Ramon Machado M

Filme machuca com uma sutileza. Terminou o filme eu tava arrasado e no fim não é sobre "e se", mas sobre o que deixamos pra trás, o que abrimos mão pra nos tornarmos outra coisa, ser outra pessoa e certas coisas do passado devem permanecer lá.

Puro suco do feminismo liberal. 🤣🤣 Vire puta pra ser uma mulher livre. Duas estrelas pelo design de produção que é lindo, os visuais, fotografia, fora isso, só é um filme estranho com uma mensagem torta sobre empoderamento feminino, mas que no fim é uma desculpa pra engajar mostrando a Emma Stone pelada a cada 10 min de filme.

Acho que a última vez que eu tive essa mesma sensação de estar vendo algo realmente épico, grandioso e nessa escala do que é retratado nesse filme foi em Senhor dos Anéis e o Retorno do Rei, ontem eu simplesmente saí tremendo da sala de cinema e sem querer sair daquele mundo magistralmente criado pelo Denis Villeneuve que mais uma vez prova que é um dos maiores diretores da atualidade.

Decisão bastante acertada de ter tratado o "grosso" da política no longa de 2021, porque nessa sequência a trama é mais direta ao ponto e focando em retratar a missão de Paul Atreides, o suposto messias, em busca de vingança contra os Harkonnen. Não que a política seja totalmente deixada de lado, ela está lá, mas tem menos tom introdutório, aqui ele só expande e desenvolve as bases estabelecidas pra poder desenvolver a história do primeiro livro de Duna rumo a sua conclusão.

Uma história de messianismo, de fé e ceticismo de um povo que não enxerga Paul como o Messias descrito em suas profecias com pinta de épico bíblico. Uma riquíssima construção de mundo com inspirações nas culturas do norte da África e Oriente Médio, uma obsessão quase doentia com os detalhes, onde a história é contada até nos figurinos dos personagens.

O elenco está todo fantástico, destaque principalmente pro Timothée Chalamet que mostra uma evolução absurda como protagonista em relação ao primeiro filme, extremamente empolgante ver todo seu treinamento pra se tornar um sobrevivente do deserto e domador dos vermes colossais da areia e um personagem tão cheio de camadas e dualidades, capaz de gerar sentimentos mistos em quem assiste, afinal, é justificável um genocídio em nome de uma causa? Em nome de um ideal? Em nome de uma vingança pessoal?

Aliás cabe destaque também pra cenas de ação que melhoraram muito em relação ao primeiro longa, sempre disse que o Denis não sabe dirigir cenas de ação e é nítido a evolução que ele teve, várias cenas de ação super bem dirigidas, empolgantes e numa escala épica de encher os olhos.

Trilha sonora do Hans Zimmer mais uma vez certeira e desempenha um papel fundamental sendo quase um personagem na construção da aura mística , hipnótica e épica das cenas, são ambientes tão atmosféricos que traga quem assiste pra dentro daquele universo, deixando entorpecido com a especiaria.

Sem dúvida um dos maiores filmes do ano e uma das maiores ficções científicas já concebidas pro cinema e um presente a todos os fãs da obra do Frank Herbert e que estabelece um novo patamar de qualidade pra filmes de ficção científica a ser batido. Chega a ser vergonhoso comparar uma obra dessas com Rebel Moon e constatar o abismo de qualidade que separa as duas produções.