Reconto genderbend de Most Dangerous Game em que uma Condessa bissexual não só usa a sua ilha paradisíaca para caçar suas vítimas mas também para devora-las depois, agora imagine um filme com essa história onde o diretor está mais interessado em filmar a arquitetura do local e os corpos nus das atrizes do que em qualquer outra coisa. Esse é o grande charme do cinema de Jesus Franco, uma história cheia de potencial para o grotesco se torna um longo e belo pesadelo erótico. O mórbido e o grotesco até estão ali, mas é tudo tão onírico e estranhamente bonito, até o final (que é até bastante horrendo) parece tragicamente romântico.
Provavelmente uma nota maior do que esse filme merece mas eu me diverti horrores com a lambança histérica que esse filme é. A armadilha das prequels é o de se tornarem desinteressantes se só repetirem informações que o espectador já conhece e First Kill contorna isso elevando o camp que já existia no primeiro filme a décima potencia. O exagero da produção não só dá um sabor a mais pra uma história que o espectador já sabe como vai acabar (embora não sem os seus twists no caminho) mas ajuda a ressaltar toda a artificialidade do teatro que é a família nuclear. Uma farsa onde todos estão apenas exercendo papéis e onde os jogos de poder da Esther acontecem, e que aqui não acontecem sozinhos.
A construção lenta e elegante da tensão do primeiro que era uma mistura muito acertada de drama familiar com exploitation é substituída pelo exagero e por uma comédia de humor negro tão maldosa e perturbada quanto irresistível. Como alguém não se deliciou com Isabelle Furman e Julia Stiles bitching e fazendo uma verdadeira disputa territorial é um mistério pra mim.
Rothman traz um frescor tão grande pros exploitation dela. Incrível ver como ela usa o modelo de produção do Corman pra falar de sexualidade feminina, aborto, tensões raciais e outras questões políticas e culturais da época.
Exploitation sobre uma gangue de punks surpreendentemente sensível e empático com o personagens que tem que viver na terra devastada que foi a Era Reagan. Não deixo de ficar surpreso que algo assim veio da diretora que anos depois faria Família Buscapé e Os Batutinhas.
"We can't get even cable tv in here Stacy, and you want romance..."
O olhar da Amy Heckerling pra adolescência é tão apaixonante, a dosagem perfeita entre criar empatia com os personagens e exagera-los até beirar a caricatura. O plot da descoberta sexual da Stacy e a forma como o tema do aborto é inserido nessa trama sem nenhum tipo de julgamento com a protagonista é de uma sensibilidade surpreendente até hoje.
Talvez a melhor homenagem já feita ao Tobe Hopper. Não só pelas referências óbvias à Massacre da Serra Elétrica e Eaten Alive, mas também pela forma como se apropria do imaginário em torno do Texas para criar a sua própria versão grotesca, sangrenta e pervertida do que o interior americano é.
Se tivesse mais Martin Henderson de cueca branca era nota 5 na hora.
Estética punk sendo usada pra falar sobre como é confuso descobrir a própria sexualidade, principalmente para mulheres. Existe algo de muita bonito na visão da Sarah Jacobson sobre a sexualidade feminina ficar no limiar entre a vergonha e a euforia, ela vê a beleza e a subversão na jornada da sua protagonista pelo prazer e pela autodescoberta que passa longe do que seria socialmente esperado dela. Deve dar uma ótima sessão dupla com algo do Greg Araki.
Meu primeiro contato com o trabalho do DeCoteau, sei que a esmagadora maioria das reações ao trabalho dele é o clássico "tão ruim que é bom", mas eu genuinamente gostei muito de House of Usher. Existe algo de delicioso no anacronismo de ver os personagens fazendo discursos pomposos e que parecem saídos de um romance gótico dentro de um casarão de paredes de gesso cartonado, especialmente pela completa sinceridade e ausência de ironia com que é feito. DeCoteau capta maravilhosamente os sentimentos intensos, os desejos, a sensualidade, a tragédia e os temas do gótico numa história sobre um cara reencontrando um ex no casarão que ele vive junto com fantasmas de cueca box. Quase uma versão gay dos trabalhos do Jess Franco, como não adorar isso?
me interessei por esse filme depois q vi um comentário se referindo a ele como uma mistura de Josie e as Gatinhas com Blood on Satan's Claw. Vi varios comentarios reclamando de um suposto amadorismo do filme mas pra mim é justamente nessas imperfeições que fazem ele tão charmoso e interessante.
Dirigido e estrelado por pai, mãe e filhas o filme transborda todo o esforço dos envolvidos em usar a criatividade para contornar (e as vezes até incorporar) as limitações do orçamento numa história sobre como amadurecer envolve descobrir uma liberdade que é extasiante e aterrorizante na mesma medida. Uma das coisas mais interessantes do cinema independente americano dos últimos anos.
"Um amigo do meu pai me disse que o amor nunca desaparece, apenas muda de forma. Jaime quis que Nestor atendesse o parto de Monona. Foram as mãos de Nestor que me tocaram pela primeira vez."
As minhas poucas experiências com filmes gays sov foram fascinantes e apaixonantes. Tem algo de muito charmoso não apenas no visual mas no fato de serem filmes feitos tendo em mente unicamente um público de homens gays/bi e que por isso enchem a sua duração com fetiches e fantasias que apelam para esse público.
The Boys of Cellblock 8 tem cenas que apelam para fetiches de dominação envolvendo o cenário da prisão mas também histórias de amor entre rapazes e senso de humor pastelão e cheio de piadas de duplo sentido. Uma história que passeia entre o amor puro e inocente e as cenas de luta de homens lutando nus com facas no chuveiro. Bastante apaixonado pelo o que vi, por que isso não é um clássico cult?
Lana minha nova inspiração de vida, um verdadeiro ícone gay.
Um documento inestimável de como funcionavam ambientes gays nos anos 70.O ambiente, as dinâmicas de pegação... Sem falar que a direção do Deveau é ótima.
"I was never that crazy about being in my body..."
Incrível como um filme de 2002 entende melhor dos dilemas e do potencial da internet que filmes feitos 20 anos depois. O desejo de poder desaparecer atrás de um tela e a internet como um espaço de solidão e de conexão mostrado sem nenhum julgamento por um diretor que parece prever o espaço que isso iria ocupar no futuro.
Bagunçado, principalmente perto do final, mas nada escabroso igual os comentários fizeram parecer. Bastante inspirado visualmente, os atores estão bem carismáticos, tem bons momentos (a cena do tiroteio na sala escura é muito boa) e no geral bem divertido. Eu trocaria metade dos terror hypaddo e "elevated horror" genéricos que saíram nos últimos anos por mais uns três filmes dessa franquia.
Logo no filme de estreia a diretora já entrega uma história super esquisita e hipnótica sobre a incapacidade de fugir de certos ciclos por medo do que pode estar lá fora. Vale a pena ficar de olho no que ela vai entregar daqui pra frente.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraA cena do chimpanzé foi uma das coisas mais aterrorizantes que eu vi em muito tempo.
La Comtesse perverse
2.7 2Reconto genderbend de Most Dangerous Game em que uma Condessa bissexual não só usa a sua ilha paradisíaca para caçar suas vítimas mas também para devora-las depois, agora imagine um filme com essa história onde o diretor está mais interessado em filmar a arquitetura do local e os corpos nus das atrizes do que em qualquer outra coisa. Esse é o grande charme do cinema de Jesus Franco, uma história cheia de potencial para o grotesco se torna um longo e belo pesadelo erótico. O mórbido e o grotesco até estão ali, mas é tudo tão onírico e estranhamente bonito, até o final (que é até bastante horrendo) parece tragicamente romântico.
Órfã 2: A Origem
2.7 773 Assista AgoraProvavelmente uma nota maior do que esse filme merece mas eu me diverti horrores com a lambança histérica que esse filme é. A armadilha das prequels é o de se tornarem desinteressantes se só repetirem informações que o espectador já conhece e First Kill contorna isso elevando o camp que já existia no primeiro filme a décima potencia. O exagero da produção não só dá um sabor a mais pra uma história que o espectador já sabe como vai acabar (embora não sem os seus twists no caminho) mas ajuda a ressaltar toda a artificialidade do teatro que é a família nuclear. Uma farsa onde todos estão apenas exercendo papéis e onde os jogos de poder da Esther acontecem, e que aqui não acontecem sozinhos.
A construção lenta e elegante da tensão do primeiro que era uma mistura muito acertada de drama familiar com exploitation é substituída pelo exagero e por uma comédia de humor negro tão maldosa e perturbada quanto irresistível. Como alguém não se deliciou com Isabelle Furman e Julia Stiles bitching e fazendo uma verdadeira disputa territorial é um mistério pra mim.
The Student Nurses
2.7 2Rothman traz um frescor tão grande pros exploitation dela. Incrível ver como ela usa o modelo de produção do Corman pra falar de sexualidade feminina, aborto, tensões raciais e outras questões políticas e culturais da época.
Equação Para um Desconhecido
3.6 9"Queria conseguir amar apenas você"
Uma Questão de Silêncio
3.5 7E se o silencio imposto às mulheres se tornasse não só uma linguagem própria, mas também numa forma de resistência?
Suburbia
3.7 39 Assista AgoraExploitation sobre uma gangue de punks surpreendentemente sensível e empático com o personagens que tem que viver na terra devastada que foi a Era Reagan. Não deixo de ficar surpreso que algo assim veio da diretora que anos depois faria Família Buscapé e Os Batutinhas.
Picardias Estudantis
3.3 182 Assista Agora"We can't get even cable tv in here Stacy, and you want romance..."
O olhar da Amy Heckerling pra adolescência é tão apaixonante, a dosagem perfeita entre criar empatia com os personagens e exagera-los até beirar a caricatura. O plot da descoberta sexual da Stacy e a forma como o tema do aborto é inserido nessa trama sem nenhum tipo de julgamento com a protagonista é de uma sensibilidade surpreendente até hoje.
Crimes do Futuro
3.2 263 Assista Agoralong live the new flesh
Wake Up, Leonard
2.5 2Por mais filmes sobre gays neuróticos
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraTalvez a melhor homenagem já feita ao Tobe Hopper. Não só pelas referências óbvias à Massacre da Serra Elétrica e Eaten Alive, mas também pela forma como se apropria do imaginário em torno do Texas para criar a sua própria versão grotesca, sangrenta e pervertida do que o interior americano é.
Se tivesse mais Martin Henderson de cueca branca era nota 5 na hora.
Mary Jane's Not a Virgin Anymore
3.7 3Estética punk sendo usada pra falar sobre como é confuso descobrir a própria sexualidade, principalmente para mulheres. Existe algo de muita bonito na visão da Sarah Jacobson sobre a sexualidade feminina ficar no limiar entre a vergonha e a euforia, ela vê a beleza e a subversão na jornada da sua protagonista pelo prazer e pela autodescoberta que passa longe do que seria socialmente esperado dela. Deve dar uma ótima sessão dupla com algo do Greg Araki.
House of Usher
1.4 20Meu primeiro contato com o trabalho do DeCoteau, sei que a esmagadora maioria das reações ao trabalho dele é o clássico "tão ruim que é bom", mas eu genuinamente gostei muito de House of Usher. Existe algo de delicioso no anacronismo de ver os personagens fazendo discursos pomposos e que parecem saídos de um romance gótico dentro de um casarão de paredes de gesso cartonado, especialmente pela completa sinceridade e ausência de ironia com que é feito.
DeCoteau capta maravilhosamente os sentimentos intensos, os desejos, a sensualidade, a tragédia e os temas do gótico numa história sobre um cara reencontrando um ex no casarão que ele vive junto com fantasmas de cueca box. Quase uma versão gay dos trabalhos do Jess Franco, como não adorar isso?
Hellbender
2.6 48me interessei por esse filme depois q vi um comentário se referindo a ele como uma mistura de Josie e as Gatinhas com Blood on Satan's Claw. Vi varios comentarios reclamando de um suposto amadorismo do filme mas pra mim é justamente nessas imperfeições que fazem ele tão charmoso e interessante.
Dirigido e estrelado por pai, mãe e filhas o filme transborda todo o esforço dos envolvidos em usar a criatividade para contornar (e as vezes até incorporar) as limitações do orçamento numa história sobre como amadurecer envolve descobrir uma liberdade que é extasiante e aterrorizante na mesma medida. Uma das coisas mais interessantes do cinema independente americano dos últimos anos.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista Agoraleatherface ícone lgbt anti-gentrificação
O silêncio do corpo que cai
4.1 2 Assista Agora"Um amigo do meu pai me disse que o amor nunca desaparece, apenas muda de forma. Jaime quis que Nestor atendesse o parto de Monona. Foram as mãos de Nestor que me tocaram pela primeira vez."
The Boys of Cellblock Q
3.8 2As minhas poucas experiências com filmes gays sov foram fascinantes e apaixonantes. Tem algo de muito charmoso não apenas no visual mas no fato de serem filmes feitos tendo em mente unicamente um público de homens gays/bi e que por isso enchem a sua duração com fetiches e fantasias que apelam para esse público.
The Boys of Cellblock 8 tem cenas que apelam para fetiches de dominação envolvendo o cenário da prisão mas também histórias de amor entre rapazes e senso de humor pastelão e cheio de piadas de duplo sentido. Uma história que passeia entre o amor puro e inocente e as cenas de luta de homens lutando nus com facas no chuveiro. Bastante apaixonado pelo o que vi, por que isso não é um clássico cult?
Lana minha nova inspiração de vida, um verdadeiro ícone gay.
A Woman's Torment
3.2 3Repulsa ao Sexo vai na praia
Live Nude Girls Unite!
4.5 1O melhor tipo de retrato sobre trabalho sexual: como apenas um trabalho e os envolvidos parte da classe trabalhadora.
A Night at the Adonis
3.0 2Um documento inestimável de como funcionavam ambientes gays nos anos 70.O ambiente, as dinâmicas de pegação... Sem falar que a direção do Deveau é ótima.
Segunda Vida
2.1 7"I was never that crazy about being in my body..."
Incrível como um filme de 2002 entende melhor dos dilemas e do potencial da internet que filmes feitos 20 anos depois. O desejo de poder desaparecer atrás de um tela e a internet como um espaço de solidão e de conexão mostrado sem nenhum julgamento por um diretor que parece prever o espaço que isso iria ocupar no futuro.
"The internet's the future."
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
2.2 580Bagunçado, principalmente perto do final, mas nada escabroso igual os comentários fizeram parecer. Bastante inspirado visualmente, os atores estão bem carismáticos, tem bons momentos (a cena do tiroteio na sala escura é muito boa) e no geral bem divertido. Eu trocaria metade dos terror hypaddo e "elevated horror" genéricos que saíram nos últimos anos por mais uns três filmes dessa franquia.
Duas Tias Loucas de Férias
3.0 57 Assista AgoraJamie Dornan merecia uma indicação ao oscar por esse filme
Um Jogo Perverso
2.8 11 Assista AgoraLogo no filme de estreia a diretora já entrega uma história super esquisita e hipnótica sobre a incapacidade de fugir de certos ciclos por medo do que pode estar lá fora. Vale a pena ficar de olho no que ela vai entregar daqui pra frente.