Filme emocionante e que surpreende por mostrar como os alemães arianos sofreram também durante todo o regime nazista. Mesmo sem conhecer o livro, pareceu ser uma ótima adaptação! Vale a pena ser visto.
Talvez seja um tanto natural eu não ter gostado em totalidade de "Cinquenta Tons de Cinza" porque nunca tive interesse em ler o livro. Antes de chegar ao cinema, ouvi que a adaptação mesmo tendo cortado muitas partes da obra original, era fiel o suficiente para ganhar vários comentários positivos. Se fui surpreendido? Sim, pela trilha sonora. Dá para quase ter um orgasmo ouvindo a voz de Beyoncé na nova versão de "Crazy In Love", diferente das cenas de sexo ou do pseudo-sadomasoquismo do Sr. Grey. No mais, o longa superestimado da vez foi produzido na forma de bolo comercial Hollywoodiana para poder ganhar milhões nas salas de cinema (nem tanto para as estatuetas). Há umas semanas atrás, li uma notícia contando que os cinemas irlandeses se prepararam para a estreia do filme comprando capas de plástico para proteger as poltronas dos "efeitos colaterais" que ele causaria. Estou começando a achar que a notícia foi só uma estratégia de marketing, porque, olha... Se eu gostaria de ter tido uma impressão melhor do longa? Sim. Assisti por conveniência e para poder ficar por dentro do assunto. E mesmo sem ter ido até o cinema com expectativa alguma, dentro de mim guardei a esperança de que talvez o sexo mudasse tudo. O que era pra ser o diferencial e o elo de sedução do filme quase não foi mostrado. Milhares de pontos para "Azul É A Cor Mais Quente", que mesmo sem ter os temas relacionados, a não ser o romance, ganha no sexo que deixa a gente até surdo de tanto ouvir Emma e Adèle gemendo nas cenas longas de transa lésbica e excitante. "Cinquenta Tons de Cinza", um filme que qualquer produtora rica faria e que qualquer escritor escreveria, é repleto de clichês e ângulos clássicos. Mesmo sendo impecavelmente produzido, nada a declarar da direção de arte, que não fez mais do que a obrigação de espalhar aqui ou ali detalhes nos objetos com as tonalidades de azul e cinza que estão presentes na identidade visual da obra literária e do material de divulgação do filme. O roteiro poderia passar por determinados pontos aplicando mais profundidade e não só mostrando uma sala com um arsenal sadomasoquista, sendo que só dois ou três "objetos" foram usados. Ou mesmo quando os "possíveis cinquenta tormentos de Grey" são apenas citados e um (ou outro) expostos. Talvez ele fosse um personagem mais interessante se fosse mais explorado. Talvez seus "problemas psicológicos" pudessem parecer menos rasos quando se assiste ao longa. O ator que faz o Christian Grey? Achei a atuação forçada desde o início. Valeu a pena pelo físico escultural e pelos olhares sedutores (mas forçados), e que também não são nada novos no gênero. Sorte que a atriz que fez Anastasia se apresentou melhor que o parceiro durante as cenas, e por isso agradeço que a personalidade insossa e a mesmice da personagem não tenham permanecido constantes depois dos primeiros minutos de filme. Vi "Uma Linda Mulher" com a tentativa de parecer mais picante e sadomasoquista, mas não passou de um romance. Talvez, se o filme "extrapolasse" o limite sexual do espectador e escancarasse a ideia sadomasoquista, nem venderia tanto e muito menos levaria filas curiosas às salas de exibição. Um recadinho às mulheres: vocês continuam sendo objeto em mais um filme porque são literalmente "submissas" na história, e porque o corpo feminino é mostrado quase sem restrição (diferente do nu masculino, desde sempre). Não vá assistir esperando um pornô ou bem menos que isso. Vá assistir por mera diversão. Se você for romântico? Vá assistir, com certeza. Se estiver esperando por um filme revolucionário e diferente? Não vá assistir. Ou vá assistir. Quem sabe ele possa apimentar um pouquinho sua relação sexual? Esperando pela escuridão "água com açúcar" dos "Cinquenta Tons Mais Escuros".
Um ótimo filme com um bom roteiro, uma fotografia exemplar e uma proposta de produção bem interessante e que depois de doze anos mostrou seu resultado: um sucesso! A história prendeu minha atenção do início ao fim e mesmo querendo analisar mais criteriosamente outros pontos de "Boyhood - Da Infância à Juventude", só consigo expor que ele é recomendado para os bons apreciadores de um cinema vivo e real, que sensibiliza e transmite com maestria e emoção as vivências humanas e o cotidiano de maneira singela, o que causa uma autoidentificação em diversas situações exploradas durante quase três horas de filme. O longa mostra a efemeridade da vida e reafirma que todos nós somos feitos de histórias e momentos, e justamente por isso devemos valorizar o "agora".
Ainda sobre "Azul É A Cor Mais Quente": esqueci de pautar a Direção de Arte que se preocupa em sempre pontuar um detalhe ou outro, em todas as cenas, com a cor azul. A cor pode estar em uma parede, um objeto ou mesmo no figurino. Sem contar o próprio cabelo de Emma na "primeira fase" do longa. Isso mostra como o projeto todo foi pensado e desenvolvido com cautela para se criar uma identidade visual baseada na aura que a cor "azul" pode transmitir através dos seus mais diversos significados. Bingo!
Um filme que narra a descoberta de uma garota que representa a fragilidade e a dubiedade presente em muitos seres humanos. Com cenas bem desenvolvidas, encantadoras e quentes, "Azul É A Cor Mais Quente" tem uma Direção de Fotografia impecável, colorida e com a presença de uma câmera instável que passeia pelas emoções através de "closes" e muitos planos fechados que fazem da viagem fílmica a própria realidade do espectador durante horas incansáveis que não se tornam cansativas. Muito pelo contrário, as horas tornam-se prazerosas e sedutoras. O único ponto que senti falta foi da continuação do desenvolvimento familiar de ambas as personas da história. Em suma, um ótimo filme que merece ser visto e condecora duas grandes atrizes pela exímia "performance" dos "atos" de La Vie d'Adèle.
[CONTÉM SPOILER] O filme de Dario Argento é um bom clássico "trash" que brinca com o espectador através do desenvolvimento de um terror psicológico que esconde uma possível ameaça para a escola de dança da narrativa. Na história, Susan uma bailarina estadunidense chega em uma escola de Ballet na Europa e desde a primeira cena é cercada por muitos momentos de tensão, os quais criam uma atmosfera de suspense e mistério densos que promovem a curiosidade de quem assiste à obra. Rodado em 70, como todo bom filme do gênero e da época, são bombardeadas na tela centenas de cenas clichês, atuações forçadas e maquiagens claramente "fakes". Porém, isso é "palhinha" para a grandiosidade de efeitos sonoros impactantes que climatizam o filme do início ao fim, ou pela maestria que a Direção de Arte e a Direção de Fotografia são exploradas. "Suspiria" nos premia com arquiteturas maravilhosas decoradas com muitos símbolos, formas geométricas e pintadas por cores vibrantes e fortes, como o vermelho que colore toda a faxada da escola de Ballet. A fotografia brinca com luz e sombra, mesclando diversas vezes tonalidades azuis, vermelhas e verdes conforme as sensações vivenciadas pelos personagens da trama. Com um final que me pareceu uma mescla de "Alice" com "Dorothy", Susan encontra uma sala secreta que a leva para um corredor longo cheio de escrituras em latim pelas paredes que termina em uma sala de reuniões onde se reúne o antro de bruxas que são as responsáveis pela escola. Este é o grande mistério da história que, convenhamos, antes da metade do filme já se dá a entender. O ponto negativo do tema abordado, é que mais uma vez as bruxas foram mostradas como seres malignos, mas este é um detalhe que pode ser considerado irrelevante mas de plausível pontuação nesta breve análise. Particularmente me incitou muito a achar que este é um dos clássicos que inspiraram a criação do videoclipe de "Shake It Out", música da banda britânica Florence + the Machine que com certeza usou "Suspiria" como referência. No geral, este é um filme interessante para se tomar como referência e que todo amante do cinema precisa assistir. Ponto para a identidade visual acertada e a criatividade técnica aplicada por todo o longa.
Filme maravilhoso com belíssimas direções de arte e fotografia. O roteiro certeiro, sem furos e bem pesquisado nos conduz com maestria pela história da origem da medicina. Me senti envolvido com a narrativa do início ao fim. Muito bom e vale a pena ser visto!!!
Em um cenário atual composto por produtos oriundos de referências, surge esta novidade nacional "Gata Velha Ainda Mia" que retoma uma paixão pelo cinema produzido aqui no Brasil através de sua abordagem dentro do universo do suspense. Me lembrei muito dos contos de Edgar Allan Poe, e de Johnny Depp em "A Janela Secreta". A técnica e o roteiro do filme não mostram só um gosto particular do diretor por "Crepúsculo dos Deuses", "O Que Terá Acontecido à Baby Jane?" e alguns títulos de Woody Allen, mas esboça claramente uma vertente do cinema contemporâneo que busca a contemplação do tempo e a vivência real dos atores enquanto personagens na "mise en scène". A direção de fotografia também absorve a contemporaneidade cinematográfica e brinca com "planos conjuntos" durante os diálogos, abstendo o excesso de cortes. A coloração amarela mostra um conforto ilusório, que acaba com uma sacada genial no clímax da trama, transformando as cores e a iluminação para um tom obscuro e misterioso, recorrendo constantemente à "planos alternativos". A proposta de arte constrói um ambiente pequeno abarrotado de quinquilharias e objetos, os quais fazem referência à diversas etnias e gostos, e que de cara identificam o espectador sobre as possíveis facetas contidas na personalidade de Gloria Polk, assim como suas contradições e instabilidade emocional. Talvez por estar pesquisando e lendo críticas e muitos comentários sobre o filme há tempos, logo nos primeiros minutos de "Gata Velha Ainda Mia" tive a nítida impressão de que já sabia tudo o que aconteceria naquele apartamento, e em partes não errei. Ainda assim, fui surpreendido com o ritmo do filme, que conseguia brincar constantemente com o contraste dos sentimentos e interpretações sobre a história. A atuação de ambas as atrizes é formidável e pontua um cuidado criterioso da direção para colocar o tom necessário nos personagens. Fiquei contente em ver a evolução de uma nova faceta de Regina Duarte, que merecia há tempos um papel como este. Acho que o filme foi um desenvolvimento de uma cena do remake de "O Astro" da Rede Globo, quando ela se proclama a assassina do próprio marido e é mostrado um super close da atriz denunciando toda a sua ira através de seus olhos sempre dissimulados. Isso é bem presente no longa em questão. Bárbara Paz não surpreende tanto, mas ainda assim tem cacife para defender a linha de Carol, uma jornalista inquieta e submissa às ações que acontecem durante o desenrolar do filme. Concordo que de certa forma tenha sido uma produção superestimada, mas não descarto suas estrelas pois vejo em "Gata Velha Ainda Mia" mais um acerto marcante na produção contemporânea de filmes nacionais. Vale lembrar que o filme foi idealizado pelas mãos e mente de um jovem cineasta, Rafael Primot, que sem dúvidas teve muita sorte de trabalhar com Regina Duarte, a namoradinha do Brasil que resolveu pôr as garrinhas de fora. Confiram!!!
Como todo filme do Woody Allen é preciso gostar de cinema e ter muita paciência porque serão mais de duas horas de diálogos intermináveis e ângulos parados. Mas como não estava procurando por um "blockbuster", me atraí pela essência do filme, que fez com maestria uma dissecação e análise filosófica de um relacionamento amoroso. Confesso que dispersei minha atenção durante uns dois minutos de filme, mas o curioso é que independente de qualquer coisa, tive uma enorme identificação com o perfil dos personagens e com as diversas situações vivenciadas. Bravo, Allen!
Mesmo sendo gravado nos anos 90, "Simplesmente Alice" tem uma técnica contemporânea inspiradora e retrata de forma divertida a crise de uma mulher enfrentando a futilidade na qual vivia. A identidade do diretor pode ser claramente vista nas filmagens do longa, o que traz um ar inspirador e clássico para amantes e estudantes de cinema. A construção da personagem com as características falante, confusa e curiosa tem clara referência na Alice de Lewis Carroll, que no filme experimenta as mais diversas sensações e faz descobertas através dos chás do Dr. Yang, que se enquadraria perfeitamente como a lagarta de Carroll. Na trama ainda entramos em contato com o nome "Dorothy", irmã de Alice, que relembra "O Mágico de Oz" de Lyman Frank Baum, e também preenche a história da Alice de Allen, quem amplia seus horizontes na busca de respostas, mas descobre que tudo sempre esteve dentro dela mesma. O desfecho é maravilhoso, mostrando uma Alice inspirada pelos atos de Madre Teresa, solteira e livre de questões materialistas e fúteis da alta sociedade, vivendo de uma maneira simples, comum e feliz junto de seus filhos.
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A Menina que Roubava Livros
4.0 3,4K Assista AgoraFilme emocionante e que surpreende por mostrar como os alemães arianos sofreram também durante todo o regime nazista. Mesmo sem conhecer o livro, pareceu ser uma ótima adaptação! Vale a pena ser visto.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraTalvez seja um tanto natural eu não ter gostado em totalidade de "Cinquenta Tons de Cinza" porque nunca tive interesse em ler o livro. Antes de chegar ao cinema, ouvi que a adaptação mesmo tendo cortado muitas partes da obra original, era fiel o suficiente para ganhar vários comentários positivos.
Se fui surpreendido? Sim, pela trilha sonora. Dá para quase ter um orgasmo ouvindo a voz de Beyoncé na nova versão de "Crazy In Love", diferente das cenas de sexo ou do pseudo-sadomasoquismo do Sr. Grey.
No mais, o longa superestimado da vez foi produzido na forma de bolo comercial Hollywoodiana para poder ganhar milhões nas salas de cinema (nem tanto para as estatuetas).
Há umas semanas atrás, li uma notícia contando que os cinemas irlandeses se prepararam para a estreia do filme comprando capas de plástico para proteger as poltronas dos "efeitos colaterais" que ele causaria. Estou começando a achar que a notícia foi só uma estratégia de marketing, porque, olha...
Se eu gostaria de ter tido uma impressão melhor do longa? Sim. Assisti por conveniência e para poder ficar por dentro do assunto. E mesmo sem ter ido até o cinema com expectativa alguma, dentro de mim guardei a esperança de que talvez o sexo mudasse tudo. O que era pra ser o diferencial e o elo de sedução do filme quase não foi mostrado. Milhares de pontos para "Azul É A Cor Mais Quente", que mesmo sem ter os temas relacionados, a não ser o romance, ganha no sexo que deixa a gente até surdo de tanto ouvir Emma e Adèle gemendo nas cenas longas de transa lésbica e excitante.
"Cinquenta Tons de Cinza", um filme que qualquer produtora rica faria e que qualquer escritor escreveria, é repleto de clichês e ângulos clássicos. Mesmo sendo impecavelmente produzido, nada a declarar da direção de arte, que não fez mais do que a obrigação de espalhar aqui ou ali detalhes nos objetos com as tonalidades de azul e cinza que estão presentes na identidade visual da obra literária e do material de divulgação do filme.
O roteiro poderia passar por determinados pontos aplicando mais profundidade e não só mostrando uma sala com um arsenal sadomasoquista, sendo que só dois ou três "objetos" foram usados. Ou mesmo quando os "possíveis cinquenta tormentos de Grey" são apenas citados e um (ou outro) expostos. Talvez ele fosse um personagem mais interessante se fosse mais explorado. Talvez seus "problemas psicológicos" pudessem parecer menos rasos quando se assiste ao longa.
O ator que faz o Christian Grey? Achei a atuação forçada desde o início. Valeu a pena pelo físico escultural e pelos olhares sedutores (mas forçados), e que também não são nada novos no gênero. Sorte que a atriz que fez Anastasia se apresentou melhor que o parceiro durante as cenas, e por isso agradeço que a personalidade insossa e a mesmice da personagem não tenham permanecido constantes depois dos primeiros minutos de filme.
Vi "Uma Linda Mulher" com a tentativa de parecer mais picante e sadomasoquista, mas não passou de um romance. Talvez, se o filme "extrapolasse" o limite sexual do espectador e escancarasse a ideia sadomasoquista, nem venderia tanto e muito menos levaria filas curiosas às salas de exibição.
Um recadinho às mulheres: vocês continuam sendo objeto em mais um filme porque são literalmente "submissas" na história, e porque o corpo feminino é mostrado quase sem restrição (diferente do nu masculino, desde sempre).
Não vá assistir esperando um pornô ou bem menos que isso. Vá assistir por mera diversão. Se você for romântico? Vá assistir, com certeza. Se estiver esperando por um filme revolucionário e diferente? Não vá assistir. Ou vá assistir. Quem sabe ele possa apimentar um pouquinho sua relação sexual? Esperando pela escuridão "água com açúcar" dos "Cinquenta Tons Mais Escuros".
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraUm ótimo filme com um bom roteiro, uma fotografia exemplar e uma proposta de produção bem interessante e que depois de doze anos mostrou seu resultado: um sucesso! A história prendeu minha atenção do início ao fim e mesmo querendo analisar mais criteriosamente outros pontos de "Boyhood - Da Infância à Juventude", só consigo expor que ele é recomendado para os bons apreciadores de um cinema vivo e real, que sensibiliza e transmite com maestria e emoção as vivências humanas e o cotidiano de maneira singela, o que causa uma autoidentificação em diversas situações exploradas durante quase três horas de filme. O longa mostra a efemeridade da vida e reafirma que todos nós somos feitos de histórias e momentos, e justamente por isso devemos valorizar o "agora".
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraAinda sobre "Azul É A Cor Mais Quente": esqueci de pautar a Direção de Arte que se preocupa em sempre pontuar um detalhe ou outro, em todas as cenas, com a cor azul. A cor pode estar em uma parede, um objeto ou mesmo no figurino. Sem contar o próprio cabelo de Emma na "primeira fase" do longa. Isso mostra como o projeto todo foi pensado e desenvolvido com cautela para se criar uma identidade visual baseada na aura que a cor "azul" pode transmitir através dos seus mais diversos significados. Bingo!
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista AgoraUm filme que narra a descoberta de uma garota que representa a fragilidade e a dubiedade presente em muitos seres humanos. Com cenas bem desenvolvidas, encantadoras e quentes, "Azul É A Cor Mais Quente" tem uma Direção de Fotografia impecável, colorida e com a presença de uma câmera instável que passeia pelas emoções através de "closes" e muitos planos fechados que fazem da viagem fílmica a própria realidade do espectador durante horas incansáveis que não se tornam cansativas. Muito pelo contrário, as horas tornam-se prazerosas e sedutoras. O único ponto que senti falta foi da continuação do desenvolvimento familiar de ambas as personas da história. Em suma, um ótimo filme que merece ser visto e condecora duas grandes atrizes pela exímia "performance" dos "atos" de La Vie d'Adèle.
Suspiria
3.8 979 Assista Agora[CONTÉM SPOILER]
O filme de Dario Argento é um bom clássico "trash" que brinca com o espectador através do desenvolvimento de um terror psicológico que esconde uma possível ameaça para a escola de dança da narrativa.
Na história, Susan uma bailarina estadunidense chega em uma escola de Ballet na Europa e desde a primeira cena é cercada por muitos momentos de tensão, os quais criam uma atmosfera de suspense e mistério densos que promovem a curiosidade de quem assiste à obra.
Rodado em 70, como todo bom filme do gênero e da época, são bombardeadas na tela centenas de cenas clichês, atuações forçadas e maquiagens claramente "fakes". Porém, isso é "palhinha" para a grandiosidade de efeitos sonoros impactantes que climatizam o filme do início ao fim, ou pela maestria que a Direção de Arte e a Direção de Fotografia são exploradas.
"Suspiria" nos premia com arquiteturas maravilhosas decoradas com muitos símbolos, formas geométricas e pintadas por cores vibrantes e fortes, como o vermelho que colore toda a faxada da escola de Ballet. A fotografia brinca com luz e sombra, mesclando diversas vezes tonalidades azuis, vermelhas e verdes conforme as sensações vivenciadas pelos personagens da trama.
Com um final que me pareceu uma mescla de "Alice" com "Dorothy", Susan encontra uma sala secreta que a leva para um corredor longo cheio de escrituras em latim pelas paredes que termina em uma sala de reuniões onde se reúne o antro de bruxas que são as responsáveis pela escola.
Este é o grande mistério da história que, convenhamos, antes da metade do filme já se dá a entender.
O ponto negativo do tema abordado, é que mais uma vez as bruxas foram mostradas como seres malignos, mas este é um detalhe que pode ser considerado irrelevante mas de plausível pontuação nesta breve análise.
Particularmente me incitou muito a achar que este é um dos clássicos que inspiraram a criação do videoclipe de "Shake It Out", música da banda britânica Florence + the Machine que com certeza usou "Suspiria" como referência.
No geral, este é um filme interessante para se tomar como referência e que todo amante do cinema precisa assistir. Ponto para a identidade visual acertada e a criatividade técnica aplicada por todo o longa.
O Físico
3.8 308 Assista AgoraFilme maravilhoso com belíssimas direções de arte e fotografia. O roteiro certeiro, sem furos e bem pesquisado nos conduz com maestria pela história da origem da medicina. Me senti envolvido com a narrativa do início ao fim. Muito bom e vale a pena ser visto!!!
Gata Velha Ainda Mia
3.6 97 Assista AgoraEm um cenário atual composto por produtos oriundos de referências, surge esta novidade nacional "Gata Velha Ainda Mia" que retoma uma paixão pelo cinema produzido aqui no Brasil através de sua abordagem dentro do universo do suspense. Me lembrei muito dos contos de Edgar Allan Poe, e de Johnny Depp em "A Janela Secreta".
A técnica e o roteiro do filme não mostram só um gosto particular do diretor por "Crepúsculo dos Deuses", "O Que Terá Acontecido à Baby Jane?" e alguns títulos de Woody Allen, mas esboça claramente uma vertente do cinema contemporâneo que busca a contemplação do tempo e a vivência real dos atores enquanto personagens na "mise en scène".
A direção de fotografia também absorve a contemporaneidade cinematográfica e brinca com "planos conjuntos" durante os diálogos, abstendo o excesso de cortes. A coloração amarela mostra um conforto ilusório, que acaba com uma sacada genial no clímax da trama, transformando as cores e a iluminação para um tom obscuro e misterioso, recorrendo constantemente à "planos alternativos".
A proposta de arte constrói um ambiente pequeno abarrotado de quinquilharias e objetos, os quais fazem referência à diversas etnias e gostos, e que de cara identificam o espectador sobre as possíveis facetas contidas na personalidade de Gloria Polk, assim como suas contradições e instabilidade emocional.
Talvez por estar pesquisando e lendo críticas e muitos comentários sobre o filme há tempos, logo nos primeiros minutos de "Gata Velha Ainda Mia" tive a nítida impressão de que já sabia tudo o que aconteceria naquele apartamento, e em partes não errei. Ainda assim, fui surpreendido com o ritmo do filme, que conseguia brincar constantemente com o contraste dos sentimentos e interpretações sobre a história.
A atuação de ambas as atrizes é formidável e pontua um cuidado criterioso da direção para colocar o tom necessário nos personagens. Fiquei contente em ver a evolução de uma nova faceta de Regina Duarte, que merecia há tempos um papel como este. Acho que o filme foi um desenvolvimento de uma cena do remake de "O Astro" da Rede Globo, quando ela se proclama a assassina do próprio marido e é mostrado um super close da atriz denunciando toda a sua ira através de seus olhos sempre dissimulados. Isso é bem presente no longa em questão. Bárbara Paz não surpreende tanto, mas ainda assim tem cacife para defender a linha de Carol, uma jornalista inquieta e submissa às ações que acontecem durante o desenrolar do filme.
Concordo que de certa forma tenha sido uma produção superestimada, mas não descarto suas estrelas pois vejo em "Gata Velha Ainda Mia" mais um acerto marcante na produção contemporânea de filmes nacionais.
Vale lembrar que o filme foi idealizado pelas mãos e mente de um jovem cineasta, Rafael Primot, que sem dúvidas teve muita sorte de trabalhar com Regina Duarte, a namoradinha do Brasil que resolveu pôr as garrinhas de fora. Confiram!!!
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
4.1 1,1K Assista AgoraComo todo filme do Woody Allen é preciso gostar de cinema e ter muita paciência porque serão mais de duas horas de diálogos intermináveis e ângulos parados. Mas como não estava procurando por um "blockbuster", me atraí pela essência do filme, que fez com maestria uma dissecação e análise filosófica de um relacionamento amoroso. Confesso que dispersei minha atenção durante uns dois minutos de filme, mas o curioso é que independente de qualquer coisa, tive uma enorme identificação com o perfil dos personagens e com as diversas situações vivenciadas. Bravo, Allen!
Simplesmente Alice
3.5 95Mesmo sendo gravado nos anos 90, "Simplesmente Alice" tem uma técnica contemporânea inspiradora e retrata de forma divertida a crise de uma mulher enfrentando a futilidade na qual vivia. A identidade do diretor pode ser claramente vista nas filmagens do longa, o que traz um ar inspirador e clássico para amantes e estudantes de cinema. A construção da personagem com as características falante, confusa e curiosa tem clara referência na Alice de Lewis Carroll, que no filme experimenta as mais diversas sensações e faz descobertas através dos chás do Dr. Yang, que se enquadraria perfeitamente como a lagarta de Carroll. Na trama ainda entramos em contato com o nome "Dorothy", irmã de Alice, que relembra "O Mágico de Oz" de Lyman Frank Baum, e também preenche a história da Alice de Allen, quem amplia seus horizontes na busca de respostas, mas descobre que tudo sempre esteve dentro dela mesma. O desfecho é maravilhoso, mostrando uma Alice inspirada pelos atos de Madre Teresa, solteira e livre de questões materialistas e fúteis da alta sociedade, vivendo de uma maneira simples, comum e feliz junto de seus filhos.