"Interrompemos nossas transmissões por motivos técnicos (reclamações de tortura, fome, desigualdade social, criminalidade como fruto direto das explorações dos megagranfinos corporativistas... alienação midiática normalizadora das atrocidades...), prossegue nossa programação normal". Então a vinhetinha da guilda de lesa-pátrias e "cidadãos de bem": "rede engooooodo, f----"!
Está longe de ser uma obra de arte irretocável, mas o cinismo, o deboche e o absurdo com o qual dá pinceladas nas burrices planetárias da mais petulante das espécies conhecidas neste plano dimensional, já merecem meia estrela a mais. Do ponto de vista político, deixa um tanto evidente o que acontece na realidade, quanto à polarização: não é um fenômeno de duas partes antípodas, somente. Na verdade tem no mínimo três pontas: negacionistas que legitimam, praticam ou normalizam a ganância, a enganação e violência, de um lado; humanistas querendo arrumar as mazelas da ignorância e da desigualdade sistematimatizadas milenarmente; e "isentões" que se acham a última bolacha do sacolê, adorando opinar sem nunca tomar uma posição resolvida, de cima do muro em que estão, munidos de suposto equilíbrio e pseudo-imparcialidade, mas que ao mínimo sinal de sacudidela do tal muro de conforto, em que assistem de camarote o circo pegando fogo, pulam ou caem no lado que lhes convém, não raras vezes o da normalização tradicional da estupidez generalizada. Uma curiosidade do filme é a coincidentemente sincrônica caracterização de certo notório fabricante de fake news do Brasil, retratado ao acaso na figura patética do moleque mimado rebento da presidenta interpretada pela Meryl Streep, conforme bem apontado por competente movietuber brasileiro. Metáfora interessante sinalizando estes tempos. Longe de perfeita, mas essencial.
Do ponto ponto de vista de direitos éticos "pan-espiritualistas" é inaceitável qualquer obra de arte, por mais sublime que seja, caso desta pérola iraniana, usar possível exploração duvidosa de seres indefesos para compor sua circunscrição. Mas do ponto de vista artístico e poético deixa pra trás comendo poeira a maioria da produção hollywoodiana genérica atual e de contexto específico (in)corrigível.
Quando adolescente (meados de 1990) fui saber sobre este filme, numa revista SET ou equivalente, uns dois anos depois de já ter sido exibido no cinema. Fiquei interessado de cara, porque tinha a musa da vez, Julia Roberts, no elenco. Sem vídeo cassete em casa (quando comprei o aparelho tardiamente já estava sem vontade de pagar pra assistir, até porque a grana a ser gasta estava mais focada nos "Bleu/Blanc/Rouge"; "Solaris"; e "C'Era Una Volta il West" da vida...) e sem a coincidência de estar diante da televisão nas várias vezes em que deve ter sido exibido, só fui assisti-lo finalmente uns 25 anos depois "alugando-o" na rede. Impressões: Só pelo clima "cafona" do final da década de 80 e aquele climão de máquina do tempo já é um programa válido; sem contar uma ambientação interessantíssima com supostas colônia e cultura portuguesas nos E.U.A. (E sim! Deve-se desconfiar do parecer estadunidense para com as nacionalidades alheias, mas... quem sabe haja procedência honesta neste caso); a Lili Taylor ninando a criança em português, ao som de "Dorme Nenen...", com sotaquezinho estadunidense é uma graciosa curiosidade à parte também; além da Julia Roberts estonteante daqueles tempos preparando o terreno pros "Pretty Woman" e "Notting Hill" da vida.
Absolutamente necessário como fragmento de acúmulo do todo maior, como peça básica de puzzle da história "humana". No entanto bastante preocupante a omissão do termo "Projeto Philadelphia" (ainda que o caso em si seja mencionado brevemente num dos relatos); e ainda mais desconcertante a supressão (aposto que deliberada - certamente censura ideológica corporativa) do nome do supremo pensador, relegado ao claustro por mafiosos corporativos, Nikola Tesla. E uma curiosidade cinematográfica também: Um dos outros casos deve ter inspirado os roteiristas de https://filmow.com/os-homens-que-encaravam-cabras-t10044/
"...It's more than a feeling (more than a feeling) When I hear that old song they used to play (more than a feeling) I begin dreaming (more than a feeling) 'till I see Marianne walk away I see my Marianne walkin' away..."
Apesar da contextual deslizada na neve espremendo o espaço e o tempo, conforme deu na telha dos roteiristas, e da fusão forçada entre deus ex machina + aparente desculpa de descarte (desnecessário!) de uma participação potencialmente importante para um hipotético futuro que bem poderia acontecer adiante, a satisfação, por hora, foi garantida. Ainda bem que finalmente o eduardo cunha do mundo de Game of Thrones conseguiu sua recompensa tão merecida pela justa mão da família Stark e o Theon Greyjoy começou a virar homem de novo (falta só ajudar a Yara, agora, e aí tá perdoado, desde que não faça nem mais uma trairagem). Nada a reclamar também da consumação do enlace "Jonerys" (aliás, que massa, que finalmente aconteceu!), um casal com tamanhas responsabilidade e carnificina pra fazer e/ou evitar, conforme a conveniência do momento, e uma legião de reclamões além da quarta parede falando mal da puladinha de cerca passional básica!... (Ah! Vão sovar lembas pra orcs, vão!) Tá certo que a "Daenie" não tenha expressado tão fortemente a perda de Viserion... mas é porque o "Jonie" foi salvo e o foco ficou meio turvo pela paixão... Por falar em Viserion, este aloprou de vez e para a 8ª temporada vai querer sair convencendo, vociferando e vomitando que "azul é a cor mais quente". Já são vistas expectativas de jejum de 2 anos, conforme estão dizendo, sendo estraçalhadas (quem dera, mudassem de ideia e fosse só 1 ano de espera, mesmo).
Esperança total para que a 8ª temporada se equipare à 6ª, pelo menos. Aí os pontos fracos desta 7ª seriam perdoados e o conjunto geral da obra mais a satisfação estariam garantidos.
Santo anacronismo referencial cinematográfico, Batman! Por este "easter egg" nem o "sentido especial de aranha" do Peter Parker esperava: a repaginada Tia May gatíssima e Tony Stark já haviam se enlaçado afetivamente num outro ângulo dimensional do ilimitado multiverso ficcional, 22 anos no passado, bem antes de sequer imaginarem um reencontro interdiegético em "Capitão América: Guerra Civil"...
Filme com um dos mais fodásticos "plot twists" da história, pelo prisma das implicações sociais. E que denúncia contra o fedor da guerra, em todas as suas facetas desprezíveis, e das opressões covardes contra gente desarmada (sobretudo, no caso, a dama principal)! Que super-mãe e mulher é essa?! Filme absolutamente essencial, daqueles que fazem a vida da gente se tornar um pouco melhor pela simples existência dele. Para ser visto mais uma infinidade de vezes. Alerta perene contra as imundícies humanas de um planeta hipócrita que se arroga de civilizado, sem o ser de fato. Que se cure...
Anotação de sincronia fílmica nº1 (é claro que isto aqui não é agenda, diário ou equivalente, mas como não me organizo com esses formatos, vai por aqui mesmo): Depois de deliberar sobre qual filme assistir exatamente na passagem de 31/ 12/ 2016 para 01/ 01/ 2017, escolho "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" para assistir. Durante a infância tal filme fora reprisado incontáveis vezes até o fim da década de oitenta. Num sábado primevo daquela época até tive a chance de finalmente assisti-lo, mas preferi ir jogar bola ou vai lembrar qual passatempo de criança daquela época. Mais ou menos trinta anos depois eu "alugo" o filme nesse grande playground informacional chamado internet (a despeito das resoluções a respeito de direitos autorais moldadas pelos "nobres" fidalgos de gravata e bravata que compõem essencialmente o banco dos réus de verdade do excelente documentário "A Corporação"), e finalmente assisto a obra pela primeira vez. Durante o percurso da história, eis que a cerveja Budweiser aparece, pelo menos, em duas ocasiões no filme, sendo uma delas uma propaganda explícita. Ora, eu estava entornando exatamente uma Budweiser nos momentos específicos. Possivelmente uma coincidência, mas divertida e galacticamente (ou etilicamente) lisonjeante.
Ainda que eu tenha gostado das cinco temporadas anteriores, com algumas bem melhores desenvolvidas e promissoras que outras, foi esta aqui que conseguiu meu favoritismo entre todas, até agora. Vingança é coisa suja, se compreende, mas feita contra canalhas arbitrários reincidentes se transforma em justiça absolutamente necessária. Foi este o caso. Bastante catártico ver o bastardo dos Bolton (principalmente) e o decrépito dos Frey levarem o que mereciam, por serem os lixos em forma de gente que eram. Foi tão importante quanto o destino final do regente vigarista Joffrey há duas ou três temporadas atrás. Só faltou o tal do Montanha levar a sua correção também. Será a Arya a dar um fim nele, já que é um de seus prometidos vingados do futuro da série? Veneno está se tornando clichê na história e como o imenso soldado capacho está meio zumbi, parece que ele pode dar trabalho para quem quer que seja a eliminá-lo: Cão (pois é de se duvidar que este tenha esquecido o ocorrido com seu rosto), Brienne, Arya ou qualquer outro. Hodor talvez conseguisse se estivesse no mesmo mini-contexto. Coisa que não aconteceu... Aliás simplesmente fantástico o processo da circularidade temporal da missão deste último e a significação comparativa inter-midiática de seu nome, Hodor, com o nome Zardoz (outra diegese de outro mundo, é claro(!), só pra citar...). Singeleza genial total. Um dos verdadeiros heróis despretensiosos da série. Já mencionando a "batalha dos bastardos", que coisa fodástica! Talvez a melhor cena de guerra "capa e espada" já feita. Se não, uma delas, tranquilamente. É de se esperar que a última temporada faça jus a esta 6ª. E eu tenho a impressão que ainda haverá uma puta guerra entre dragões Targaryen e zumbis do gelo além da muralha. "The red wings are going... The red wings are going...". Necessidade de rever esta temporada.
Uma das melhores, senão a melhor trilha sonora de música "brega" gringa, para novela do famigerado canal antieticamente megademagógico, mais enganador do Brasil! De uma forma ou de outra, sound track fundamental de certa estadia aqui nesta Terra! Existia determinada magia ao "ensaiar" para os possíveis acasalamentos do futuro, a partir daquela perspectiva, dançando coladinho e quase parando, à maneira das músicas lentas da década de oitenta: "The Miracle of Love"; "Don't Dream It's over"; "Coming Around Again"; "I'll be over You" com algumas meninas da escola nas festinhas escolares relativas, que aceitavam a parceria. Aquele pré-nerd de 11 anos de idade da 5ª série foi muito satisfeito naquele contexto. Uma das senhas da, particularmente necessária, máquina do tempo existencial canalizada. Até "Don't get Me wrong", que o escritor Neil Gaiman usaria em Sandman, também entrou no pacote auditivo; e a proposta ideológica de "You are the Voice" seria compreendida só duas décadas depois com a cover das duas damas da banda Heart. Já a novela em si... é uma outra história. 29 anos mais tarde é demais pra desempoeirar pormenores ermos; e uma novela, saturada tipicamente de banalidades, se situa num campo bem distante de um filme de verdade; no entanto, a "Glorinha da Abolição" exercia certa atração adiantando o cronodínamo da puberdade...
Assistir uma obra de arte dessas de tempos em tempos é essencial pra se continuar psicologicamente saudável no meio de uma sociedade viciosamente doente (tomara que seja um momento "provisório"; mas fica difícil de acreditar, já que certos hábitos deprimentes perduram desde a idade da pedra... e parece que não querem largar a idade do cimento de jeito nenhum)! Como é bom perceber que solidão pode ser um conceito bastante relativo! Nem tudo está perdido definitivamente. Depende de peculiaridades efetivas a mudança necessária do degradante status quo de então. Exemplos têm aos montes. A educação deve ecoar. Arte Imprescindível!
Não é nenhum "A Fraternidade é Vermelha"; "O Marido da Cabeleireira"; "Feitiço do Tempo"; trilogia "Antes..." (Linklater); "A Palavra" (Dreyer); "Em Algum Lugar do Passado"; O Casamento de Muriel"; "Não Olhe para Baixo"; "Questão de Tempo"; "I Origins"; "Aurora"; "...Amélie Poulain" e outros, todos envolvendo romance de uma forma soberanamente singular. Aliás este "Leap Year" é bem senso comum, de acordo com o atual ponto de vista, o que não é o caso dos citados. Então, a pergunta que me faço é: por que assisti duas vezes, quase em seguida, este filme normal, tipicamente genérico hollywoodiano (e talvez daqui a um tempo (sabe-se lá se curto ou longo) eu possa até assistir uma terceira vez!)? Algumas possibilidades: 1- A atriz é a ("Lois Lane") Amy Adams; 2- Ela tem traços faciais que me fazem lembrar relativamente de uma admirável dama da vida real (ainda que a primeira seja ruiva de olhos azuis e a segunda tenha belíssimos cabelos escuros e lindos olhos esverdeados); 3- Alguém fez um fan-clip com cenas do filme para retratar a inesquecível música do final dos anos 80 "Someday We'll Be Together" e postou no youtube esta montagem e durante o filme inteiro, amiúde, eu lembrava do vídeo; 4- Tem locações espetaculares da Irlanda, terra céltica extremamente fascinante... Uma coisa leva até outra...
Obra de arte, mas intenso incômodo de consciência ser motivado espontaneamente a favoritar um filme que, no mínimo, mencione comensalismo animal (infelizmente necessário, em tal contexto, já que é pra gente gustativamente convencional requintar a deglutição subsistente). Mas, independentemente de incomodar quem não comeria tais alimentos, por liberdade de escolha e direito, que peça bonita é este filme! A analogia entre sabá das bruxas e culinária, então... O "pecado capital" gula é elevado à condição de graça transmutada e consigo a capacidade de um ser humano transcender o que considera profissionalismo e dedicação para com os outros (se merecem ou não a dedicação, já são outros quinhentos... e daí então, determinado contexto para a palavra "incondicional") e todos os símbolos utilizados que remetem a essas relações.
Antes de mais nada, é um filme espetacularmente lindo, com seu visual obscuro, agregando chuvisco perene; laboratórios alquímicos (?) e ruas opressoras e hiper-casarões misteriosos, com uma sensação de era medieval; maquinários de ficção científica; e indolência "sócio-espiritual" ou resignação permeando esse conjunto. Além disso, a animação forma uma perspectiva genuína de um engenhoso artista oriental repensando a questão (talvez aflitiva, de acordo com um possível ponto de vista respeitavelmente diferente e com direito) do monoteísmo judaico-cristão ocidental ao evocar figurativa e subentendidamente a espera por um hipotético salvador e o acontecimento da "revelação" final, que para os que esperam parece nunca chegar. Se pudesse emitir um pitaco, já o fazendo, por não ser pago, tiraria as paráfrases bíblicas (por uma questão estética, e não ideológico-moralista, pois ficam parecendo gratuitamente explicativas - nerds e cinéfilos não querem esse tipo de "fan-service" e ainda menos os querem, há de se presumir, alguns religiosos, por questões de direito também - levando em consideração que tais direitos não consistam em violentar de alguma forma quem não tem (a mesma) religião ou adore deus(es-as) diferentes do seu) e as reformularia mencionando os feitos indiretamente, sem parafrasear, a nível simbólico como quase toda esta brilhante animação consegue fazer. Até porque fica evidente para os espectadores atentos (já calejados por trafegarem por ficções com tramas surreais), que os pescadores correm atrás de um símbolo, o (s) peixe (s) que, dentre outras conotações simbólicas possíveis (o signo zodiacal por exemplo), esotericamente (e religiosamente também) remete ao cristianismo (símbolo este que o célebre literato português Padre Vieira já utilizara há uns dois pares de séculos atrás reinterpretando o evangelho, manufaturando prosa poética e disseminando habilidade retórica); e tem também a pequena e possível "Virgem Imaculada" da história defendendo seu "Feto" não fecundado nela, mas quase sempre junto a seu ventre, e mais seu "Anjo da Guarda" sempre a postos para defender-lhes, embora tão "agnóstico" quanto ela, porque só espera sem ter certeza, assim como ela também. São símbolos dotados de imensa força interpretativa auto-reveladoras o bastante para dispensarem explicação semi-explícita através das mencionadas paráfrases. De qualquer forma é um filme magnífico, com uma cena planetária monumental que lembra outra ilustração monumental, das páginas quadrinísticas de Planetary, ilustrada pelo competentíssimo John Cassaday. Ou melhor, a cena de Planetary lembra esta! O imenso plongée gradual. Só pra mencionar, porque tal comparação se situa só até aí. Este filme parece um exercício de alquimia; não é à toa que a heroína junta garrafas ou cadinhos. Antigo compartimento da embriaguez do corpo e da mente e futuro compartimento para condução de possíveis mensagens, quando levadas pelo mar, em comparação diversamente elemental às mensagens levadas amarradas no tornozelo de pombos e corvos com uma função parecida à dos pássaros lançados da "Arca de Noé", conforme uma das citações.
Uma das raras, senão a única, incursões ficcionistas à "realidade" deste gênio perene do surrealismo moderno da cinematografia mundial, David Lynch (saudações a ti!!!), tinha de ser uma obra de arte também, não!? E se lágrimas caíram, foram pela sutileza alheia da percepção complexa (e ao mesmo tempo singela (não medíocre!)) com relação à vida, retratada nesta obra, supostamente inspirada em acontecimentos reais. Não foi por sentimentalismo gratuito, não. Alguns outros cineastas talvez tropeçassem, de forma canhestra, numa tentativa de contar uma "história real". Mas aqui se trata do mestre David Lynch (saudações, novamente!). O que mais poderia se esperar de um cara que divulga meditação transcendental para todos os cantos e trabalha produzindo café orgânico, entre outras coisas, e só pra começar?... Sinto vergonha de ter tido receio, com relação a este filme, perdendo tempo ouvindo alguns detratores ocasionais acusando tal filme de dramalhão atípico - talvez por causa das "precipitações" em "Duna", ainda que seja outro caso a se estudar - e espio minha culpa, evidenciando a satisfação intensa e singular ao apreciar o conjunto de percepções que compõem esta obra de arte.
Esta, sim! Uma "canção" (obra de arte) breve, mas inesquecível! Se deve ser breve, que seja assim, então! Aproveitando cada segundo com sobrecarga de poesia! Além de poesia, várias coisas úteis acontecendo simultaneamente e evolução humana através de sexo, efetivamente tântrico! Aprendam, Michael(s) Winterbottom(s) da vida, com seus: https://filmow.com/nove-cancoes-t5505/ ! Aprendam!
Minimalista (?!). Superficial; efêmero; pseudo-arrebatador (já que as cenas de sexo explícito parecem pretender dar um "toque" de ousadia, mas não conseguem... já que isso não é nenhuma novidade; talvez a cena despudorada rápida de "Os Idiotas" do Lars Von Trier, tenha conseguido bem mais, embora tenham ambos os filmes intenções diferentes com tais inserções: romance X iconoclastia); pretensiosamente pós-moderno (com uma sensação aderente de contradição-clichê... sinal dos tempos); e, infelizmente, descartável, como esses "fiquismos" fugidios "frugais" do que chamamos realidade. Daí, caso tenha querido, - algumas dúvidas, quanto a isso - conseguiu uma conquista: retratar a grande água com açúcar ideologicamente comportamental insalubre e recusável que representa a maioria dos relacionamentos de acasalamento rasos de nossa sociedade no contexto histórico atual. Mas com isso se acumula mais experiência, não é? Hmhmhm... Viva o aprendizado.
Será que não há nem uma gravação brasileira tvrip dublada da época do video cassette player postada em algum canto da internet? Tomara que algum brasileiro que viveu a adolescência na década de 80 e era devorador de sessão da tarde daquela época, e filho de pais com grana para a aparelhagem necessária então, ou mesmo algum geek gringo quarentão de alguma parte do planeta, apareça mais cedo ou mais tarde com uma cópia, ainda que seja aos trancos e barrancos, cheia de chuviscos e dublada em javanês. A esperança nérdico-cinéfila continua e os beneficiários de uma possível utilidade pública internética de tal magnitude hão de agradecer imensamente por uma vindoura e desejada postagem desta pérola nostálgica de 1972. Asimej!
No início foi a leitura adiantada de "Uma Outra Realidade"; avançando até "Portal para o Infinito"; prosseguindo fora de ordem cronológica com "Las Enseñanzas de Don Juan"; e passando para, mas parando no meio de, "O Presente da Águia" (por falta de tempo e vazão a outras prioridades ocasionais). Leituras sinceramente fascinantes. A dúvida "agnóstica" sempre existiu desde aquele começo: esses registros de tal antropólogo (ou escritor ficcionista) são frutos de antropologia, xamanismo ou ficção? (Tais dúvidas tinham então um fundamento, hein? Que pena! Ainda bem que o calejamento com areias movediças sócio-mentais já estava fortalecido por motivo de repulsa por tanta baboseira e hipnose à la "Tim Tones" (referência a tudo que é charlatão e aproveitador, de todos os tempos, não necessariamente o objeto de interesse principal deste documentário); uns querem dinheiro às custas de bocós que mal tem grana pro pão de cada dia, outros querem trepadas bacano-colossais com as(os) iludidas(os) aos montes, não importando suas neuras e idiossincrasias afetivo-emocionais, que não conseguem perceber a verdadeira exuberância da vida em favor das funestamente efervescentes farsas sociais)... Mas independentemente de tudo um ficcionista brilhante (ainda que aparentemente desprovido de ética em campos pessoais, de acordo com a conclusão pessoal depois de assistir os depoimentos e os resultados das possíveis investigações) e além disso um formulador ou repassador de revolucionárias teorias nativo-filosóficas - o pensamento mágico indígena certamente considerado "primitivo" ou desvairado pela típica arrogância ocidental. Pena que no campo pessoal, como falado, tenha partido para o rol dos gurus oportunistas "all stars" formadores de harenzinhos particulares para si e hipnotizadores de gado humano procurando um norte no meio do deserto social. A redenção virá? Para quem? O melhor guia espiritual que pode existir é o Sol de manhã, a Lua à noite e a intuição meditativa sempre em vigília pra não cair no conto dos vigários ilusionistas que insistem em se promover como especiais, e se fazem persuadir com a tão repetitiva lábia vetusta e previsível, a ponto de estragarem caminhos alheios com ladrilhos de mediocridade disfarçada de mediunidade. O Universo e a Natureza hão de fazer sua parte! E que seja saudada a Arte não interesseira!
"The Salvation" - ou quase, caso não tenha havido de fato - para o sub regular live action blockbuster Transformers, enquanto conexão com a década de oitenta, coisa que o filme esqueceu ou renegou deliberadamente (algo de se compreender, já que foi feito por um dos maiores interesseiros financeiros de Hollywood, cuja menção é redundante), e enquanto artifício easter egg, intertextual, hipertextual inserido devidamente à cena na qual tal música é tocada: "Os Carros", a banda e os personagens do filme; Bumblebee ajudando o herói a dar carona à heroína beldade, remetendo ao trecho "Who's gonna drive you home tonight?".
A Fantástica Fábrica de Golpes
3.8 8"Interrompemos nossas transmissões por motivos técnicos (reclamações de tortura, fome, desigualdade social, criminalidade como fruto direto das explorações dos megagranfinos corporativistas... alienação midiática normalizadora das atrocidades...), prossegue nossa programação normal". Então a vinhetinha da guilda de lesa-pátrias e "cidadãos de bem": "rede engooooodo, f----"!
Não Olhe para Cima
3.7 1,9K Assista AgoraEstá longe de ser uma obra de arte irretocável, mas o cinismo, o deboche e o absurdo com o qual dá pinceladas nas burrices planetárias da mais petulante das espécies conhecidas neste plano dimensional, já merecem meia estrela a mais. Do ponto de vista político, deixa um tanto evidente o que acontece na realidade, quanto à polarização: não é um fenômeno de duas partes antípodas, somente. Na verdade tem no mínimo três pontas: negacionistas que legitimam, praticam ou normalizam a ganância, a enganação e violência, de um lado; humanistas querendo arrumar as mazelas da ignorância e da desigualdade sistematimatizadas milenarmente; e "isentões" que se acham a última bolacha do sacolê, adorando opinar sem nunca tomar uma posição resolvida, de cima do muro em que estão, munidos de suposto equilíbrio e pseudo-imparcialidade, mas que ao mínimo sinal de sacudidela do tal muro de conforto, em que assistem de camarote o circo pegando fogo, pulam ou caem no lado que lhes convém, não raras vezes o da normalização tradicional da estupidez generalizada. Uma curiosidade do filme é a coincidentemente sincrônica caracterização de certo notório fabricante de fake news do Brasil, retratado ao acaso na figura patética do moleque mimado rebento da presidenta interpretada pela Meryl Streep, conforme bem apontado por competente movietuber brasileiro. Metáfora interessante sinalizando estes tempos. Longe de perfeita, mas essencial.
A Canção dos Pardais
4.2 53Do ponto ponto de vista de direitos éticos "pan-espiritualistas" é inaceitável qualquer obra de arte, por mais sublime que seja, caso desta pérola iraniana, usar possível exploração duvidosa de seres indefesos para compor sua circunscrição. Mas do ponto de vista artístico e poético deixa pra trás comendo poeira a maioria da produção hollywoodiana genérica atual e de contexto específico (in)corrigível.
Três Mulheres, Três Amores
3.3 64 Assista AgoraQuando adolescente (meados de 1990) fui saber sobre este filme, numa revista SET ou equivalente, uns dois anos depois de já ter sido exibido no cinema. Fiquei interessado de cara, porque tinha a musa da vez, Julia Roberts, no elenco. Sem vídeo cassete em casa (quando comprei o aparelho tardiamente já estava sem vontade de pagar pra assistir, até porque a grana a ser gasta estava mais focada nos "Bleu/Blanc/Rouge"; "Solaris"; e "C'Era Una Volta il West" da vida...) e sem a coincidência de estar diante da televisão nas várias vezes em que deve ter sido exibido, só fui assisti-lo finalmente uns 25 anos depois "alugando-o" na rede. Impressões: Só pelo clima "cafona" do final da década de 80 e aquele climão de máquina do tempo já é um programa válido; sem contar uma ambientação interessantíssima com supostas colônia e cultura portuguesas nos E.U.A. (E sim! Deve-se desconfiar do parecer estadunidense para com as nacionalidades alheias, mas... quem sabe haja procedência honesta neste caso); a Lili Taylor ninando a criança em português, ao som de "Dorme Nenen...", com sotaquezinho estadunidense é uma graciosa curiosidade à parte também; além da Julia Roberts estonteante daqueles tempos preparando o terreno pros "Pretty Woman" e "Notting Hill" da vida.
Ciência do Impossível - Forças Invisíveis
3.2 1Absolutamente necessário como fragmento de acúmulo do todo maior, como peça básica de puzzle da história "humana". No entanto bastante preocupante a omissão do termo "Projeto Philadelphia" (ainda que o caso em si seja mencionado brevemente num dos relatos); e ainda mais desconcertante a supressão (aposto que deliberada - certamente censura ideológica corporativa) do nome do supremo pensador, relegado ao claustro por mafiosos corporativos, Nikola Tesla. E uma curiosidade cinematográfica também: Um dos outros casos deve ter inspirado os roteiristas de https://filmow.com/os-homens-que-encaravam-cabras-t10044/
"...It's more than a feeling (more than a feeling)
When I hear that old song they used to play (more than a feeling)
I begin dreaming (more than a feeling)
'till I see Marianne walk away
I see my Marianne walkin' away..."
Game of Thrones (7ª Temporada)
4.1 1,2K Assista AgoraApesar da contextual deslizada na neve espremendo o espaço e o tempo, conforme deu na telha dos roteiristas, e da fusão forçada entre deus ex machina + aparente desculpa de descarte (desnecessário!) de uma participação potencialmente importante para um hipotético futuro que bem poderia acontecer adiante, a satisfação, por hora, foi garantida. Ainda bem que finalmente o eduardo cunha do mundo de Game of Thrones conseguiu sua recompensa tão merecida pela justa mão da família Stark e o Theon Greyjoy começou a virar homem de novo (falta só ajudar a Yara, agora, e aí tá perdoado, desde que não faça nem mais uma trairagem). Nada a reclamar também da consumação do enlace "Jonerys" (aliás, que massa, que finalmente aconteceu!), um casal com tamanhas responsabilidade e carnificina pra fazer e/ou evitar, conforme a conveniência do momento, e uma legião de reclamões além da quarta parede falando mal da puladinha de cerca passional básica!... (Ah! Vão sovar lembas pra orcs, vão!) Tá certo que a "Daenie" não tenha expressado tão fortemente a perda de Viserion... mas é porque o "Jonie" foi salvo e o foco ficou meio turvo pela paixão... Por falar em Viserion, este aloprou de vez e para a 8ª temporada vai querer sair convencendo, vociferando e vomitando que "azul é a cor mais quente". Já são vistas expectativas de jejum de 2 anos, conforme estão dizendo, sendo estraçalhadas (quem dera, mudassem de ideia e fosse só 1 ano de espera, mesmo).
Esperança total para que a 8ª temporada se equipare à 6ª, pelo menos. Aí os pontos fracos desta 7ª seriam perdoados e o conjunto geral da obra mais a satisfação estariam garantidos.
Só Você
3.4 207 Assista AgoraSanto anacronismo referencial cinematográfico, Batman! Por este "easter egg" nem o "sentido especial de aranha" do Peter Parker esperava: a repaginada Tia May gatíssima e Tony Stark já haviam se enlaçado afetivamente num outro ângulo dimensional do ilimitado multiverso ficcional, 22 anos no passado, bem antes de sequer imaginarem um reencontro interdiegético em "Capitão América: Guerra Civil"...
Mundos Internos, Mundos Externos
4.6 19 Assista AgoraHino, estandarte, soro, vacina, vaticínio, sempiternidade.
Incêndios
4.5 1,9KFilme com um dos mais fodásticos "plot twists" da história, pelo prisma das implicações sociais. E que denúncia contra o fedor da guerra, em todas as suas facetas desprezíveis, e das opressões covardes contra gente desarmada (sobretudo, no caso, a dama principal)! Que super-mãe e mulher é essa?! Filme absolutamente essencial, daqueles que fazem a vida da gente se tornar um pouco melhor pela simples existência dele. Para ser visto mais uma infinidade de vezes. Alerta perene contra as imundícies humanas de um planeta hipócrita que se arroga de civilizado, sem o ser de fato. Que se cure...
Contatos Imediatos do Terceiro Grau
3.7 578 Assista AgoraAnotação de sincronia fílmica nº1 (é claro que isto aqui não é agenda, diário ou equivalente, mas como não me organizo com esses formatos, vai por aqui mesmo): Depois de deliberar sobre qual filme assistir exatamente na passagem de 31/ 12/ 2016 para 01/ 01/ 2017, escolho "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" para assistir. Durante a infância tal filme fora reprisado incontáveis vezes até o fim da década de oitenta. Num sábado primevo daquela época até tive a chance de finalmente assisti-lo, mas preferi ir jogar bola ou vai lembrar qual passatempo de criança daquela época. Mais ou menos trinta anos depois eu "alugo" o filme nesse grande playground informacional chamado internet (a despeito das resoluções a respeito de direitos autorais moldadas pelos "nobres" fidalgos de gravata e bravata que compõem essencialmente o banco dos réus de verdade do excelente documentário "A Corporação"), e finalmente assisto a obra pela primeira vez. Durante o percurso da história, eis que a cerveja Budweiser aparece, pelo menos, em duas ocasiões no filme, sendo uma delas uma propaganda explícita. Ora, eu estava entornando exatamente uma Budweiser nos momentos específicos. Possivelmente uma coincidência, mas divertida e galacticamente (ou etilicamente) lisonjeante.
Game of Thrones (6ª Temporada)
4.6 1,6KAinda que eu tenha gostado das cinco temporadas anteriores, com algumas bem melhores desenvolvidas e promissoras que outras, foi esta aqui que conseguiu meu favoritismo entre todas, até agora. Vingança é coisa suja, se compreende, mas feita contra canalhas arbitrários reincidentes se transforma em justiça absolutamente necessária. Foi este o caso. Bastante catártico ver o bastardo dos Bolton (principalmente) e o decrépito dos Frey levarem o que mereciam, por serem os lixos em forma de gente que eram. Foi tão importante quanto o destino final do regente vigarista Joffrey há duas ou três temporadas atrás. Só faltou o tal do Montanha levar a sua correção também. Será a Arya a dar um fim nele, já que é um de seus prometidos vingados do futuro da série? Veneno está se tornando clichê na história e como o imenso soldado capacho está meio zumbi, parece que ele pode dar trabalho para quem quer que seja a eliminá-lo: Cão (pois é de se duvidar que este tenha esquecido o ocorrido com seu rosto), Brienne, Arya ou qualquer outro. Hodor talvez conseguisse se estivesse no mesmo mini-contexto. Coisa que não aconteceu... Aliás simplesmente fantástico o processo da circularidade temporal da missão deste último e a significação comparativa inter-midiática de seu nome, Hodor, com o nome Zardoz (outra diegese de outro mundo, é claro(!), só pra citar...). Singeleza genial total. Um dos verdadeiros heróis despretensiosos da série. Já mencionando a "batalha dos bastardos", que coisa fodástica! Talvez a melhor cena de guerra "capa e espada" já feita. Se não, uma delas, tranquilamente. É de se esperar que a última temporada faça jus a esta 6ª. E eu tenho a impressão que ainda haverá uma puta guerra entre dragões Targaryen e zumbis do gelo além da muralha. "The red wings are going... The red wings are going...". Necessidade de rever esta temporada.
O Outro
3.2 6Uma das melhores, senão a melhor trilha sonora de música "brega" gringa, para novela do famigerado canal antieticamente megademagógico, mais enganador do Brasil! De uma forma ou de outra, sound track fundamental de certa estadia aqui nesta Terra! Existia determinada magia ao "ensaiar" para os possíveis acasalamentos do futuro, a partir daquela perspectiva, dançando coladinho e quase parando, à maneira das músicas lentas da década de oitenta: "The Miracle of Love"; "Don't Dream It's over"; "Coming Around Again"; "I'll be over You" com algumas meninas da escola nas festinhas escolares relativas, que aceitavam a parceria. Aquele pré-nerd de 11 anos de idade da 5ª série foi muito satisfeito naquele contexto. Uma das senhas da, particularmente necessária, máquina do tempo existencial canalizada. Até "Don't get Me wrong", que o escritor Neil Gaiman usaria em Sandman, também entrou no pacote auditivo; e a proposta ideológica de "You are the Voice" seria compreendida só duas décadas depois com a cover das duas damas da banda Heart. Já a novela em si... é uma outra história. 29 anos mais tarde é demais pra desempoeirar pormenores ermos; e uma novela, saturada tipicamente de banalidades, se situa num campo bem distante de um filme de verdade; no entanto, a "Glorinha da Abolição" exercia certa atração adiantando o cronodínamo da puberdade...
O Homem que Plantava Árvores
4.6 77Assistir uma obra de arte dessas de tempos em tempos é essencial pra se continuar psicologicamente saudável no meio de uma sociedade viciosamente doente (tomara que seja um momento "provisório"; mas fica difícil de acreditar, já que certos hábitos deprimentes perduram desde a idade da pedra... e parece que não querem largar a idade do cimento de jeito nenhum)! Como é bom perceber que solidão pode ser um conceito bastante relativo! Nem tudo está perdido definitivamente. Depende de peculiaridades efetivas a mudança necessária do degradante status quo de então. Exemplos têm aos montes. A educação deve ecoar. Arte Imprescindível!
Casa Comigo?
3.6 1,5K Assista AgoraNão é nenhum "A Fraternidade é Vermelha"; "O Marido da Cabeleireira"; "Feitiço do Tempo"; trilogia "Antes..." (Linklater); "A Palavra" (Dreyer); "Em Algum Lugar do Passado"; O Casamento de Muriel"; "Não Olhe para Baixo"; "Questão de Tempo"; "I Origins"; "Aurora"; "...Amélie Poulain" e outros, todos envolvendo romance de uma forma soberanamente singular. Aliás este "Leap Year" é bem senso comum, de acordo com o atual ponto de vista, o que não é o caso dos citados. Então, a pergunta que me faço é: por que assisti duas vezes, quase em seguida, este filme normal, tipicamente genérico hollywoodiano (e talvez daqui a um tempo (sabe-se lá se curto ou longo) eu possa até assistir uma terceira vez!)? Algumas possibilidades: 1- A atriz é a ("Lois Lane") Amy Adams; 2- Ela tem traços faciais que me fazem lembrar relativamente de uma admirável dama da vida real (ainda que a primeira seja ruiva de olhos azuis e a segunda tenha belíssimos cabelos escuros e lindos olhos esverdeados); 3- Alguém fez um fan-clip com cenas do filme para retratar a inesquecível música do final dos anos 80 "Someday We'll Be Together" e postou no youtube esta montagem e durante o filme inteiro, amiúde, eu lembrava do vídeo; 4- Tem locações espetaculares da Irlanda, terra céltica extremamente fascinante... Uma coisa leva até outra...
Turista Espacial
4.3 236E só não leva seis estrelas porque o limite normativo aqui impõe apenas cinco!
A Festa de Babette
4.0 243Obra de arte, mas intenso incômodo de consciência ser motivado espontaneamente a favoritar um filme que, no mínimo, mencione comensalismo animal (infelizmente necessário, em tal contexto, já que é pra gente gustativamente convencional requintar a deglutição subsistente). Mas, independentemente de incomodar quem não comeria tais alimentos, por liberdade de escolha e direito, que peça bonita é este filme! A analogia entre sabá das bruxas e culinária, então... O "pecado capital" gula é elevado à condição de graça transmutada e consigo a capacidade de um ser humano transcender o que considera profissionalismo e dedicação para com os outros (se merecem ou não a dedicação, já são outros quinhentos... e daí então, determinado contexto para a palavra "incondicional") e todos os símbolos utilizados que remetem a essas relações.
A Menina e o Ovo de Anjo
4.0 127Antes de mais nada, é um filme espetacularmente lindo, com seu visual obscuro, agregando chuvisco perene; laboratórios alquímicos (?) e ruas opressoras e hiper-casarões misteriosos, com uma sensação de era medieval; maquinários de ficção científica; e indolência "sócio-espiritual" ou resignação permeando esse conjunto. Além disso, a animação forma uma perspectiva genuína de um engenhoso artista oriental repensando a questão (talvez aflitiva, de acordo com um possível ponto de vista respeitavelmente diferente e com direito) do monoteísmo judaico-cristão ocidental ao evocar figurativa e subentendidamente a espera por um hipotético salvador e o acontecimento da "revelação" final, que para os que esperam parece nunca chegar. Se pudesse emitir um pitaco, já o fazendo, por não ser pago, tiraria as paráfrases bíblicas (por uma questão estética, e não ideológico-moralista, pois ficam parecendo gratuitamente explicativas - nerds e cinéfilos não querem esse tipo de "fan-service" e ainda menos os querem, há de se presumir, alguns religiosos, por questões de direito também - levando em consideração que tais direitos não consistam em violentar de alguma forma quem não tem (a mesma) religião ou adore deus(es-as) diferentes do seu) e as reformularia mencionando os feitos indiretamente, sem parafrasear, a nível simbólico como quase toda esta brilhante animação consegue fazer. Até porque fica evidente para os espectadores atentos (já calejados por trafegarem por ficções com tramas surreais), que os pescadores correm atrás de um símbolo, o (s) peixe (s) que, dentre outras conotações simbólicas possíveis (o signo zodiacal por exemplo), esotericamente (e religiosamente também) remete ao cristianismo (símbolo este que o célebre literato português Padre Vieira já utilizara há uns dois pares de séculos atrás reinterpretando o evangelho, manufaturando prosa poética e disseminando habilidade retórica); e tem também a pequena e possível "Virgem Imaculada" da história defendendo seu "Feto" não fecundado nela, mas quase sempre junto a seu ventre, e mais seu "Anjo da Guarda" sempre a postos para defender-lhes, embora tão "agnóstico" quanto ela, porque só espera sem ter certeza, assim como ela também. São símbolos dotados de imensa força interpretativa auto-reveladoras o bastante para dispensarem explicação semi-explícita através das mencionadas paráfrases. De qualquer forma é um filme magnífico, com uma cena planetária monumental que lembra outra ilustração monumental, das páginas quadrinísticas de Planetary, ilustrada pelo competentíssimo John Cassaday. Ou melhor, a cena de Planetary lembra esta! O imenso plongée gradual. Só pra mencionar, porque tal comparação se situa só até aí. Este filme parece um exercício de alquimia; não é à toa que a heroína junta garrafas ou cadinhos. Antigo compartimento da embriaguez do corpo e da mente e futuro compartimento para condução de possíveis mensagens, quando levadas pelo mar, em comparação diversamente elemental às mensagens levadas amarradas no tornozelo de pombos e corvos com uma função parecida à dos pássaros lançados da "Arca de Noé", conforme uma das citações.
Uma História Real
4.2 298Uma das raras, senão a única, incursões ficcionistas à "realidade" deste gênio perene do surrealismo moderno da cinematografia mundial, David Lynch (saudações a ti!!!), tinha de ser uma obra de arte também, não!? E se lágrimas caíram, foram pela sutileza alheia da percepção complexa (e ao mesmo tempo singela (não medíocre!)) com relação à vida, retratada nesta obra, supostamente inspirada em acontecimentos reais. Não foi por sentimentalismo gratuito, não. Alguns outros cineastas talvez tropeçassem, de forma canhestra, numa tentativa de contar uma "história real". Mas aqui se trata do mestre David Lynch (saudações, novamente!). O que mais poderia se esperar de um cara que divulga meditação transcendental para todos os cantos e trabalha produzindo café orgânico, entre outras coisas, e só pra começar?... Sinto vergonha de ter tido receio, com relação a este filme, perdendo tempo ouvindo alguns detratores ocasionais acusando tal filme de dramalhão atípico - talvez por causa das "precipitações" em "Duna", ainda que seja outro caso a se estudar - e espio minha culpa, evidenciando a satisfação intensa e singular ao apreciar o conjunto de percepções que compõem esta obra de arte.
Não Olhe Para Baixo
3.7 37Esta, sim! Uma "canção" (obra de arte) breve, mas inesquecível! Se deve ser breve, que seja assim, então! Aproveitando cada segundo com sobrecarga de poesia! Além de poesia, várias coisas úteis acontecendo simultaneamente e evolução humana através de sexo, efetivamente tântrico! Aprendam, Michael(s) Winterbottom(s) da vida, com seus: https://filmow.com/nove-cancoes-t5505/ ! Aprendam!
Nove Canções
2.6 384Minimalista (?!). Superficial; efêmero; pseudo-arrebatador (já que as cenas de sexo explícito parecem pretender dar um "toque" de ousadia, mas não conseguem... já que isso não é nenhuma novidade; talvez a cena despudorada rápida de "Os Idiotas" do Lars Von Trier, tenha conseguido bem mais, embora tenham ambos os filmes intenções diferentes com tais inserções: romance X iconoclastia); pretensiosamente pós-moderno (com uma sensação aderente de contradição-clichê... sinal dos tempos); e, infelizmente, descartável, como esses "fiquismos" fugidios "frugais" do que chamamos realidade. Daí, caso tenha querido, - algumas dúvidas, quanto a isso - conseguiu uma conquista: retratar a grande água com açúcar ideologicamente comportamental insalubre e recusável que representa a maioria dos relacionamentos de acasalamento rasos de nossa sociedade no contexto histórico atual. Mas com isso se acumula mais experiência, não é? Hmhmhm... Viva o aprendizado.
Os Órfãos
3.9 10Será que não há nem uma gravação brasileira tvrip dublada da época do video cassette player postada em algum canto da internet? Tomara que algum brasileiro que viveu a adolescência na década de 80 e era devorador de sessão da tarde daquela época, e filho de pais com grana para a aparelhagem necessária então, ou mesmo algum geek gringo quarentão de alguma parte do planeta, apareça mais cedo ou mais tarde com uma cópia, ainda que seja aos trancos e barrancos, cheia de chuviscos e dublada em javanês. A esperança nérdico-cinéfila continua e os beneficiários de uma possível utilidade pública internética de tal magnitude hão de agradecer imensamente por uma vindoura e desejada postagem desta pérola nostálgica de 1972. Asimej!
Hayao Miyazaki To Ghibli Bijutsukan
4.1 2Link para os que procuram este filme...:
http://
hawkmenblues.blogspot.
com.br/2012/08/
hayao-miyazaki-to-ghibli-bijutsukan.html
Remenda as partes, chega junto e seja feliz.
BBC Four - Tales from the Jungle - Carlos Castañeda
2.8 2No início foi a leitura adiantada de "Uma Outra Realidade"; avançando até "Portal para o Infinito"; prosseguindo fora de ordem cronológica com "Las Enseñanzas de Don Juan"; e passando para, mas parando no meio de, "O Presente da Águia" (por falta de tempo e vazão a outras prioridades ocasionais). Leituras sinceramente fascinantes. A dúvida "agnóstica" sempre existiu desde aquele começo: esses registros de tal antropólogo (ou escritor ficcionista) são frutos de antropologia, xamanismo ou ficção? (Tais dúvidas tinham então um fundamento, hein? Que pena! Ainda bem que o calejamento com areias movediças sócio-mentais já estava fortalecido por motivo de repulsa por tanta baboseira e hipnose à la "Tim Tones" (referência a tudo que é charlatão e aproveitador, de todos os tempos, não necessariamente o objeto de interesse principal deste documentário); uns querem dinheiro às custas de bocós que mal tem grana pro pão de cada dia, outros querem trepadas bacano-colossais com as(os) iludidas(os) aos montes, não importando suas neuras e idiossincrasias afetivo-emocionais, que não conseguem perceber a verdadeira exuberância da vida em favor das funestamente efervescentes farsas sociais)...
Mas independentemente de tudo um ficcionista brilhante (ainda que aparentemente desprovido de ética em campos pessoais, de acordo com a conclusão pessoal depois de assistir os depoimentos e os resultados das possíveis investigações) e além disso um formulador ou repassador de revolucionárias teorias nativo-filosóficas - o pensamento mágico indígena certamente considerado "primitivo" ou desvairado pela típica arrogância ocidental. Pena que no campo pessoal, como falado, tenha partido para o rol dos gurus oportunistas "all stars" formadores de harenzinhos particulares para si e hipnotizadores de gado humano procurando um norte no meio do deserto social. A redenção virá? Para quem? O melhor guia espiritual que pode existir é o Sol de manhã, a Lua à noite e a intuição meditativa sempre em vigília pra não cair no conto dos vigários ilusionistas que insistem em se promover como especiais, e se fazem persuadir com a tão repetitiva lábia vetusta e previsível, a ponto de estragarem caminhos alheios com ladrilhos de mediocridade disfarçada de mediunidade. O Universo e a Natureza hão de fazer sua parte! E que seja saudada a Arte não interesseira!
The Cars: Drive
3.8 2"The Salvation" - ou quase, caso não tenha havido de fato - para o sub regular live action blockbuster Transformers, enquanto conexão com a década de oitenta, coisa que o filme esqueceu ou renegou deliberadamente (algo de se compreender, já que foi feito por um dos maiores interesseiros financeiros de Hollywood, cuja menção é redundante), e enquanto artifício easter egg, intertextual, hipertextual inserido devidamente à cena na qual tal música é tocada: "Os Carros", a banda e os personagens do filme; Bumblebee ajudando o herói a dar carona à heroína beldade, remetendo ao trecho "Who's gonna drive you home tonight?".