das contas, cordialidade e civilidade dão lugar a agressões verbais e acusações, e os dois casais por muito pouco não saem no braço. Dirigido por Roman Polanski, Carnage é uma comédia dramática que se passa inteiramente no mesmo cenário: o apartamento do casal cujo filho foi agredido. Baseado em uma peça de mesmo nome, o filme segue a formula do teatro e, além do cenário único, se apoia principalmente e quase que totalmente nas atuações do quarteto principal. Os quatro personagens centrais possuem personalidades distintas e conflitantes, cada um fingindo ser o mais normal possível, ou pelo menos se contendo ao máximo para não deixar escapar alguma coisa comprometedora, mas obviamente, algo sempre escapa. Em certo ponto estão todos fora de si, as mulheres se agridem, John C Reilly se revela um sujeito agressivo, bem diferente do homem bondoso que demonstrava ser no começo da história, mas no fim das contas, com tudo o que acontece, eles acabam revelando quem são. Como era de se esperar, Christoph Waltz rouba a cena com seu cinismo. O cara passa pelo menos 75% do filme falando ao celular, atrasando o andar das negociações e quando finalmente, nos poucos minutos em que se dispõe a conversar, acaba causando ainda mais desentendimento. Carnage é um filme curto, porém irregular. Em momentos é extremamente ágil, ácido e prazeroso de ser visto, em outros é exagerado e arrastado, chegando a ser tedioso. As atuações oscilam no mesmo ritmo, ganhando uma cara muito exagerada de produção teatral. É a pura arte de gritar, bater e espernear e não chegar a lugar nenhum. Se a diplomacia por si só parece não levar a nada, a agressão acaba por levar a algum lugar, mesmo que não seja agradável. Não é uma comédia pra dar risadas e ver com a galera, é algo que tem uma densidade maior e não deve agradar a todos, exatamente por isso. Mesmo com seus altos e baixos, é um tipo de humor diferente do que estamos acostumados a ver por aí e conta com um elenco excelente e um roteiro excepcional. Uma verdadeira carnificina.
A questão levantada por Boy A é simples e recorrente: seríamos nós capazes de deixar o passado de lado e recomeçar do zero? Em Boy A, Andrew Garfield é um jovem que está tentando recomeçar. Pouco se sabe inicialmente sobre seu passado, mas o que se sabe é que ele cometeu um erro grave e que passou os últimos anos pagando por ele. Mas agora ele está limpo, disposto a esquecer, a recomeçar. Nova cidade, nova identidade, novo emprego, a ideia é manter a discrição e seguir a vida. Seu novo nome é Jack. Jack faz amigos, arranja uma namorada e tudo parece correr dentro do planejado por seu oficial de condicional, interpretado por Peter Mullan, que assume para com o garoto uma figura quase paterna. O passado do jovem é revelado por meio de flashbacks. Eles mostram Eric, o antigo Jack, em seu tempo de colégio, no exato momento em que conhece o problemático Philip Craig. Os dois acabam desenvolvendo uma amizade forte, mesmo sendo extremamente diferentes. Eric é apático e quieto, enquanto Philip é intenso e violento. O comportamento de Philip acaba influenciando Eric, que acaba absorvendo-o como forma de preencher lacunas vazias de sua própria vida e como meio de se manter por perto do outro garoto. O filme vai intercalando flashbacks às cenas atuais, mostrando ao mesmo tempo como Eric conseguiu destruir a própria vida e como ele tenta construir uma nova, dando uma ideia de como o passado sempre volta a assombrar de uma forma ou de outra. Seja o que for que Eric e Philip houvessem feito no passado, quando ainda eram apenas garotos, foi tão grave que levou o segundo a tirar a própria vida. E, de certa forma, Eric havia morrido junto. Boy A opta por não fazer julgamentos contra ninguém, nem contra seus passados. Reconhece que ninguém é tão bom quanto se quer, nem tão mau quanto se fala. Escolhe simplesmente mostrar, de uma forma não totalmente imparcial e nem totalmente fria, o lento caminho de degradação involuntária que vai sendo traçado por uma pessoa com um passado do qual não se orgulha. Ao mesmo tempo, não esconde nada, de nenhuma das partes envolvidas, não poupa ninguém, não demonstra e nem manipula o expectador a sentir pena de ninguém. Mesmo quando um evento inesperado faz com que todas as atenções se voltem contra Jack, fazendo com que sua história seja contada (recontada) e seus segredos sombrios sejam revelados, transformando sua nova vida num inferno. Mesmo após isso, não há como não se importar com o personagem. É importante frisar a boa atuação de Andrew Garfield, que depois viria a ser conhecido por protagonizar o reboot do Homem-Aranha nos cinemas. Ele dá um ar fragilidade a seu personagem, algo realmente convincente. A ideia é a de que um sujeito que passou metade de sua vida em uma prisão, desde criança, volte ao mundo exterior mudado pela experiência, mas ainda assim com a mesma ingenuidade que tinha quando entro nela. Algo que só se acentua pelo forte sotaque britânico do ator. Um trabalho excepcional. As atuações em geral são muito competentes. Peter Mullan dá um pequeno show como tutor de Jack, um cara tentando corrigir os próprios erros ao ajudar o garoto a esquecer dos dele. A direção de John Crowley também é ótima, sabendo fazer uso dos bons atores que tem à disposição, não poupa closes em expressão, explora o que há de melhor em todo o elenco. E por fim, a bela fotografia de Rob Hardy, que fecha com chave de ouro. Um filme honesto. Pessimista pra caramba. Mas honesto.
Eu nunca levei o Guy Pearce muito a sério como ator. Sempre achei que ele fosse um cara que as pessoas valorizavam demais por razão nenhuma, acho que isso se deve em parte ao fato de que o primeiro filme que eu vi com o cara foi A Máquina do Tempo. E esse é o tipo de coisa que traumatiza uma criança. E infelizmente eu não tenho uma ressalva pra seguir com o próximo parágrafo, o cara nunca se justificou pra mim e ponto. Quer dizer, ele teve seus mementos, mas só isso. E sim, o parágrafo anterior inteiro foi escrito em prol dessa piada ridícula, mas você tem que admitir que ela foi bem construída. Hoje nos falaremos de Sequestro no Espaço, um filme divertido! Adianto logo: três luas de boa. O filme é meio cretino. Não. Totalmente cretino, é uma daquelas histórias que envolve a filha do presidente dos EUA em perigo, saca? E eles mandam um bandido pra resgatar a garota e o cara acaba que não é tão mal assim e eles ficam juntos no final. É bem isso, totalmente isso. Eu vou poupar vocês de um desgosto maior, é só isso, não tem nada demais. A história é bem qualquer coisa: num futuro distante, o governo dos EUA constrói uma prisão de segurança máxima no espaço e tranca lá dentro todos os piores bandidos da Terra. A filha do presidente, uma ativista dos direitos humanos, decide visitar a prisão pra se certificar que a escória da humanidade, assassinos, estupradores e caras que fazem jail break no IOS, estão sendo bem tratados. Acontece uma rebelião, todos os quase 500 prisioneiros se libertam e tomam conta da prisão e, obviamente, capturam a desgraçada da filha do presidente (Maggie Grace, que vive pra ser sequestrada). Quando eles tem uma ideia brilhante: vamos mandar os fuzileiros espaciais, os Jedis, o Pica Pau... Nããããããão, vamos mandar o psicopata acusado de homicídio, por que afinal de contas ele tem um bom coração. Mandam o Guy Ritchie Pearce. O grande lance de Lockout é que o personagem do Pearce é um cretino inacreditável, um desgraçado, um canalha da mais alta estirpe. Um personagem com o qual o cara não está acostumado. Não para de fazer piadinhas por um segundo, mal trata a menina, mata como quem come alpiste, apanha feito um João bobo, mas nunca perde a piada. Não dá pra escrever a dimensão da canalhice do sujeito, é como se os roteiristas houvessem dedicado todas as suas forças em desenvolver o personagem do cara a modo de transformá-lo num escroto. E funciona. Os vilões também são bacanas. A dupla de irmãos bandidos que os lidera é sensacional. Um todo controlado, mais velho, mais experiente e o outro é um porralouca afetado e cego de um olho, totalmente esquizofrênico. Em compensação o visual do filme é um lixo. Os cenários são até bem construídos, as cenas do espaço convencem se você for desapegado, mas tem uns momentos que são vergonha alheia total. A perseguição de moto logo no começo é de um nível 1ª temporada de Doctor Who de tão mal feita. É necessário frisar que é um filme de 2012, com uma perseguição no estilo Need For Speed – Most Wanted. É agressiva, chega a machucar. Eu quase desisti nessa cena, mas fui forte e dei uma chance e, olha que surpresa, me diverti bastante.
A trilha sonora desse filme é impecável, a fotografia é linda, as atuações são perfeitas. Pra mim é um dos melhores de 2012. Não consigo compreender como alguém pode não amar essa pérola, dizer que é um lixo ou coisas do tipo. Tenho de discordar de gregos e troianos. A única pobreza ou desgraça que vi no filme foi com a chegada dos homens "civilizados". Até então havia uma forma diferente de riqueza. O filme não quer documentar a vida de pessoas miseráveis, quer mostrar a jornada de um povo com uma cultura e uma mitologia totalmente diferente da nossa. Não vi o filme como um drama, vi como uma aventura. E uma aventura das mais épicas. Se quiserem saber mais da minha opinião, podem acessar o 01PD: um filme e um disco por dia, livros, games, quadrinhos e séries mensalmente.
Um dia depois do natal, uma onda de proporções jamais vistas atingiu a Tailândia e matou cerca de 230 mil pessoas. Até hoje o número de vítimas é incerto. O incidente familiarizou o mundo com o termo “tsunami” e mostrou que não importa quão grande seja a devastação causada pelo ser humano, nada se compara à devastação causada pela própria natureza. Esse acontecimento já foi retratado um par de vezes no cinema, é um assunto delicado, algo que dificilmente será compreendido ao todo. Já foi brevemente mencionado em produções pequenas e toscas como Soul Surfer, de 2011 e filmes grandiosos como Além da Vida do diretor Clint Eastwood, de 2010. Mas nenhuma dessas produções se aprofundou tanto quanto O Impossível (the Impossible, 2012), do diretor Juan Antonio Bayona. Na trama acompanhamos a família Bennet, baseada numa família espanhola que vivenciou a verdadeira história. O casal, interpretado por Naomi Watts e Ewan McGregor, e seus três filhos, passavam as férias na Tailândia quando foram surpreendidos pelo tsunami. Isso acontece aos 14 minutos de filme, o que vem depois, nos próximos 90 minutos, é a jornada dessa família para se reencontrar. A produção foi alvo de polêmica ao substituir a família espanhola por atores britânicos, mas ao fim da projeção, a sensação que se tem é de que a polêmica é infundada e totalmente tendenciosa. A produção não faz distinção de nacionalidade, de cor de pele, quando a onda chega, não importa quem tem a carteira mais pesada ou as melhores joias, todos são varridos. O Impossível não é o tipo de filme que eu recomendo aos fracos de coração (ou de estômago). É algo de uma violência inacreditável, mostra a devastação causada em seus mínimos detalhes, feridas, carne rasgada, ossos expostos, corpos de pessoas e de animais... A recriação do cenário da destruição é impressionante, a maquiagem simulando ferimentos, inchaços, a edição de som explicitando os ossos quebrando e os galhos perfurando corpos, nada é escondido, absolutamente nada. Isso poderia facilmente cair no apelativo, e em certos momento chega a tal, mas o resultado final é algo maior que isso. Bayona é um mestre da manipulação, quem viu seu filme anterior, O Orfanato, sabe que ele se utiliza de todos os métodos disponíveis para causar ao púbico a emoção que ele quer causar, mesmo que isso se torne piegas ou beire o patético, no fim ele vai ter atingido seu objetivo e você vai estar roendo as unhas de tensão ou com os olhos molhados, ou com o coração acelerado, com arrepios na espinha, vai estar aliviado com um reencontro ou triste por uma perda. Encare isso como quiser, mas ele manipula você das formas mais baixas possíveis para garantir o sucesso de um momento. Outro recurso do qual Bayona faz uso para isso é a trilha sonora. O compositor Fernando Velázquez já trabalhou com o cara antes no já citado O Orfanato, os dois funcionam muito bem juntos, aliados à fotografia impecável de Óscar Faura, dão ao filme um clima opressivo, em alguns momentos, assimilando-se ao clima de uma série de TV, causando alguma quebra de ritmo, mas até isso parece planejado. Bayona é um diretor meticuloso, tudo parece devidamente planejado, seja para ser funcional à trama ou simplesmente para ser visualmente benéfico. Sinceramente eu justificaria o fato troca da etnia dos personagens pelo simples fato de que Bayona tinha em mãos dois dos maiores atores britânicos da atualidade e a possibilidade de explorar suas atuações ao máximo. Sem falar do elenco infantil que ele arranjou, tirado sabe-se lá de onde, com momentos inacreditáveis. Quando o filme acaba, mesmo com seu final feliz e seus “eu te amo” e “tudo vai ficar bem”, a sensação que se tem é a de que você levou uma surra. A sensação de se estar com uma hemorragia interna.
Houveram tempos sombrios em minha vida. Tempos nos quais eu me tornei um nômade cultural. Quase um hipster, mas sem lenços no pescoço e camisa de flanela, nem aqueles óculos ridículos de aro de tartaruga que eles roubam da caixa de pertences da vó morta. Nessa época da minha vida, tudo o que eu pesquisava na internet era seguido de um termo bastante conhecido e até um tanto infame nos dias atuais: “indie”. Não demorou até que eu começasse a fazer pesquisas como “20 melhores filmes indie”, “coletânea músicas indie”, coisas do gênero. Foi nessa época que conheci coisas como The Arcade Fire, Arctic Monkeys, Peter Bjorn and John, Belle and Sebastian e mais um monte de coisas que eu não escuto hoje em dia. Nessa mesma época eu conheci Donnie Darko. E não é dele que eu vou falar hoje. O filme do qual eu falarei foi vítima de muito preconceito da minha parte, muito mesmo! Todos os dias a caminho do colégio eu via seu pôster numa daquelas portas de vidro de locadora de DVD e desviava o olhar. O título me agredia demais e o pôster me dava uma certa repulsa. Eu via aquela coisa e imediatamente lembrava de clássicos do mau gosto como O Filho do Maskara e Ace Ventura Jr, coisas do gênero franquia falida desesperada por algum tipo de lucro safado que apela para o mercado dos pais sem noção e das crianças sem senso crítico. Eu passei por esse pôster durante um ano e todos os dias resmungava e virava a cara. Até o dia em que tive a brilhante ideia do “20 melhores...” e lá estava o tal Filho do Rambow. Sabe aquele momento em que você aperta os olhos, chega com a cara bem próxima do monitor e solta um belíssimo “que porr* é essa?”. Mas não venha você me julgar, olha esse título! OLHA ESSE TÍTULO! A sonoridade me dá náuseas! Engoli o orgulho e decidi pesquisar. Foi a primeira parte da surpresa. O diretor se chamava Garth Jennings, ninguém menos que o cara que dirigiu O Guia do Mochileiro das Galáxias (e escreveu “So Long, and Thanks ForAll the Fish”). Eu não sei vocês, mas eu adoro o Guia do Mochileiro. Sim, eu li os livros, não, a adaptação não é muito fiel, mas eu adoro aquele filme. A segunda surpresa foram as notas e críticas positivas. Todos que viam, eram só elogios. Decidi dar uma chance. Lá estava eu, na frente da TV assistindo uma coisa chamada “O Filho do Rambow”. Detalhe: eu via de madrugada, pra não correr o risco de que alguém chegasse, me visse assistindo aquela coisa estúpida e perguntasse “que você tá vendo” e eu tivesse que responder. A história segue o dia a dia de dois garotos que estudam na mesma escola, Lee (Will Poulter) e Will(Bill Milner). Lee é um marginal, fuma dentro do cinema enquanto grava com uma câmera VHS uma sessão de Rambo (o filme se passa por volta do ano do lançamento de First Bllod), atira bolas em gente em cima de escadas para vê-las cair, a apresentação dele é um festival de demonhices divertidíssimo. Wiil, por outro lado, é exatamente o oposto (essa foi a frase mais redundante que eu escrevi na vida): família religiosa, aluno exemplar, filho respeitoso, mora numa casa "harmoniosa", enquanto Lee mora num asilo, onde é cuidado por alguns idosos e pelo irmão mais velho, que quase não dá a mínima pra ele. Os dois se conhecem e, contra todas as possibilidades, passam a andar juntos. Num dia desses, no porão/arquivo do lugar onde Lee vive, Will tem um vislumbre da experiência mais assustadora e incrível da sua vida: uma cena de Rambo, que Lee havia gravado dentro do cinema. O garoto enlouquece. Sua mãe sequer o permitia ver TV, quanto mais algo como Rambo. Aquilo o enche de vontade, dá um novo ânimo à sua vida, como um ato de rebeldia, um turbilhão de emoções e isso aqui tá parecendo vinheta do Fantástico. E tudo ao mesmo tempo em que, na cidade onde vivem, está ocorrendo um festival de cinema amador (Sundance???) que vai premiar o vencedor (Sundance, definitivamente). Festival do qual Lee quer desesperadamente participar. Os dois então começam a gravar um filme para o tal festival e Will decide que é “O Filho do Rambow”, seu pai foi preso e resta a ele salvá-lo. Ao contrário do que se podia imaginar, mesmo durante a produção o trabalho dos dois começa a chamara tenção, Will se torna relativamente popular, gente se mete no trabalho dos dois e a amizade que se formou de maneira meio orgânica, meio atribulada sofre um abalo. As coisas fogem do controle de tal modo a afetar a conservadora família do garoto e, daí em diante tudo o que tem de dar errado, dá errado. Lady Murphy, sua vadia. Após o fracasso de bilheteria que foi O Guia do Mochileiro Das Galáxias, as duras críticas que recebeu, a não aprovação dos fãs, Jennings optou por um trabalho menor, menos pretensioso que adaptar a maior epopeia nerd de todos os tempos e O Filho do Rambow acabou se tornando algo tão underground que é difícil até de recomendar pra alguém. Mas acaba sendo algo extremamente agradável de se ver, de se falar sobre. No fim das contas é um fell good movie com um monte de pontos positivos e uma historinha simples, um daqueles filmes que não vai te fazer mal nenhum de ver, no mesmo estilo que Be Kind, Rewind, com direito a stop motion e tudo. E dono uma trilha sonora espetacular, com direito a David Bowie, Depeche Mode, Duran Duran, The Cure... Desnecessário dizer que fez sucesso em Sundance... A mensagem de hoje é essa: aquele filme escroto que te desagrada pelo poster, que você julga sem ver pode te reservar boas surpresas. O que não significa que você vai encontrar boa coisa nos filmes do Adam Sandler ou na Saga Crepúsculo, sejamos seletivos.
The Raid: redemption é um daqueles filmes com tanto tiro, porrada e sangue jorrando que, quando acaba, parece que você foi que levou uma surra. Eu não costumo me empolgar muito com filmes de luta com japoneses voadores e caras com vozes fininhas, mas uma vez na vida, uma vez a cada dez ou doze anos, aparece aquele negócio sinistro que me faz esquecer toda a formação autodidata que eu tenho em cinema e dizer, feito um moleque catarrento que joga bola no meio da rua: que filme massa, véi! O último expoente asiático tão desmiolado quanto que me fez vibrar com tanta pancadaria e violência barata foi aquele tailandês chamado Ong bak – Guerreiro Sagrado. E The Raid é no mesmo nível daquela pérola. Aqui temos um policial novato em sua primeira grande missão, ao lado de sua equipe: invadir um prédio de trocentos andares dominado por um mega traficante de drogas e sua gangue. Lá dentro tem os mais diversos tipos de bandidos assassinos que podem existir na Indonésia, mas uma coisa é certa: seja com uma submetralhadora ou com uma faca de cortar peixe, cada um deles vai matar pelo menos trinta policiais antes de levar um toco do policial novato que, tantantantan, é um mestre da arte ninja de matar figurantes. Detalhe: só têm outros dezenove policiais com ele. O cara, o tal novato interpretado por um tal Iko Uwais, que protagoniza tudo do diretor Gareth Evans, é um alucinado. Poucas vezes no cinema eu vi um cara brigar tanto quanto o esse maluco! Se fosse com ele Ong Bak seria um curta metragem. E pra fazer frente com o sujeito, todos os bandidos, até mesmo os figurantes, são assassinos sanguinários e lutam feito uns condenados. Aí tome tiro, tome porrada, são trinta andares de matança e acrobacias malucas, tiroteios, portas arrombadas, mais porrada... O filme não deixa respirar! Se existe algum problema em The Raid (além do roteiro inexistente) o Iko Uwais deu uma surra nele e deixou ele pra morrer, por que o sujeito não poupa ninguém. É um ritmo de videogame, mata um cara e vem um mais poderoso, depois um mais rápido, depois um mais sinistro, cada andar é uma fase até chegar ao temido chefão, e o cara é um lunático. A luta final é uma das coisas mais alucinadas que eu já vi na vida! NA VIDA! É claro, um filme oriental que fez um relativo sucesso fora da terra dos olhos puxados, não poderia ficar fora da mira de Hollywood. Diferente do que se espera, The Raid não ganhou um remake (ainda), mas foi bastante divulgado nas terras gringas, foi aplaudido em Sundance (pffffff) e ganhou o festival de Toronto, além disso recebeu pós produção americana e ganhou trilha sonora de Mike Shinoda, da finada banda Linkin park. Além da polêmica que supostamente o filme Dredd que já foi comentado aqui no 01PD, seria um plágio descarado do filme . Om problema é que o roteiro de Dredd estava sendo escrito a pelo menos 3 anos antes de se ouvir falar de The Raid... Fora as polêmicas descabidas, Operação Invasão é uma das coisas mais empolgantes que eu vi nos últimos anos, um daqueles filmes de porrada e tiro e porrada e sangue que te faz sentir um ninja! UM NINJA! Aprecie sem pudor e sem moderação. E se você não gosta de violência e de pancadaria, tem uma versão com coelhinhos fofinhos no youtube, só procurar. ;)
Lanterna Verde foi um fiasco. Na época do lançamento todo mundo fez um milhão de concessões e a maioria das impressões dizia que “o filme é bonzinho” ou “não é tão ruim assim”, mas a verdade é que, sim, Lanterna Verde é uma experiência desagradável, psicologicamente danosa. Me arriscaria a dizer que é tão ruim quanto o segundo Quarteto Fantástico.
A contraponto desta diarreia cinematográfica, no mesmo ano, pouco antes do lançamento do longa, a divisão animada da DC presenteou os fãs do herói com o que eu considero o melhor longa metragem animado dos heróis da DC: Lanterna Verde – Cavaleiros Esmeralda. O segundo longa animado do herói faz algo diferente do anterior e dos demais: conta várias histórias amarradas por uma que acontece em tempo real. São elas:
>The First Lantern – Conta a história do primeiro lanterna verde verdadeiro, o primeiro a ter a ideia genial de criar objetos com a arma mais poderosa do universo, um escriba que foi escolhido pelo próprio anel durante a formação da primeira tropa dos Lanternas.
>Kilowog – Uma das minhas preferidas, conta como se deu o treinamento do badass motherfucker Killowog quando ele era apenas um recruta, sofrendo nas mãos do seu superior, tendo de engolir o orgulho e, por fim, virando um dos maiores lanternas verdes que o universo já conheceu.
>Laira – A mais agitada e até um tanto sangrenta das histórias, cheia de referências a samurais, é bastante violenta. Conta a história de uma guerreira que após virar membro da tropa, volta a seu planeta natal para libertar seu povo de um tirano.
>Mogo Doesn't Socialize – Uma das mais inusitadas, conta a história de um caçador de recompensa que deseja ser o cara mais poderoso do universo, quando fica sabendo de um sujeito que nunca foi derrotado por ninguém. Quando chega a um planeta desconhecido, procurando pelo Lanterna Verde Mogo e quase enlouquece tentando encontrar o cara, antes do final épico. Baseado numa história do Allan Moore.
>Abin Sur – Conta a história de como, ao Lado de Sinestro, Abin Sur – o maior de todos os lanternas verdes (que foi representado como um bundão no filme) derrotou Atrocitus ao aprisiona-lo num planeta-prisão. E quando Atrocitus profetiza o futuro negro que aguarda a tropa...
>Emerald Knights – O último conto, Os cavaleiros Esmeralda, amarra todos os menores e se passa em tempo real. Nele Hal Jordan conta para uma novata todas as histórias mencionadas acima, com o objetivo de prepara-la para sua primeira missão que se aproxima.
LV – Cavaleiros Esmeralda é apenas uma animação, com um orçamento bem básico, com uma história (ou melhor, algumas) extremamente simples. Cada conto tem um ritmo, um estilo e uma arte diferente e cada um deles é dosado na medida certa, não tem um que seja chato ou cansativo. É incrível como com quase uma hora a menos, sem um terço do dinheiro gasto e sem metade da megalomania de Martin Campbell, uma animação consegue ser melhor que aquele filme desgraçado. Eu recomendo Cavaleiros Esmeralda para qualquer um, fã ou não do Lanterna, é diversão na certa. Um filme excelente, com direito a dublagem de Nathan Fillion, quem deveria ser o Lanterna no cinema, não aquele sem futuro do Ryan Reynolds...
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O Homem de Aço
3.6 3,9K Assista AgoraPrimeiro de tudo, cheguemos a um acordo, certo? Supere Superman – O Filme de 1978, deixe partir. Let Go, desapegue, desimpregne. Isso foi há mais de 30 anos, ok, o filme é fantástico, é um clássico, é uma das melhores adaptações de heróis já feitas para a tela, mas você precisa superar. Você já viu Super 8? No final quando o garoto tem de superar a perda da mãe e soltar o colar? É mais ou menos isso que eu quero que você faça, solte o colar, deixe ele se tornar parte da nave do alienígena! Isso te fará mais forte, isso fará de você um ser humano melhor, uma pessoa melhor. Não quero que você deixe de gostar do filme de 78, nem que você esqueça dele, quero que você aceite o fato de que aquele tempo se foi, aquela obra passou e que há coisa nova no pedaço, coisa nova que pede que a sua cabeça esteja limpa de conceitos predefinidos, que você vá para o cinema preparado para ver o homem voar pela primeira vez.
Mais em: http://www.01pordia.com/2013/06/o-homem-de-aco.html
Paul: O Alien Fugitivo
3.4 758 Assista AgoraA piada mais desnecessária e engraçada de todos os tempos:
Lorenzo Zoil
Ri demasi.
Dredd
3.6 1,4K Assista AgoraDredd é um daqueles filmes totalmente politicamente incorretos e extremamente violentos que você assiste se sentindo um flagelo da sociedade por estar se divertindo tanto. Daqueles que te faz comprar um par de botas só pra poder abrir uma porta de banheiro público dando um chute. Que te faz andar forçando o queixo pra frente pra parecer ameaçador. Quando o filme termina, você quer ser Dredd. Você quer ser a lei!
Mais em:
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraFilmaço.
O Espetacular Homem-Aranha
3.4 4,9K Assista AgoraSuperficial, sem foco, totalmente esquizofrênico...
Só o Homem-Aranha em si ficou bem feito.
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraDavid O. Russell, diretor de O Lado Bom da Vida, tem dessas. De uns tempos pra cá ele tem feito isso: ele some por dois, três anos, ninguém tem notícia dele, ninguém fala sobre o próximo projeto dele e, de repente ele lança um filme que pega todo mundo de surpresa.
A bola da vez é O Lado bom da vida, estrelado por Bradley Cooper e Jennifer Lawrence.
Cooper é um sujeito que, após ser traído pela esposa, tem um surto de fúria e espanca o amante dela. Depois desse evento, o cara é internado e passa oito meses num hospital psiquiátrico. O filme começa no exato momento em que sua mãe vai tirá-lo de lá e leva-lo de volta pra casa.
Quando conhecemos a família do cara, a ideia que se tem é que todos, incluindo seus amigos, seus vizinhos e até seu terapeuta, são uns malucos também.
A verdade é que todo mundo é doido, mas alguns são diagnosticados e outros não.
Depois que sai do hospital o cara fica obcecado em reaver sua antiga vida, com sua mulher e sua antiga casa. Começa a tentar consertar as coisas de acordo com o que sua maluquice diz e tudo o que consegue é arrumar confusão e, em certo ponto da trama, numa dessas confusões, ele conhece Tiffany Maxwell, personagem que rendeu a Lawrence seu primeiro careca dourado. E como não poderia deixar de ser, num filme em que todo mundo é maluco (ou num mundo em que todo mundo é maluco), Tiffany é ainda mais louca que ele.
O filme, justamente por conta dessa loucura toda, é um negócio imprevisível, toma um caminho totalmente diferente do esperado, mostra reações a situações que te deixam com aquela sensação de “que tá havendo aqui”, dá até um pouco de vergonha alheia em certos momentos.
A história é ótima, a fotografia, a trilha sonora, tudo é bacana, mas esse é aquele tipo de filme que se não tivesse o elenco certo, seria apenas mais um. E esse é o ponto forte! O elenco é impecável. Cooper e Lawrence estão perfeitos juntos, os pais do cara, DeNiro e Jacki Weaver são incríveis, o Chris Tucker rouba a cena, o elenco inteiro é excelente.
Não vou me estender de mais, esse é aquele filme que você só acredita vendo.
Eu posso dizer que sou um fã do O. Russell e fico no aguardo de seus próximos projetos.
Pra quem não lembra, ele dirigiu também O Vencedor, com o Christian Bale e o Mark Wahlberg e Três Reis, com o Clooney e o Spike Jonze atuando (!), dois filmaços que eu recomendo pra caramba.
Papai Noel das Cavernas
2.9 74 Assista AgoraCriativo demais, curti pra caramba.
Argo
3.9 2,5KArgo começa com uma bela aula de história, explicando detalhadamente todos os pontos mais importantes e tudo o que culminou na Crise dos Reféns no Irã, em 1979, quando um grupo de americanos ficou preso por estudantes e militares durante a Revolução Iraniana. Uma mistura de cenas reais e cenas recriadas de modo extremamente realista faz com que você poucas vezes saiba o que é real e o que é recriação, o que garante um realismo incrível à trama (real) absurda do filme.
A história conta os esforços de um agente da CIA, vivido por Ben Affleck, em resgatar seis dos 52 diplomatas americanos feitos reféns. Os seis haviam fugido da embaixada americana no exato momento em que os manifestantes a invadiram e fizeram as capturas e acabaram por se abrigar na casa do embaixador Canadense.
O plano do personagem de Affleck, Tony Mendez, envolve forjar uma produção cinematográfica com o intuito de se infiltrar no país e resgatar os seis, trazendo-os de volta como a equipe de produção da ficção científica Argo, um STAR WARS genérico que a equipe de inteligência bolou do zero.
E isso envolve arranjar do zero toda uma equipe de produção verdadeira para o longa. E detalhe: fazer o estúdio responsável acreditar que está produzindo um filme de sucesso, fazer a imprensa acreditar que Argo é um filme de verdade e, acima de tudo, fazer o povo americano acreditar na mentirada toda para, só então, fazer os inimigos acreditarem na história.
É uma coisa tão absurda que nos créditos finais eles fazem questão de mostrar documentos reais comprovando a veracidade da trama.
Vamos deixar de lado a política, a burocracia e todo o mimimi criado em torno de Argo, inclusive o mimimi que serviu de divulgação do longa, vamos falar de cinema.
Que pedante...
Ignore.
Argo vem arrastando prêmios dos mais variados em todos os lugares, é uma obra já aclamada pelo público e pela crítica, todos atestam que é uma grande produção, mas talvez haja um pequeno exagero, talvez haja um grande exagero nisso tudo. Eu sempre fico com um pé atrás quando filmes fazem barulho demais, quando público e crítica concordam de forma tão uníssona, sempre acho que é bajulação gratuita. Ainda mais quando se trata de um filme dirigido por Ben Affleck, um sujeito que até uns tempos atrás todos amavam falar mal, todo mundo tinha uma opinião bem formada sobre o sujeito.
Ele virou um diretor de cinema e as pessoas de repente começaram a babar o ovo do cara, isso não me entra na cabeça. No filme anterior dele foi a mesma coisa, eu fui cheio de expectativa e vi um bom filme, três luas, três e meia talvez.
Aí chega Argo e, tudo de novo outra vez, a badalação, a coisa toda, Globo de Ouro, aquela chateação de “Argo, Fuck Yourself” que parecia o “Pede Pra Sair” do Ben Affleck, todo mundo repetindo essa hashtag dos infernos e, bem eu decidi tirar minhas próprias conclusões.
A minha conclusão é boa e velha máxima de Affleck é um péssimo ator, mas agora nós decidimos (nós do meio editoria (hahahahhahaha)) repaginar essa afirmação e dizer que “Ben Affleck é um ator limitado, porém esforçado” e, basicamente, isso é tudo o que dá pra falar da atuação do cara.
Como diretor, ele está num bom momento, seu terceiro filme e a cada novo, vem ganhando notoriedade. E ele pode até fazer questão de estar à frente da câmera, mas é atrás dela que ele manda bem. E eu posso dizer que, sem medo de morder a língua, o cara é um puta diretor.
Em seu ato final, Argo se eleva a um nível de tensão explosivo, você fica imóvel olhando pra tela, com a sensação de que algo vai dar errado de uma forma irremediável, de que se chegou tão longe por razão nenhuma, de que tudo vai desmoronar a qualquer momento...
E isso vai sendo construído de uma forma lenta, burocrática, aquela trama de mentiras, de pessoas fingindo ser o que não são, trancadas dentro de um carro atravessando uma multidão furiosa, fingindo que está tudo bem, só mais um dia de trabalho.
É um nível de tensão tão grande quanto em Invasores de Corpos. E tão bem amarrado e construído quanto na obra de Jack Finey.
Argo é a história de como um filme ruim salvou o dia de uma forma tão inacreditável que tiveram de fazer um filmaço pras pessoas acreditarem naquele absurdo.
Valente
3.8 2,8K Assista AgoraA Pixar é genial, padrão de qualidade, qualquer coisa, bla bla bla, Wall-E, Up, todo mundo sabe de tudo isso, podemos ir direto ao ponto?
A Pixar já errou antes, há muito tempo atrás, no longínquo ano de 1998, quinze anos atrás, foi largado nos cinemas o quase inassistível Vida de Inseto. As pessoas falam pouco desse filme, acham que nós vamos esquecê-lo, mas nós sabemos, ele esta lá, o patinho feio, o oitavo anão da Branca de Neve, a coisa... Vida de Inseto era um filminho muito sem sal na época em que foi lançado, hoje em dia ele é bem traumático.
Normal, todo mundo erra, mas eis que vem Carros 2. Errar é humano, mas errar assim devia ser considerado crime. E, logo após esse fiasco, num momento muito inoportuno, foi lançado Brave. Valente. E, meio ressentido, meio com o pé atrás, o público foi aos cinemas com muita disposição pra notar os defeitinhos da trama.
Eu gostaria muito de chegar aqui e dizer que Brave é injustiçado, mas não é.
O filme é uma história muito mal contada.
Acompanhamos a história da Princesa Merida, que teve a mão prometida a três guerreiros diferentes, que deveriam disputa-la como noiva. A princesa é uma jovem cheia de vida, cheia de desejos e rebeldia, não aceita que seu destino seja traçado por seus pais, não quer se casar, não quer uma vida arranjada.
Até aqui ok, apesar de um pouco superficial, compramos a ideia.
Valente é sobre a bravura da princesa que não aceita que seu destino seja escrito por outra pessoa, que não aceita ser manipulada, que não quer tomar caminhos traçados, ótima ideia, boa mesmo, uma personagem forte e decidida!
Então onde é que entra o urso?
A trama dá uma reviravolta maluca quando Merida foge e encontra uma bruxa que faz um feitiço, a pedido da moça, que mude a forma como sua mãe pensa. Mas aparentemente tudo o que a bruxa sabe fazer é urso! Urso de madeira, urso de fumaça, urso de sei o que mais, acaba transformando a rainha numa ursa(?).
O filme toma um rumo meio sem sentido, meio preguiçoso e a princesa tem de proteger a mãe contra o próprio pai, que odeia ursos desde quando um comeu sua perna.
O filme começa falando sobre destino e depois... ursos? Como assim?
Valente é um filme da Disney, não da Pixar. Tem muito da influência da dona do castelo na história da princesa de cabelos cor de fogo. Não tem nada do habitual da Pixar.
O filme é raso, é apressado, não emociona, mas mesmo assim é na média, as qualidades também falam alto. Tem muitos erros, mas seus acertos são em cheio. O visual é impecável, a iluminação dá um ar incrivelmente belo à produção. O visual dos personagens, a textura, a estilização, é aqui que a mão da Pixar é percebida.
O visual da princesa em si é muito bem cuidado.
Não que seja só visual, o longa tem aquele “algo a mais” da Pixar e é um filme acima da média, mas abaixo do esperado.
Vida de Inseto é ruim, Carros 2 é muito ruim, mas Valente é OK. Apenas isso. É o tipo de coisa que a gente espera da Dreamworks e até mesmo ela tem feito coisas excelentes nos últimos tempos. Como Treinar Seu Dragão, Mega Mente... Só lembro desses dois, mas eles passam uma mensagem bem melhor e bem mais clara que Valente.
(MAIS EM:
Fanpage:
Deus da Carnificina
3.8 1,4KDois garotos de colégio se metem numa briga e um deles acaba levando uma pancada na cabeça que causa um ferimento relativamente grave. Os pais dos dois se reúnem para tirar a situação a limpo de uma forma compreensiva e amistosa, cada um levando em consideração o lado do outro, tendo em mente que crianças fazem dessas coisas e eles, como adultos maduros, saberão resolver a situação da forma mais apropriada possível.
De um lado temos Kate Winslet e Christoph Waltz como os pais do agressor, do outro lado temos Jodie Foster e John C Reiliy, pais do outro garoto.
Apesar de todos concordarem em agir civilizadamente, pequenos desentendimentos surgem logo de início. Como qual o melhor termo empregar ao dizer que um dos garotos atingiu o outro com um pedaço de madeira: “armado” com um galho ou “portando” um galho.
Aos poucos, por conta de pequenos desentendimentos, os ânimos vão se alterando, as vozes vão se elevando e não demora até que o álcool entre na jogada e de repente, os quatro adultos maduros e cordiais estão se enfrentando totalmente fora de controle dentro de um apartamento minúsculo.
Verdades duras vão sendo ditas, detalhes omitidos vão sendo revelados, disfarces vão sendo desfeitos e, no fim das contas, cordialidade e civilidade dão lugar a agressões verbais e acusações, e os dois casais por muito pouco não saem no braço.
Dirigido por Roman Polanski, Carnage é uma comédia dramática que se passa inteiramente no mesmo cenário: o apartamento do casal cujo filho foi agredido. Baseado em uma peça de mesmo nome, o filme segue a formula do teatro e, além do cenário único, se apoia principalmente e quase que totalmente nas atuações do quarteto principal.
Os quatro personagens centrais possuem personalidades distintas e conflitantes, cada um fingindo ser o mais normal possível, ou pelo menos se contendo ao máximo para não deixar escapar alguma coisa comprometedora, mas obviamente, algo sempre escapa.
Em certo ponto estão todos fora de si, as mulheres se agridem, John C Reilly se revela um sujeito agressivo, bem diferente do homem bondoso que demonstrava ser no começo da história, mas no fim das contas, com tudo o que acontece, eles acabam revelando quem são.
Como era de se esperar, Christoph Waltz rouba a cena com seu cinismo. O cara passa pelo menos 75% do filme falando ao celular, atrasando o andar das negociações e quando finalmente, nos poucos minutos em que se dispõe a conversar, acaba causando ainda mais desentendimento.
Carnage é um filme curto, porém irregular. Em momentos é extremamente ágil, ácido e prazeroso de ser visto, em outros é exagerado e arrastado, chegando a ser tedioso. As atuações oscilam no mesmo ritmo, ganhando uma cara muito exagerada de produção teatral.
É a pura arte de gritar, bater e espernear e não chegar a lugar nenhum. Se a diplomacia por si só parece não levar a nada, a agressão acaba por levar a algum lugar, mesmo que não seja agradável.
Não é uma comédia pra dar risadas e ver com a galera, é algo que tem uma densidade maior e não deve agradar a todos, exatamente por isso. Mesmo com seus altos e baixos, é um tipo de humor diferente do que estamos acostumados a ver por aí e conta com um elenco excelente e um roteiro excepcional.
Uma verdadeira carnificina.
(MAIS EM:
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Rapaz A
3.9 114A questão levantada por Boy A é simples e recorrente: seríamos nós capazes de deixar o passado de lado e recomeçar do zero?
Em Boy A, Andrew Garfield é um jovem que está tentando recomeçar. Pouco se sabe inicialmente sobre seu passado, mas o que se sabe é que ele cometeu um erro grave e que passou os últimos anos pagando por ele. Mas agora ele está limpo, disposto a esquecer, a recomeçar. Nova cidade, nova identidade, novo emprego, a ideia é manter a discrição e seguir a vida. Seu novo nome é Jack. Jack faz amigos, arranja uma namorada e tudo parece correr dentro do planejado por seu oficial de condicional, interpretado por Peter Mullan, que assume para com o garoto uma figura quase paterna.
O passado do jovem é revelado por meio de flashbacks. Eles mostram Eric, o antigo Jack, em seu tempo de colégio, no exato momento em que conhece o problemático Philip Craig. Os dois acabam desenvolvendo uma amizade forte, mesmo sendo extremamente diferentes. Eric é apático e quieto, enquanto Philip é intenso e violento. O comportamento de Philip acaba influenciando Eric, que acaba absorvendo-o como forma de preencher lacunas vazias de sua própria vida e como meio de se manter por perto do outro garoto.
O filme vai intercalando flashbacks às cenas atuais, mostrando ao mesmo tempo como Eric conseguiu destruir a própria vida e como ele tenta construir uma nova, dando uma ideia de como o passado sempre volta a assombrar de uma forma ou de outra.
Seja o que for que Eric e Philip houvessem feito no passado, quando ainda eram apenas garotos, foi tão grave que levou o segundo a tirar a própria vida. E, de certa forma, Eric havia morrido junto.
Boy A opta por não fazer julgamentos contra ninguém, nem contra seus passados. Reconhece que ninguém é tão bom quanto se quer, nem tão mau quanto se fala. Escolhe simplesmente mostrar, de uma forma não totalmente imparcial e nem totalmente fria, o lento caminho de degradação involuntária que vai sendo traçado por uma pessoa com um passado do qual não se orgulha. Ao mesmo tempo, não esconde nada, de nenhuma das partes envolvidas, não poupa ninguém, não demonstra e nem manipula o expectador a sentir pena de ninguém.
Mesmo quando um evento inesperado faz com que todas as atenções se voltem contra Jack, fazendo com que sua história seja contada (recontada) e seus segredos sombrios sejam revelados, transformando sua nova vida num inferno. Mesmo após isso, não há como não se importar com o personagem.
É importante frisar a boa atuação de Andrew Garfield, que depois viria a ser conhecido por protagonizar o reboot do Homem-Aranha nos cinemas. Ele dá um ar fragilidade a seu personagem, algo realmente convincente. A ideia é a de que um sujeito que passou metade de sua vida em uma prisão, desde criança, volte ao mundo exterior mudado pela experiência, mas ainda assim com a mesma ingenuidade que tinha quando entro nela.
Algo que só se acentua pelo forte sotaque britânico do ator.
Um trabalho excepcional.
As atuações em geral são muito competentes. Peter Mullan dá um pequeno show como tutor de Jack, um cara tentando corrigir os próprios erros ao ajudar o garoto a esquecer dos dele.
A direção de John Crowley também é ótima, sabendo fazer uso dos bons atores que tem à disposição, não poupa closes em expressão, explora o que há de melhor em todo o elenco.
E por fim, a bela fotografia de Rob Hardy, que fecha com chave de ouro.
Um filme honesto.
Pessimista pra caramba. Mas honesto.
(MAIS EM:
Fanpage:
Sequestro no Espaço
2.9 305 Assista AgoraEu nunca levei o Guy Pearce muito a sério como ator. Sempre achei que ele fosse um cara que as pessoas valorizavam demais por razão nenhuma, acho que isso se deve em parte ao fato de que o primeiro filme que eu vi com o cara foi A Máquina do Tempo.
E esse é o tipo de coisa que traumatiza uma criança.
E infelizmente eu não tenho uma ressalva pra seguir com o próximo parágrafo, o cara nunca se justificou pra mim e ponto. Quer dizer, ele teve seus mementos, mas só isso.
E sim, o parágrafo anterior inteiro foi escrito em prol dessa piada ridícula, mas você tem que admitir que ela foi bem construída.
Hoje nos falaremos de Sequestro no Espaço, um filme divertido!
Adianto logo: três luas de boa.
O filme é meio cretino. Não. Totalmente cretino, é uma daquelas histórias que envolve a filha do presidente dos EUA em perigo, saca? E eles mandam um bandido pra resgatar a garota e o cara acaba que não é tão mal assim e eles ficam juntos no final. É bem isso, totalmente isso.
Eu vou poupar vocês de um desgosto maior, é só isso, não tem nada demais.
A história é bem qualquer coisa: num futuro distante, o governo dos EUA constrói uma prisão de segurança máxima no espaço e tranca lá dentro todos os piores bandidos da Terra. A filha do presidente, uma ativista dos direitos humanos, decide visitar a prisão pra se certificar que a escória da humanidade, assassinos, estupradores e caras que fazem jail break no IOS, estão sendo bem tratados.
Acontece uma rebelião, todos os quase 500 prisioneiros se libertam e tomam conta da prisão e, obviamente, capturam a desgraçada da filha do presidente (Maggie Grace, que vive pra ser sequestrada). Quando eles tem uma ideia brilhante: vamos mandar os fuzileiros espaciais, os Jedis, o Pica Pau... Nããããããão, vamos mandar o psicopata acusado de homicídio, por que afinal de contas ele tem um bom coração.
Mandam o Guy Ritchie Pearce.
O grande lance de Lockout é que o personagem do Pearce é um cretino inacreditável, um desgraçado, um canalha da mais alta estirpe. Um personagem com o qual o cara não está acostumado. Não para de fazer piadinhas por um segundo, mal trata a menina, mata como quem come alpiste, apanha feito um João bobo, mas nunca perde a piada. Não dá pra escrever a dimensão da canalhice do sujeito, é como se os roteiristas houvessem dedicado todas as suas forças em desenvolver o personagem do cara a modo de transformá-lo num escroto.
E funciona.
Os vilões também são bacanas. A dupla de irmãos bandidos que os lidera é sensacional. Um todo controlado, mais velho, mais experiente e o outro é um porralouca afetado e cego de um olho, totalmente esquizofrênico.
Em compensação o visual do filme é um lixo. Os cenários são até bem construídos, as cenas do espaço convencem se você for desapegado, mas tem uns momentos que são vergonha alheia total.
A perseguição de moto logo no começo é de um nível 1ª temporada de Doctor Who de tão mal feita. É necessário frisar que é um filme de 2012, com uma perseguição no estilo Need For Speed – Most Wanted. É agressiva, chega a machucar. Eu quase desisti nessa cena, mas fui forte e dei uma chance e, olha que surpresa, me diverti bastante.
(MAIS EM:
Indomável Sonhadora
3.8 1,2KA trilha sonora desse filme é impecável, a fotografia é linda, as atuações são perfeitas. Pra mim é um dos melhores de 2012.
Não consigo compreender como alguém pode não amar essa pérola, dizer que é um lixo ou coisas do tipo.
Tenho de discordar de gregos e troianos. A única pobreza ou desgraça que vi no filme foi com a chegada dos homens "civilizados". Até então havia uma forma diferente de riqueza. O filme não quer documentar a vida de pessoas miseráveis, quer mostrar a jornada de um povo com uma cultura e uma mitologia totalmente diferente da nossa. Não vi o filme como um drama, vi como uma aventura. E uma aventura das mais épicas.
Se quiserem saber mais da minha opinião, podem acessar o 01PD: um filme e um disco por dia, livros, games, quadrinhos e séries mensalmente.
O Impossível
4.1 3,1K Assista AgoraUm dia depois do natal, uma onda de proporções jamais vistas atingiu a Tailândia e matou cerca de 230 mil pessoas. Até hoje o número de vítimas é incerto. O incidente familiarizou o mundo com o termo “tsunami” e mostrou que não importa quão grande seja a devastação causada pelo ser humano, nada se compara à devastação causada pela própria natureza.
Esse acontecimento já foi retratado um par de vezes no cinema, é um assunto delicado, algo que dificilmente será compreendido ao todo. Já foi brevemente mencionado em produções pequenas e toscas como Soul Surfer, de 2011 e filmes grandiosos como Além da Vida do diretor Clint Eastwood, de 2010. Mas nenhuma dessas produções se aprofundou tanto quanto O Impossível (the Impossible, 2012), do diretor Juan Antonio Bayona.
Na trama acompanhamos a família Bennet, baseada numa família espanhola que vivenciou a verdadeira história. O casal, interpretado por Naomi Watts e Ewan McGregor, e seus três filhos, passavam as férias na Tailândia quando foram surpreendidos pelo tsunami. Isso acontece aos 14 minutos de filme, o que vem depois, nos próximos 90 minutos, é a jornada dessa família para se reencontrar.
A produção foi alvo de polêmica ao substituir a família espanhola por atores britânicos, mas ao fim da projeção, a sensação que se tem é de que a polêmica é infundada e totalmente tendenciosa.
A produção não faz distinção de nacionalidade, de cor de pele, quando a onda chega, não importa quem tem a carteira mais pesada ou as melhores joias, todos são varridos.
O Impossível não é o tipo de filme que eu recomendo aos fracos de coração (ou de estômago). É algo de uma violência inacreditável, mostra a devastação causada em seus mínimos detalhes, feridas, carne rasgada, ossos expostos, corpos de pessoas e de animais...
A recriação do cenário da destruição é impressionante, a maquiagem simulando ferimentos, inchaços, a edição de som explicitando os ossos quebrando e os galhos perfurando corpos, nada é escondido, absolutamente nada. Isso poderia facilmente cair no apelativo, e em certos momento chega a tal, mas o resultado final é algo maior que isso.
Bayona é um mestre da manipulação, quem viu seu filme anterior, O Orfanato, sabe que ele se utiliza de todos os métodos disponíveis para causar ao púbico a emoção que ele quer causar, mesmo que isso se torne piegas ou beire o patético, no fim ele vai ter atingido seu objetivo e você vai estar roendo as unhas de tensão ou com os olhos molhados, ou com o coração acelerado, com arrepios na espinha, vai estar aliviado com um reencontro ou triste por uma perda. Encare isso como quiser, mas ele manipula você das formas mais baixas possíveis para garantir o sucesso de um momento.
Outro recurso do qual Bayona faz uso para isso é a trilha sonora. O compositor Fernando Velázquez já trabalhou com o cara antes no já citado O Orfanato, os dois funcionam muito bem juntos, aliados à fotografia impecável de Óscar Faura, dão ao filme um clima opressivo, em alguns momentos, assimilando-se ao clima de uma série de TV, causando alguma quebra de ritmo, mas até isso parece planejado.
Bayona é um diretor meticuloso, tudo parece devidamente planejado, seja para ser funcional à trama ou simplesmente para ser visualmente benéfico.
Sinceramente eu justificaria o fato troca da etnia dos personagens pelo simples fato de que Bayona tinha em mãos dois dos maiores atores britânicos da atualidade e a possibilidade de explorar suas atuações ao máximo. Sem falar do elenco infantil que ele arranjou, tirado sabe-se lá de onde, com momentos inacreditáveis.
Quando o filme acaba, mesmo com seu final feliz e seus “eu te amo” e “tudo vai ficar bem”, a sensação que se tem é a de que você levou uma surra. A sensação de se estar com uma hemorragia interna.
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O Filho de Rambow
3.8 170Houveram tempos sombrios em minha vida. Tempos nos quais eu me tornei um nômade cultural. Quase um hipster, mas sem lenços no pescoço e camisa de flanela, nem aqueles óculos ridículos de aro de tartaruga que eles roubam da caixa de pertences da vó morta. Nessa época da minha vida, tudo o que eu pesquisava na internet era seguido de um termo bastante conhecido e até um tanto infame nos dias atuais: “indie”.
Não demorou até que eu começasse a fazer pesquisas como “20 melhores filmes indie”, “coletânea músicas indie”, coisas do gênero. Foi nessa época que conheci coisas como The Arcade Fire, Arctic Monkeys, Peter Bjorn and John, Belle and Sebastian e mais um monte de coisas que eu não escuto hoje em dia. Nessa mesma época eu conheci Donnie Darko.
E não é dele que eu vou falar hoje.
O filme do qual eu falarei foi vítima de muito preconceito da minha parte, muito mesmo! Todos os dias a caminho do colégio eu via seu pôster numa daquelas portas de vidro de locadora de DVD e desviava o olhar. O título me agredia demais e o pôster me dava uma certa repulsa. Eu via aquela coisa e imediatamente lembrava de clássicos do mau gosto como O Filho do Maskara e Ace Ventura Jr, coisas do gênero franquia falida desesperada por algum tipo de lucro safado que apela para o mercado dos pais sem noção e das crianças sem senso crítico.
Eu passei por esse pôster durante um ano e todos os dias resmungava e virava a cara. Até o dia em que tive a brilhante ideia do “20 melhores...” e lá estava o tal Filho do Rambow. Sabe aquele momento em que você aperta os olhos, chega com a cara bem próxima do monitor e solta um belíssimo “que porr* é essa?”.
Mas não venha você me julgar, olha esse título! OLHA ESSE TÍTULO! A sonoridade me dá náuseas!
Engoli o orgulho e decidi pesquisar. Foi a primeira parte da surpresa.
O diretor se chamava Garth Jennings, ninguém menos que o cara que dirigiu O Guia do Mochileiro das Galáxias (e escreveu “So Long, and Thanks ForAll the Fish”). Eu não sei vocês, mas eu adoro o Guia do Mochileiro. Sim, eu li os livros, não, a adaptação não é muito fiel, mas eu adoro aquele filme.
A segunda surpresa foram as notas e críticas positivas. Todos que viam, eram só elogios.
Decidi dar uma chance. Lá estava eu, na frente da TV assistindo uma coisa chamada “O Filho do Rambow”. Detalhe: eu via de madrugada, pra não correr o risco de que alguém chegasse, me visse assistindo aquela coisa estúpida e perguntasse “que você tá vendo” e eu tivesse que responder.
A história segue o dia a dia de dois garotos que estudam na mesma escola, Lee (Will Poulter) e Will(Bill Milner). Lee é um marginal, fuma dentro do cinema enquanto grava com uma câmera VHS uma sessão de Rambo (o filme se passa por volta do ano do lançamento de First Bllod), atira bolas em gente em cima de escadas para vê-las cair, a apresentação dele é um festival de demonhices divertidíssimo. Wiil, por outro lado, é exatamente o oposto (essa foi a frase mais redundante que eu escrevi na vida): família religiosa, aluno exemplar, filho respeitoso, mora numa casa "harmoniosa", enquanto Lee mora num asilo, onde é cuidado por alguns idosos e pelo irmão mais velho, que quase não dá a mínima pra ele.
Os dois se conhecem e, contra todas as possibilidades, passam a andar juntos. Num dia desses, no porão/arquivo do lugar onde Lee vive, Will tem um vislumbre da experiência mais assustadora e incrível da sua vida: uma cena de Rambo, que Lee havia gravado dentro do cinema.
O garoto enlouquece. Sua mãe sequer o permitia ver TV, quanto mais algo como Rambo. Aquilo o enche de vontade, dá um novo ânimo à sua vida, como um ato de rebeldia, um turbilhão de emoções e isso aqui tá parecendo vinheta do Fantástico. E tudo ao mesmo tempo em que, na cidade onde vivem, está ocorrendo um festival de cinema amador (Sundance???) que vai premiar o vencedor (Sundance, definitivamente). Festival do qual Lee quer desesperadamente participar.
Os dois então começam a gravar um filme para o tal festival e Will decide que é “O Filho do Rambow”, seu pai foi preso e resta a ele salvá-lo. Ao contrário do que se podia imaginar, mesmo durante a produção o trabalho dos dois começa a chamara tenção, Will se torna relativamente popular, gente se mete no trabalho dos dois e a amizade que se formou de maneira meio orgânica, meio atribulada sofre um abalo.
As coisas fogem do controle de tal modo a afetar a conservadora família do garoto e, daí em diante tudo o que tem de dar errado, dá errado. Lady Murphy, sua vadia.
Após o fracasso de bilheteria que foi O Guia do Mochileiro Das Galáxias, as duras críticas que recebeu, a não aprovação dos fãs, Jennings optou por um trabalho menor, menos pretensioso que adaptar a maior epopeia nerd de todos os tempos e O Filho do Rambow acabou se tornando algo tão underground que é difícil até de recomendar pra alguém. Mas acaba sendo algo extremamente agradável de se ver, de se falar sobre. No fim das contas é um fell good movie com um monte de pontos positivos e uma historinha simples, um daqueles filmes que não vai te fazer mal nenhum de ver, no mesmo estilo que Be Kind, Rewind, com direito a stop motion e tudo.
E dono uma trilha sonora espetacular, com direito a David Bowie, Depeche Mode, Duran Duran, The Cure...
Desnecessário dizer que fez sucesso em Sundance...
A mensagem de hoje é essa: aquele filme escroto que te desagrada pelo poster, que você julga sem ver pode te reservar boas surpresas. O que não significa que você vai encontrar boa coisa nos filmes do Adam Sandler ou na Saga Crepúsculo, sejamos seletivos.
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Operação Invasão
3.9 628 Assista AgoraThe Raid: redemption é um daqueles filmes com tanto tiro, porrada e sangue jorrando que, quando acaba, parece que você foi que levou uma surra. Eu não costumo me empolgar muito com filmes de luta com japoneses voadores e caras com vozes fininhas, mas uma vez na vida, uma vez a cada dez ou doze anos, aparece aquele negócio sinistro que me faz esquecer toda a formação autodidata que eu tenho em cinema e dizer, feito um moleque catarrento que joga bola no meio da rua: que filme massa, véi!
O último expoente asiático tão desmiolado quanto que me fez vibrar com tanta pancadaria e violência barata foi aquele tailandês chamado Ong bak – Guerreiro Sagrado. E The Raid é no mesmo nível daquela pérola.
Aqui temos um policial novato em sua primeira grande missão, ao lado de sua equipe: invadir um prédio de trocentos andares dominado por um mega traficante de drogas e sua gangue. Lá dentro tem os mais diversos tipos de bandidos assassinos que podem existir na Indonésia, mas uma coisa é certa: seja com uma submetralhadora ou com uma faca de cortar peixe, cada um deles vai matar pelo menos trinta policiais antes de levar um toco do policial novato que, tantantantan, é um mestre da arte ninja de matar figurantes.
Detalhe: só têm outros dezenove policiais com ele.
O cara, o tal novato interpretado por um tal Iko Uwais, que protagoniza tudo do diretor Gareth Evans, é um alucinado. Poucas vezes no cinema eu vi um cara brigar tanto quanto o esse maluco! Se fosse com ele Ong Bak seria um curta metragem. E pra fazer frente com o sujeito, todos os bandidos, até mesmo os figurantes, são assassinos sanguinários e lutam feito uns condenados.
Aí tome tiro, tome porrada, são trinta andares de matança e acrobacias malucas, tiroteios, portas arrombadas, mais porrada... O filme não deixa respirar!
Se existe algum problema em The Raid (além do roteiro inexistente) o Iko Uwais deu uma surra nele e deixou ele pra morrer, por que o sujeito não poupa ninguém. É um ritmo de videogame, mata um cara e vem um mais poderoso, depois um mais rápido, depois um mais sinistro, cada andar é uma fase até chegar ao temido chefão, e o cara é um lunático.
A luta final é uma das coisas mais alucinadas que eu já vi na vida! NA VIDA!
É claro, um filme oriental que fez um relativo sucesso fora da terra dos olhos puxados, não poderia ficar fora da mira de Hollywood. Diferente do que se espera, The Raid não ganhou um remake (ainda), mas foi bastante divulgado nas terras gringas, foi aplaudido em Sundance (pffffff) e ganhou o festival de Toronto, além disso recebeu pós produção americana e ganhou trilha sonora de Mike Shinoda, da finada banda Linkin park.
Além da polêmica que supostamente o filme Dredd que já foi comentado aqui no 01PD, seria um plágio descarado do filme . Om problema é que o roteiro de Dredd estava sendo escrito a pelo menos 3 anos antes de se ouvir falar de The Raid...
Fora as polêmicas descabidas, Operação Invasão é uma das coisas mais empolgantes que eu vi nos últimos anos, um daqueles filmes de porrada e tiro e porrada e sangue que te faz sentir um ninja!
UM NINJA!
Aprecie sem pudor e sem moderação.
E se você não gosta de violência e de pancadaria, tem uma versão com coelhinhos fofinhos no youtube, só procurar. ;)
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Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda
3.6 111 Assista AgoraLanterna Verde foi um fiasco. Na época do lançamento todo mundo fez um milhão de concessões e a maioria das impressões dizia que “o filme é bonzinho” ou “não é tão ruim assim”, mas a verdade é que, sim, Lanterna Verde é uma experiência desagradável, psicologicamente danosa. Me arriscaria a dizer que é tão ruim quanto o segundo Quarteto Fantástico.
A contraponto desta diarreia cinematográfica, no mesmo ano, pouco antes do lançamento do longa, a divisão animada da DC presenteou os fãs do herói com o que eu considero o melhor longa metragem animado dos heróis da DC: Lanterna Verde – Cavaleiros Esmeralda.
O segundo longa animado do herói faz algo diferente do anterior e dos demais: conta várias histórias amarradas por uma que acontece em tempo real.
São elas:
>The First Lantern – Conta a história do primeiro lanterna verde verdadeiro, o primeiro a ter a ideia genial de criar objetos com a arma mais poderosa do universo, um escriba que foi escolhido pelo próprio anel durante a formação da primeira tropa dos Lanternas.
>Kilowog – Uma das minhas preferidas, conta como se deu o treinamento do badass motherfucker Killowog quando ele era apenas um recruta, sofrendo nas mãos do seu superior, tendo de engolir o orgulho e, por fim, virando um dos maiores lanternas verdes que o universo já conheceu.
>Laira – A mais agitada e até um tanto sangrenta das histórias, cheia de referências a samurais, é bastante violenta. Conta a história de uma guerreira que após virar membro da tropa, volta a seu planeta natal para libertar seu povo de um tirano.
>Mogo Doesn't Socialize – Uma das mais inusitadas, conta a história de um caçador de recompensa que deseja ser o cara mais poderoso do universo, quando fica sabendo de um sujeito que nunca foi derrotado por ninguém. Quando chega a um planeta desconhecido, procurando pelo Lanterna Verde Mogo e quase enlouquece tentando encontrar o cara, antes do final épico. Baseado numa história do Allan Moore.
>Abin Sur – Conta a história de como, ao Lado de Sinestro, Abin Sur – o maior de todos os lanternas verdes (que foi representado como um bundão no filme) derrotou Atrocitus ao aprisiona-lo num planeta-prisão. E quando Atrocitus profetiza o futuro negro que aguarda a tropa...
>Emerald Knights – O último conto, Os cavaleiros Esmeralda, amarra todos os menores e se passa em tempo real. Nele Hal Jordan conta para uma novata todas as histórias mencionadas acima, com o objetivo de prepara-la para sua primeira missão que se aproxima.
LV – Cavaleiros Esmeralda é apenas uma animação, com um orçamento bem básico, com uma história (ou melhor, algumas) extremamente simples. Cada conto tem um ritmo, um estilo e uma arte diferente e cada um deles é dosado na medida certa, não tem um que seja chato ou cansativo. É incrível como com quase uma hora a menos, sem um terço do dinheiro gasto e sem metade da megalomania de Martin Campbell, uma animação consegue ser melhor que aquele filme desgraçado.
Eu recomendo Cavaleiros Esmeralda para qualquer um, fã ou não do Lanterna, é diversão na certa. Um filme excelente, com direito a dublagem de Nathan Fillion, quem deveria ser o Lanterna no cinema, não aquele sem futuro do Ryan Reynolds...
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