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25 years Salvador - (BRA)
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Últimas opiniões enviadas

  • Mari

    Eu acho que Ringu é um dos poucos filmes de terror que fala de amor (e da falta dele); e, na minha opinião,.é um filme bem mais poético do que parece. E eu conversei muito com meus botões sobre ele, e eu queria que algum ser vivo visse essa minha teoria sobre o filme, para que ela não ficasse só na minha cabeça, mas eu acabei escrevendo mais do que escrevi pro TCC, kakakak. E tá cheio de spoilers!

    Talvez eu seja romântica demais. Talvez eu esteja procurando chifre na cabeça de piolho. Talvez eu esteja achando uma peruca full lace em um ovo, mas segue meu raciocínio bebendo uma água porque eu falo pelos cotovelos, e me diz se fez sentido pra você.

    Espero que meu texto gigamonstro não te deixe com muito tédio. :)

    O filme tem dois pilares opostos: A Sadako e a Reiko. A Sadako é uma força agressiva, nascida de um ambiente familiar desfuncional, ela só responde com violência, com a morte. Sadako carece de amor. Já a Reiko mostra uma força resiliente. Apesar do divorcio, ela tem uma familia unida e faz de tudo por seu filho. Ela é bastante calma. Reiko tem amor de sobra.

    A Sadako sofreu muito em vida. O trauma de não ter sido protegida por seus familiares fez com que sua dor perdurasse até depois de morta. E essa angústia do abandono move a sede de matar. Sadako é inquieta. Em contrapartida, a Reiko é tão calma que quando ela assiste a fita, e descobre que só tem mais sete dias de vida, ela não se importa tanto. Não porque ela tem algum tipo de desejo mórbido. Reiko não se importa porque ela é uma pessoa branda. Tranquila. Reiko só começa a se desesperar para acabar com a maldição depois que seu filho assiste a fita.

    Na cena em que Reiko está catando os ossos de Sadako para salvar o filho, Reiko já sabe do passado sofrido de Sadako. Faltam poucos minutos para que Reiko morra, e não há mais tempo de quebrar a maldição. Os ossos de Sadako tomam vida para matar Reiko, porém os buracos onde ficaríam os olhos de Sadako parecem chorar. Sadako já está cansada do ciclo de violência. Mas o choro do esqueleto é uma imagem macabra demais.

    Qualquer um correria de um esqueleto assassino com gosma nos olhos. Mas, ao invés de correr, de fugir, de gritar, de abandonar, Reiko abraça o esqueleto. Ela abraça o esqueleto, não como estratégia para se salvar, ela o abraça em um ato altruísta, usando seus ultimos momentos em vida para dar amor aquela que não tem. Ela abraça o esqueleto porque naquele momento, Reiko vê a Sadako pelo que ela realmente é: uma filha sem amor dos pais. Reiko abraça a figura macabra porque para ela, macabro mesmo, é deixar a Sadako sozinha por mais tempo.

    Sadako não mata Reiko porque Reiko mostrou a ela o amor maternal e paternal que ela nunca sentiu (e, no final, Sadako mata o ex-marido de Reiko porque ele foi ausente na criação do filho, tal qual seus parentes foram com ela). Reiko ia usar seu ultimo suspiro de vida, sendo mãe de alguém que nunca se sentiu amada pelos pais.

    Isso é lindo, muito lindo.

    O trauma é macabro, a vítima, não.

    A assombração do filme não foi derrotada com armas. Não foi derrotada com violencia. Ela foi contida pelo acolhimento de um simples abraço.

    O terror do filme é o trauma. E a salvação, é o amor.

    [spoiler][/spoiler]

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  • Mari

    Debate traumas geracionais durante uma crise existencial depressiva com pulo em dimensões, com uma mulher imigrante protagonista, com senso de moda e de humor. Único filme sobre família no qual a filha aparece vestida de Elvis usando partes baixas masculinas de plastico pra bater em figurante. Arte.

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  • Nenhum recado para Mari.

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